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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Espiritualidade e a Mente - Prof. Renato Dias Martino


Palestra Ministrada no hospital Bezerra de Menezes, São José do Rio Preto.
Prof. Renato Dias Martino tem se dedicado à pratica clínica da psicanálise desde 2003. No exercício desse trabalho clínico, conta com a abordagem teórica da psicanalítica na corrente de Freud, Klein, Winnicott e Bion, como principal instrumento. Conduzindo esse pensamento através de constante estudo teórico aliado a prática clínica. Do resultado desse processo deriva o material usado para ministrar aulas de teoria psicanalítica, desenvolvimento da personalidade no ambiente universitário e também na coordenação de grupos de estudo na introdução à psicanálise. É autor de duas obras: "Para Além da Clínica" (2011) onde, trabalha com uma linguagem agradável e por vezes poética, num encontro entre a teoria e a prática das experiências emocionais que transcende a aplicação clínica dos conceitos psíquicos e "Primeiros Passos Rumo à Psicanálise" (1012) onde propõe uma visão introdutória dos conceitos psicanalíticos, num formato acessível ao leigo interessado no assunto, assim como um instrumento para aspirante a psicoterapeuta. Não obstante a obra se mostra ultil ferramenta para o psicanalista dedicado a prática clínica, em sua tarefa incessante de releituras da própria psicanálise.

Uma nova perspectiva


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O pavão tímido

Era uma vez... um tímido pavão, mas tão tímido que só abria sua cauda escondido, para evitar que alguém o visse. Um dia, esse pavão, certo de que ninguém o estava olhando, sente a necessidade de esticar suas plumas, e faz com a cauda um belíssimo círculo. Mas ele não estava sozinho. Próximo dali, havia um grupo de naturalistas, que ficam fascinados pela beleza, harmonia e variedade das cores de suas plumas. Aproximam-se para parabenizá-lo, mas o pavão, intimidado, escapa. Eles o alcançam e o asseguram que desejam somente mostrar sua admiração. O pavão não consegue acreditar. Por demais vezes um grupo de artificiais o tinha criticado quando fazia seu círculo com a cauda, gesto para ele tão natural. Os artificiais pensavam que queria se exibir, ostentando a vivacidade de suas cores, a expressividade de suas plumas, a amplidão de seu círculo.
O pavão agora compreende que os artificiais não são capazes de intuir a naturalidade de seu gesto, sabem intuir somente a ostentação.
Do livro: Metáforas para a evolução pessoal e profissional
Consuelo C. Casula vai ministrar o curso Pré-Congresso:
Coaching Ericksoniano - A arte de criar e usar metáforas

Desejo, apego e amor - Considerações entre Schopenhauer, Zen Budismo e W Bion

Possuindo conceitos muitas vezes embaralhados entre si, o Desejo apresenta várias interpretações em psicanálise - desde o sentido de um sujeito, até simplesmente uma tensão que visa a uma descarga motora. Arthur Schopenhauer, alemão do século XIX, provavelmente tenha sido o mais emblemático (e pessimista) Filósofo que versou sobre esse tema. No Zen Budismo, típica prática meditativa oriental, o Apego possui considerações muito particulares a seu respeito. E o que dizer sobre o Amor, este sentimento tão complexo e ao mesmo tempo tão simples? Para o psicanalista inglês W. Bion, é necessário trabalhar "sem memória e sem desejo". Qual a relação dessa frase com o Zen Budismo?

Estes serão apenas alguns dos tópicos que discutiremos no sétimo Curso Breve-2015 da EPP/ISF.

Com a presença do Filósofo Cristiano José da Silva, Monja Zentchu e o Psicanalista Alê Esclapes

Data/horário: 18/09/2015 - 14:00hs. Entrada franca, aberto ao público em geral e emissão de certificados que serão enviados posteriormente por e-mail mediante a solicitação. Lembramos que não é necessária a inscrição prévia para este evento.

Local da gravação: Auditório da Livraria Martins Fontes Paulista* - Av. Paulista, 509 (ao lado da estação Brigadeiro do Metrô - Linha Verde).

