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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

COMO DESCOBRIR A VERDADEIRA ALMA GÊMEA !


Todos dizem que existe uma alma gémea para cada pessoa. Ele pensou ter encontrado a sua. Sempre pensou que sim. Ainda hoje mesmo acredita nisso. Com a alma gémea procurou pelo mesmo destino. Imaginou em conjunto planos a médio e longo prazo. Viveu o sonho. Imaginou outros sonhos. Mas por vezes os infinitos de vinte e quatro horas são caprichosos. O destino ajudado pelo tecer maléfico da obra do demo, afastou-os. Subitamente. Será que se tinham tornado absurdamente diferentes? Teria ela deixado de ser aquela que ele achara perfeita? Teria ele perdido o seu encantamento? Não seria ela a sua alma gémea? Tudo isto o deixou confuso. Poderia ter-se enganado assim tanto numa apreciação. Não se poderia confiar cegamente no amor? Mesmo naquele que é verdadeiro e que dói. Dói porque o amor é de um egoísmo atroz. O egoísmo de se querer aquela felicidade. Toda e exclusivamente para nós.
Questionou-se, sobre qual seria a principal característica de uma alma gémea? Ela tem que ser muito parecida consigo ou muito diferente? A teoria da atracção dos opostos indicava o lado da diferença. As diferenças são sempre complementares. Ajudam a tornar a união mais forte. A alma gémea seria sempre a outra parte do puzzle. Mas porque não procurar na alma gémea exactamente o mesmo? Seria essa uma boa solução para a poder identificar? Esta era a teoria exactamente oposta. Procurar alguém que aprecie exactamente as mesmas coisas que ele. Para isso teria que assumir que era completo. Que o que lhe faltava na sua vida era apenas a companhia para viver os momentos que ele gosta de viver. Deveria ser a alma gémea parecida ou preferencialmente idêntica? Mas seria ele tão perfeito e completo que não necessitasse de alguém que o complementasse? Querer apenas uma companheira para partilhar apenas os sonhos dele seria verdadeiramente amor? Ou não seria apenas um tremendo egoísmo? Na verdade, ele nunca me chegou a responder a todas estas questões. Apenas me contou uma história. Exemplificou uma situação simples. Ajudou-me a compreender.
Num certo fim-de-semana, ele viajou para um hotelzinho na costa portuguesa. Apenas mar pela frente. O tempo ajudou o romance. A chuva era intensa. O vento fustigava seriamente o mar. A chuva obriga ao recolhimento. Coloca-nos dentro de quatro paredes. Ajuda a criar proximidade. Aquele recato de se degustar o outro. Talvez a historia que se segue não seja um relato preciso. Nem sequer exacto. Talvez, nem os dias correspondam a realidade. Talvez ele tenha contado a sua versão. Mas todas as histórias têm sempre uma ponta de verdade. Talvez ele, apenas, me tenha querido fazer compreender. Compreender o que é uma verdadeira alma gémea.
Naquela pequena vila ele pode perceber o quanto tudo teria sido diferente se não tivesse ido com a sua alma gémea. Tiveram tempo para se apreciar. Não perderam tempo com visitas turísticas. Daquelas com hora marcada para bem cedo. Não percorreram a noite. Não buscaram as multidões eufóricas de um sábado á noite. Na verdade, foi tudo simples. Como a própria história em si.
No primeiro dia, enamoraram mal invadiram o quarto. Não aguardaram por desarrumar a mala e por assentar a roupa impecavelmente no armário entreaberto. A exaltação já vinha da jornada de carro. Ali apenas descarregaram a sua ansiedade. A ansiedade de beijar o outro. De acariciar todo o corpo. Corpos húmidos. Talvez da chuva. Possivelmente do desejo. Apenas tiveram tempo de olhar o mar. Revolto. Como os seus próprios corpos. Fizeram um prólogo para a noite que se avizinhava. Puseram a garrafa de vinho ao lado da cama. Sorriram. Ninguém pensou em ir comprar presentes ou lembranças. Todas as lembranças estavam naquele quarto. Aquilo não foi o cumprir de uma obrigação. O desprazer de fazer o rotineiro sexo básico. Ninguém se arranjou primorosamente e detalhadamente para o jantar da primeira noite. O restaurante não era de primeira. Nem era necessário. È a companhia que faz o ambiente. Na verdade, ele nem se lembra do que comeu. Apenas se lembra da cara dela. E da perfeição dos seus seios. Escondidos por detrás de uma qualquer camisola. Abraçaram-se na avenida deserta. Encontraram o bar perfeito para acompanhar a conversa fluida. Contaram segredos. Partilharam emoções. Rememoraram o seu passado. Olharam para o presente. Sonharam o futuro. Repartiram tristezas passadas e alegrias futuras. Nunca ninguém olhou para o relógio. Ambos se esqueceram do telemóvel. O mundo só existia porque o vento fazia agitar as palmeiras junto do mar. Amaram-se toda a noite. Sem sono. Sem cansaço. So pelo prazer de sentir o outro.