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Uma lição de um milhão de dólares

Eu havia voado para Dallas com o único propósito de visitar um cliente. O tempo era de suma importância e meus planos eram ir e voltar para o aeroporto o mais rápido possível. Um táxi impecável parou. O motorista correu para abrir a porta do passageiro e certificou-se de que eu estava confortavelmente sentado antes de fechá-la. Quando se sentou atrás do volante, mencionou que o Wall Street Journal, cuidadosamente dobrado ao meu lado, era para o meu uso. Mostrou-me  então várias fitas de música e perguntou que tipo eu apreciava. Ora! Olhei ao meu redor para verificar se havia uma câmera do tipo Topa Tudo Por Dinheiro escondida. Você não faria o mesmo? Eu não podia acreditar no atendimento que estava recebendo.
-- Com certeza, você se orgulha bastante do seu trabalho -- disse para o motorista. -- Você deve ter uma história para contar.
Ele tinha.
-- Eu costumava trabalhar na Corporate America -- começou. -- Mas fiquei cansado de pensar que o melhor que eu podia fazer nunca seria bom o suficiente, rápido o suficiente ou devidamente valorizado. Decidi encontrar meu lugar na vida, onde pudesse sentir orgulho de ser o melhor que eu pudesse. Eu sabia que eu nunca seria um cientista, mas adoro dirigir carros, ser útil e sentir que fiz um bom trabalho no fim do dia.
Depois de avaliar seus recursos pessoais, decidiu ser motorista de táxi.
-- Não apenas um motorista de táxi comum -- continuou -- , mas  um motorista de táxi profissional. De uma coisa estou certo: para ser bom no meu trabalho eu poderia apenas corresponder às expectativas dos passageiros. Porém, para ser excelente no meu trabalho, tenho de superar as expectativas dos clientes. Gosto mais da sensação de ser "excelente" do que ficar apenas na média.
Será que lhe dei uma boa gorjeta? Pode apostar que sim. A Coporate America saiu perdendo, mas as pessoas que viajam saíram lucrando.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Interpretação




Lembro-me de quando fui a uma entrevista de trabalho em Londres, há muitos anos. Quando saí da entrevista, se alguém tivesse pedido minha opinião sobre o entrevistador, eu teria respondido com algo muito semelhante a "Ele me ignorou".
O que ele fez, na verdade, foi girar a cadeira de um lado para o outro da janela toda vez que me fazia uma pergunta.
Na época, eu acreditava que "Ele nem olhou para mim, não está interessado em mim para preencher o cargo!"
O que eu não sabia, mas acabei descobrindo quando entrei para o departamento, era que essa era a sua forma de se concentrar na conversa. Em sua percepção, ele não estava me ignorando.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A dois dedos do afogamento


Alguns amigos convidaram Nasrudin para um piquenique. O bom humor imperava, e o almoço sobre a relva foi dos mais perfeitos. Mas a animação do grupo foi interrompida por um incidente que fez todo mundo correr em direção a um rio próximo.
Um desconhecido tinha escorregado e estava dentro da água, profunda e lodosa naquele ponto. De todos os lados correram em seu socorro.
– Dê sua mão! Dê sua mão! – gritavam-lhe.
Nenhuma reação da parte do infeliz, que não sabia nadar e tudo que fazia era engolir água.
Estava a dois dedos de afogar-se quando Mulla apareceu. Reconheceu o sujeito assim que o viu.
– Afastem-se todos e deixem comigo! – gritou, dirigindo-se à multidão.
Estendeu a mão direita para o homem que se debatia e lhe disse:
– Pegue minha mão!
Num rápido impulso, o desconhecido agarrou-se à mão estendida de Mulla, que o tirou do rio.
Nesse meio tempo, os curiosos tinham-se aglomerado e perguntavam em voz alta:
– Explique-nos, Mulla! Por que ele não nos deu a mão, mas agarrou a sua imediatamente?
– É muito simples – respondeu Nasrudin. – Eu o conheço há muito tempo: é um sujeito de uma avareza sórdida. Então vocês não sabem que os avarentos costumam tomar, e não dar? Foi por isso que não lhe pedi que me desse a mão, mas que pegasse a minha.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Vocação

Era uma vez um belo jardim com maçãs, laranjas, peras e lindas rosas. Tudo era alegria no jardim, com exceção de uma árvore que estava profundamente triste. A árvore tinha um problema: “Não sabia quem era, nem o que tinha de fazer.”
A macieira lhe disse que era muito fácil fazer saborosas maçãs. "Por que não tentar?"
“Não a escute, lhe disse a roseira. É melhor ter rosas. Não vê como elas são belas?”
E a árvore desesperada, tentava tudo o que lhe sugeriam, porém não lograva ser como as demais, se sentia cada vez mais frustrada.
Um dia chegou ao jardim uma coruja, o mais sábio dos pássaros, e ao ver o desespero da árvore, exclamou:
-Não se preocupe, seu problema não é grave, muitos seres sobre a Terra o têm. Vou lhe mostrar uma nova possibilidade:
- "Não dedique sua vida para ser como os outros querem que você seja ... Busque ser você mesmo, conhecendo e ouvindo a sua voz interior, ela irá dizer-lhe qual é a sua vocação, a sua missão nesta vida." E dito isso, a coruja desapareceu.
- Minha voz interior...? Ser eu mesmo?... Conhecer-me?... Vocação?... Missão?...
Perguntava a si mesmo a árvore desesperada, quando de repente ela percebeu ... E fechando os olhos e os ouvidos, pode abrir o seu coração, e ouvir uma voz interior dizendo:
"Você jamais dará maças porque você não é uma macieira, nem irá florescer a cada primavera, porque você não é uma roseira. Você é um carvalho, e seu destino é crescer grande e majestoso. Proporcione abrigo para pássaros, sombra para os viajantes, beleza para a paisagem ... Essa é a sua vocação .. É para isso que você nasceu. Descubra como se manifestar e cumpra a sua missão."
A árvore se sentiu forte e segura de si mesmo e se preparou para ser tudo aquilo para o qual foi concebida. Assim, logo cresceu e passou a ser admirada e respeitada por todos.
Só então o jardim ficou completamente feliz.

Um conto da Índia.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Helen Keller e o Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker - 2000)


Helen Keller e o Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker - 2000)


O filme The Miracle Worker (sem distribuição no Brasil, produzido para TV em 2000 nos EUA, dirigido por Nadia Tass), retrata a descoberta do processo de comunicação para pessoas com surdo-cegas através de uma de uma "linguagem de toque com dedos e mãos", coisa mesmo para jamais se esquecer na vida, pois nascia ali uma nova realidade para a Humanidade: a descoberta de um método para ensinar cego-surdo-mudo a se comunicar.

Trata-se de um "remake" de dois filmes sobre o mesmo tema: "The Miracle Worker", produzido em 1962, dirigido por Arthur Penn, distribuído no Brasil com o título O Milagre de Anne Sullivan; e "The Miracle Worker", também produzido para TV em 1979, dirigido por Paul Aaron, que em 1984 teve ainda uma seqüência com o título "Helen Keller, The Miracle Continues".

Outro filme também sobre esse tema é "Black" (Black - 2005), uma produção da fantástica indústria cinematográfica indiana, dirigido por Sanjay Leela Bhansali, classificado pela IndiaTimes entre os 25 melhores filmes de Bollywood.

Enobrecedor e comovente, essa inspiradora história de coragem e esperança é um dos melhores trabalhos de arte na história do cinema. Presa em um assustador, solitário mundo de silêncio e escuridão desde a infância, a garota de 7 anos Helen Keller nunca chegou a ver o céu, escutar a voz de sua mãe, ou mesmo expressar seus mais profundos sentimentos.

É então que chega Anna Sullivan, uma professora de 20 anos de idade, vinda de Boston. Tendo apenas recentemente encontrado um novo caminho para sua vida, Annie consegue entrar em contato com Helen pelo poder do toque a única ferramenta que elas têm em comum, e guia sua corajosa pupila numa milagrosa jornada de medo e isolação para a felicidade e para a luz.


No Brasil o processo de comunicação para surdos na modalidade gestual é LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Na modalidade tátil (para surdo-cegos) os sinais são aplicados com o toque nas mãos.

Pessoas surdo-cegas utilizam também o Tadoma, um método de comunicação em que a pessoa coloca o polegar na boca do falante e os dedos ao longo do queixo. Helen Keller usou também uma forma de Tadoma.

Costuma ser referido como "leitura labial tátil”, que é como a pessoa surdo-cega sente o movimento dos lábios, bem como as vibrações das cordas vocais, soprando das bochechas e do ar quente produzido por sons nasais, como N e M.

Em alguns casos, principalmente se o falante sabe linguagem gestual, o surdo-cego pode usar o método Tadoma com uma mão, sentindo a face do falante, e ao mesmo tempo pode usar sua outra mão para sentir o falante “assinar” (linguagem de toque com dedos e mãos) as mesmas palavras.