No segundo dia, acordaram tarde. Fizeram sexo antes do banho. Com a saudade que quem se despede de um lugar. Ninguém esticou os lençóis. Ninguém alisou as fronhas. Apenas se enrolaram neles.Com o fogo de quem deseja o outro. Ele olhou-a a banhar-se. Admirou a sua beleza. Sentiu-se feliz. Apanhou as toalhas molhadas no chão da casa de banho. Cheirou-as levemente. O cheiro dela odorou-lhe ainda mais o seu desejo. Existem cheiros que sobrevivem. Ninguém desprezou o tempo a eleger a roupa que iria envergar. Esse tempo era excessivamente precioso. Ainda tiveram tempo para um pequeno-almoço tardio. Beijaram-se o dia todo. Abraçaram-se. Tocaram-se. Passearam de mão dada. Ninguém planeou uma visita guiada as sete da manha. Nem poderiam. Tinham feito sexo durante toda a noite. Não se desgastaram em múltiplas saídas com horas marcadas. Não olharam para vitrinas iluminadas. Não fizeram mais compras. Não correram para o hotel porque havia horas marcadas para o jantar. Não se olharam no vazio dos seus olhos cansados durante a fausta refeição. Não ficaram em silêncio durante toda a refeição. Não saíram para um pequeno bar para uma dança leve acompanhada por uma bebida e um regresso demasiado antecipado. Um regresso para dormir. Eles nunca dormiam apenas. Agora que ele se recorda, não tiraram uma única fotografia. As melhores lembranças ficam na memória. Não precisam de papel. Assim nunca amarelecem com o passar dos anos. Seguiram apenas pela estrada. Sem rumo e sem pressa. Apenas com aquele ar de tristeza. Apenas saudades de ver e confundir o ondulado do mar pelo meio do ondulado do cabelo dela.
Você com certeza já fez uma viagem destas. Eu já fiz. Todos fizemos. E compreendi o sentido da história. Estou a imaginar o vosso sorriso neste momento. Comparei-a com todas as minhas pequenas viagens de fim-de-semana. E percebi o que é ser uma alma gémea. Na vossa mente, passaram neste segundo todos esses momentos. Os vossos próprios instantes. Recordaram por  um breve segundos as circunstâncias e os ensejos que possuíam na altura. Também vocês já compreenderam. È tudo tão fácil de perceber. Não é necessário fazer nenhum teste de compatibilidade. Esta tudo ali naquela história. Ele tinha-me revelado tudo. Sem responder a uma única pergunta. Só me ocorreu uma palavra. Encantamento. O encanto, de quando você encontra uma pessoa que nos faz feliz. É alegrar-nos, ao ouvir a voz daquela pessoa. È observa-la, a passar e simplesmente sorrir. È tocá-la, e sentir seu calor. É abraçá-la, e sentir uma perfeita harmonia com a vida. É fazer amor, e sentir que o mundo parou. Nada mais existe naquele momento. Apenas duas pessoas. Dois corpos. Duas emoções. Um sentido. Encanto é saber e ter uma certeza imensa. Apesar de tudo e de todos. Encanto é passar horas deitado na cama, no chão, na relva, na praia, contando histórias e rindo até chorar. Encanto é achar que o outro é perfeito mesmo sabendo que isso não existe. Este encantamento é uma operação matemática. Remete para a adição. Soma um mais um. Mas o resultado nunca é dois. Porque o encantamento valoriza. Inflaciona os sentimentos. Estimula a pele. Aquece-nos. Muito. Por vezes demasiado.
Por muito que se queria o encantamento nunca se perde. È claro que eu acredito em fabulas. E porque não? Apenas temos que ter muito cuidado com nossas mudanças. Temos de estar constantemente abertos à paixão e ao amor pelo outro. Não nos fecharmos nos nossos problemas. Não transpomos para os outros. Não deixar a nossas tristezas enevoarem-nos a nossa visão do encantamento. Não ter medo de se entregar. E mesmo que isso aconteça o encanto permanece. Inerte e majestático. Apenas porque é puro ilusionismo. O coração faz de pomba que sai da cartola. E sai sempre. Apenas pela presença da nossa alma gémea. Não dói deixar-nos encantar. Como a própria palavra indica, é apenas algo de mágico. Mas não é uma ilusão.
E você já encontrou a sua alma gémea? Já se encantou eternamente? Espero que a história tenha ajudado a clarificar a sua visão. E porque não o seu coração. Não quer experimentar?

Fonte :João Carlos Santos -diassantoswordpress.com



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