Dessa forma, os dois métodos se reforçam mutuamente, dando à pessoa surdo-cega uma melhor chance de entender o que a pessoa falante está tentando comunicar.


Helen Adams Keller (Tuscumbia, 27 de Junho de 1880 - Westport, 1 de Junho de 1968) foi uma escritora, conferencista e ativista social norte-americana. Foi a primeira pessoa surda a conquistar o bacharelado em Artes.

Tornou-se uma célebre e prolífica escritora, filósofa e conferencista, personagem famosa pelo extenso trabalho que desenvolveu em favor das pessoas portadoras de deficiência.

Viajou muito e expressava de forma contundente suas convicções. Membro do Socialist Party of America e do Industrial Workers of the World, participou das campanhas pelo voto feminino, direitos trabalhistas, socialismo e outras causas de esquerda. Ela foi introduzida no Alabama Women's Hall of Fame em 1971.

Em 1902 estreou na literatura publicando sua autobiografia A História da Minha Vida. Depois iniciou a carreira no jornalismo, escrevendo artigos no Ladies Home Journal. A partir de então não parou de escrever. Em 1904 graduou-se bacharel em filosofia pelo Radcliffe College, instituição que a agraciou com o prêmio Destaque a Aluno, no aniversário de cinqüenta anos de sua formatura.

Ao longo da vida foi agraciada com títulos e diplomas honorários de diversas instituições, como a universidade de Harvard e universidades da Escócia, Alemanha, Índia e África do Sul. Em 1952 foi nomeada Cavaleiro da Legião de Honra da França. Foi condecorada com a Ordem do Cruzeiro do Sul, no Brasil, com a do Tesouro Sagrado, no Japão, dentre outras.

Foi membro honorário de várias sociedades científicas e organizações filantrópicas nos cinco continentes. Socialista, era filiada ao Partido Socialista da América (SPA), onde desenvolveu uma intensa luta pelo sufrágio universal, ou seja, pelo direito a voto às mulheres, negros, pobres etc. Em 1912 se filiou à Industrial Workers of the World (IWW ou "Os Wobblies"), passando a defender um sindicalismo revolucionário.



Helen Keller e o Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker - 2000)

Céu ou inferno?

Mullah Nasrudin sonhou que estava no céu e que tudo a sua volta era muito bonito e fácil. Só encontrava beleza e não precisava fazer esforço para nada, bastava desejar uma coisa - qualquer coisa - e ela aparecia.
Nasrudin tinha tudo o que queria e estava super satisfeito. Os milagres aconteciam sempre que desejava. Foi bom demais por algum tempo, até que ele começou a se entediar, deixou de achar graça naquela vida. Aí resolveu procurar algum problema, qualquer situação que lhe aborrecesse ou até lhe fizesse ficar deprimido, porque já não suportava mais tanta maravilha.
Não encontrou nada que lhe perturbasse. Passou a procurar um trabalho para fazer, uma responsabilidade qualquer e não havia nada, porque tudo era perfeito.
No seu sonho Mullah Nasrudin gritou: - Não aguento mais! Estou cheio de não fazer nada e de ter tudo! Preferiria estar no inferno!
E uma voz lhe respondeu:
- E onde é que você pensa que está?

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Como lidar com a solidão do caminho espiritual ...




"Para aqueles que são orientados espiritualmente não é incomum se sentir um pouco desconectado das outras pessoas, a experiência de solidão é quase um subproduto natural do despertar espiritual. 

Embora possamos estar conectados ao nosso sistema de orientação interna, também podemos nos sentir um pouco deslocados na sociedade moderna onde o materialismo, o consumismo e a negatividade reinam supremos. Se você está passando por um processo de despertar, ou se já passou, então você certamente vai saber o que se sente ao ser rejeitado pelo rebanho.

Dessa forma, como podemos manter um sentimento de unidade com todos se estamos nos sentindo emocionalmente separados?

Aqui estão algumas maneiras úteis de lidar com a solidão do caminho espiritual:
1) A própria realidade é apenas uma peça de teatro na consciência. É tudo um sonho.
Você está sonhando agora. Você não está sonhando no sentido de que o seu corpo está dormindo, mas você está sonhando no sentido de que, quando você morrer, você vai acordar em uma nova dimensão. 
Você vai perceber que a sua vida e sua jornada foram tudo um grande jogo que foi instalado para que você pudesse evoluir como uma alma. Alimentar e ganhar uma perspectiva como esta, realmente ajuda a lidar com a solidão, porque permite lembrar que a vida é uma projeção de nossa consciência.
Não leve as coisas tão a sério! Aprenda com o sonho, ouça e explore-o, mas não deixe que o conteúdo do sonho segure você.

2) Agir através do amor e não do medo
Não deixe que pensamentos como “Eu sempre vou ficar sozinho”, “Eu nunca vou encontrar um bom grupo de amigos” ou “Eu nunca vou ter alguém com quem me relacionar” dominar sua consciência. O problema de usar o medo como um motivador na vida é que a tomada de decisões através do medo empurra as coisas que queremos para longe
. Por exemplo, se temos medo de ficarmos sozinhos, nós realmente atrairemos mais solidão em nossas vidas.
Será que alguém realmente quer ser energeticamente atraído por um campo de energia de medo e auto-piedade?
Crie um espaço de autoconfiança e amor em sua vida, pois o Universo responde àquilo que você transmite.

3) Seguir o fluxo
A vida na sociedade moderna é sempre muito frenética. Mas não há necessidade de pressa e de tentar ganhar a corrida dos ratos. Lembre-se, não há nenhum lugar que você precisa estar, nada que você precisa fazer e ninguém para impressionar. Às vezes causamos ansiedade a nós mesmos mantendo-nos à altura das expectativas que a sociedade nos impõe. Você não precisa de um grupo de 10 amigos que se reúnem a cada fim de semana. Você não precisa de um relacionamento brilhante. Criar expectativas de conseguir uma vida assim só gera estresse e frustração.
Aprender a deixar fluir e relaxar será uma das melhores coisas que você pode fazer para criar uma vida feliz para si mesmo. Siga sua intuição e faça as coisas que vêm naturalmente para você. A vida é sobre uma jornada. Trabalhe com o universo, siga seu coração e mantenha-se aberto às possibilidades.

4) Buscar outras alternativas
Lembre-se sempre, há muitas pessoas espiritualizadas lá fora. Não desanime se você ainda não encontrou nenhuma dentro do seu círculo. Tome uma atitude para com a vida que você quer e procure por novas experiências através de caminhos diferentes. Faça uma aula de yoga ou um curso de terapia alternativa. Junte-se a uma comunidade espiritual local ou até mesmo online. Faça um trabalho voluntário em algum projeto que você acredite que vale a pena. Enfim, deixe todas as suas portas abertas para o novo.

Não é incomum se sentir sozinho ou excluído em nossa sociedade, especialmente se você tem visões e crenças alternativas.
 Não se sinta mal por isso, a auto-piedade é inútil. Sinta-se feliz por você ter coragem de ser você mesmo em um mundo onde a individualidade é suprimida. Sinta-se animado, contando que seja íntegro você só terá relacionamentos incríveis, há milhões de pessoas que se sentem dessa mesma maneira. Se você estiver disposto a dar um passo pra fora da zona de conforto e fazer essas conexões acontecerem, o universo fornecerá o apoio que você precisa."

Texto de Steven Bancarz | Adaptado e traduzido por Despertar Coletivo | Via: The Spirit Science)

A compulsão de querer controlar a vida alheia .....


"Para ser bom mestre não é preciso fazer seguidores ou discípulos, nem mesmo possuir cortejos ou comitivas, mas simplesmente fazer com que cada ser descubra em si mesmo o seu próprio guia. 
Não devemos ditar nossas regras aos indivíduos, mas fazer com que eles tomem consciência de seus valores internos (senso, emoções e sentimentos) e passem a usá-los sempre que necessário. Essa a função dos que querem ajudar o progresso espiritual dos outros.

Os indivíduos portadores de uma personalidade orgulhosa se apoiam em um princípio de total submissão às regras e costumes sociais, bem como o defendem energicamente. Utilizam-se de um impetuoso interesse por tudo aquilo que se convencionou chamar de certo ou errado, porque isso lhes proporciona uma fictícia “cartilha do bem”, em que, ao manuseá-la, possam encontrar os instrumentos para manipular e dominar e, assim, se sintam ocupando uma posição de inquestionável autoridade. 

Quase sempre se autodenominam “bem intencionados” e sustentam uma aura de pessoas delicadas, evoluídas e desprendidas, distraindo os indivíduos para que não percebam as expressões sintomáticas que denunciariam suas posturas de severos críticos, policiais e disciplinadores de consciências.

A compulsão de querer controlar a vida alheia é fruto do nosso orgulho.

O ser amadurecido tem a habilidade perceptiva de diagnosticar os processos pelos quais a evolução age em nós; portanto, não controla, mas sim coopera com o amor e com a liberdade das leis naturais. Muitos de nós convivemos com criaturas que tentam cuidar do nosso desenvolvimento espiritual, impondo controle excessivo e disciplina perfeccionista, não respeitando, porém, os limites de nossa compreensão e percepção da vida.

São “censuradores morais”, incapazes de compreender as dificuldades alheias, pois não entendem que cada alma apenas pode amadurecer de acordo com seu potencial interno.Não julguemos, com nossos conceitos apressados, as pessoas e os acontecimentos à nossa volta; antes, aguardemos com calma e façamos uma análise mais profunda de cada situação. Assim agindo, poderemos avaliar melhor todo o contexto vivencial.

Nosso orgulho quer transformar-nos em super-homens, fazendo-nos sentir heroicamente estressados, induzindo-nos a ser cuidadores e juízes dos métodos de evolução da vida excelsa e, com arrogância, nomear os outros como desprezíveis, ociosos, improdutivos e inúteis. Poderemos “agir no processo” de formação e progresso das criaturas, nunca “forçar o processo” ou criticar seu andamento.

Comportamentos como a crítica moralista, o desejo de reformar os outros e o controle do que se deve ou não fazer, revelam os traços de caráter dos indivíduos orgulhosos e ainda distanciados da autêntica cooperação no processo de evolução, que não os deixam perceber o que ocorre na intimidade das criaturas.

Nada é inútil no Universo. A divindade age sem cessar em solicitude e consideração a cada uma de suas criaturas e criações.

O progresso da humanidade é inevitável. Todos estamos progredindo e crescendo, ainda que, algumas vezes, não nos apercebamos disso."

Hammed

Turbulencias: catalisadoras de mudança...



"Na travessia da existência, todos nos deparamos com momentos e situações de turbulência, em que o chão parece ruir e em que nos sentimos sem forças para seguir caminhando.

Uma primeira diferenciação que devemos fazer nestes momentos de turbulência é aquela entre realidades externas e realidades internas. As perturbações que você sente estão fora ou dentro de você?

Independentemente do que ocorre fora de nós, sempre é mais importante a maneira como reagimos às circunstâncias em que nos encontramos. Assim, podemos nos ver em meio a uma situação de calamidade natural, familiar ou emocional; mas se estivermos centrados e conectados com nosso ser real, estas calamidades não serão capazes de roubar nosso equilíbrio e não conseguirão exercer controle sobre nós.

Quando nos encontramos num período ou situação turbulenta, uma das primeiras providências que pensamos em tomar é mudar nossas circunstâncias externas. Assim, mudamos de casa, cidade, emprego, parceiro, buscamos novas atividades em nossa rotina. As mudanças externas podem servir como medidas temporárias de reequilíbrio interno, mas caso não mergulhemos mais fundo, e não analisemos a real fonte de nossa perturbação, que é sempre no cerne do ser, em pouco tempo nos veremos capturados pelos mesmos tipos de turbulência. 

Novamente seremos tomados pelos pensamentos e emoções daninhas, que mais uma vez nos controlarão e nos tornarão pesarosos. Isto porque não há mudança externa que substitua o que deve ser realmente mudado: nós mesmos.

Frente às grandes tempestades da vida, é necessário reverter a equação: ao invés de mudar o mundo, mudar a si mesmo. Se não podemos mudar certas situações difíceis, podemos mudar a nós mesmos, para que consigamos atravessar estas situações mais fortalecidos. O Ser sempre é mais importante que as circunstâncias, e tem o poder de se mover para além delas.

A consciência, ou o Ser real, é mais do que o corpo, as emoções ou a mente. É um centro equilibrado de paz, que comanda seus veículos de manifestação densos e sutis. É a fonte plena da vida e da auto percepção serena.

Um dos grandes perigos nas situações turbulentas é quando começamos a nos identificar com nossos pensamentos. Os pensamentos nos falam a todo momento, gritam, exigem, questionam, movem-se o tempo todo, não descansam, não têm paz. Há um dizer do Yoga que compara a mente humana a um macaco bêbado mordido por um escorpião. Assim é a nossa mente: quando identificamos nosso Ser com ela, não temos paz, apenas turbulência e inquietação.
 Os pensamentos tomam o controle sobre nosso eu, e em situações difíceis, a reação típica é a de sentirmo-nos vítimas dos outros, das circunstâncias ou do destino. Começamos a distribuir culpas, acumular mágoas, e sentir pena de nós mesmos. O coração se torna pesado, as emoções se acinzentam e a vida, ao invés de fluir com a leveza que lhe é inerente, parece se arrastar. Sentimo-nos insatisfeitos, incompletos e infelizes.

Quando nos deixamos capturar pelas turbulências externas ou internas, fechamo-nos ao novo e criamos bloqueios que impedem a vida de fluir. Quando enxergamos a vida e os outros como inimigos, estamos deixando de aceitar a bondade que a vida diariamente nos traz.

O primeiro e mais fundamental passo para a mudança interna é a total honestidade consigo mesmo. E o passo seguinte é a compreensão e a aceitação da realidade encontrada. A honestidade para consigo e a aceitação das verdades de si trazem um grande senso de liberdade para o ser, como se um peso lhe estivesse sendo tirado da alma. E conseguimos novamente fazer as pazes com nossa presente condição.

A mente costuma nos contar histórias baseadas em condicionamentos e eventos passados, prendendo-nos a padrões negativos de raiva, tristeza e confusão. Precisamos nos perguntar: o que há em mim que sempre me prende a estas situações? Frequentemente nossas prisões mentais e emocionais tiveram origem em eventos passados, sobre os quais acumulamos camadas e camadas de reações conscientes e inconscientes, e que precisam ser removidas até que se chegue à origem de nossa dor.

Se algo lhe feriu no passado, e lhe prende em emoções daninhas até hoje, é necessário perdoar e esquecer, como se estivesse morrendo para o passado e renascendo para novas perspectivas. Quebrar com padrões negativos trazidos do passado não é fácil, mas basta que nos disponhamos a olhar para eles sob um novo prisma. E enquanto não conseguimos transformar estas memórias, vale ao menos procurar desapegar-se delas, desligando-se das mesmas e parando de alimentá-las.

O mergulho para dentro de si pode ser realizado de forma segura com práticas meditativas, espiritualistas e terapêuticas que se pautem em verdades luminosas e valores elevados, como o amor, a conexão, a fraternidade e o perdão. Transformar-se é um ato de coragem que requer muita fé em si mesmo, na vida e em um poder maior. Em meio à escuridão, estes valores maiores são luzes que nos guiam e que dão sustentação ao Ser.

A reconexão com nosso interior é uma necessidade de primeira ordem para o resgate de nossa paz original. Quando nos identificamos com as coisas e com os outros externos, esquecendo-nos de nós em meio a tudo e todos com quem nos relacionamos, nossa paz interior é roubada. Um bom trabalho sobre si permite que façamos as pazes com o nosso presente e que nos movamos para as relações com o mundo de forma positiva, frutífera e saudável.

Tudo no universo é conectado por uma energia que vibra e reverbera. Se eu não for capaz de melhorar a mim mesmo, torno-me um peso para os outros. Já se meu ser estiver preenchido e equilibrado, estarei servindo não só a mim mesmo, mas também ao Todo – pelos contatos presenciais e também pelas vibrações sutis positivas que, quando estamos bem conosco, emanamos, e que viajam até onde sequer podemos imaginar."
Sonal Shah

Os Efeitos do Pensamento....



"O efeito imediato do pensamento sobre o nosso corpo, espírito, trabalho, felicidade, enfim, sob todos os aspectos da vida, é tão indiscutível que se torna desnecessário demonstrar.

A experiência, porém, tem revelado que muitos estudantes não se apercebem do poder que o pensamento exerce sobre suas ações e, consequentemente, sobre o resultado dessas ações. Não é, portanto, demasiado tratarmos, embora ligeiramente, desse assunto.

Um pensamento, alguém já o disse, é o início de uma ação. Tudo que executamos é consequência de um pensamento que alimentamos em nossa mente. Podemos praticar um ato sob qualquer impulso momentâneo, porém, esse impulso é resultado de um pensamento ou pensamentos que previamente surgiram em nossa mente.

A mente subconsciente é um centro de extraordinário poder e energia. É uma força cega e atua por sugestão. Em outras palavras, age pelas impressões que recebem da mente objetiva e, portanto, a espécie de ação que produz, no plano físico, depende da espécie, boa ou má, dessas impressões, pensamentos ou sugestões.

À vontade e o sentido moral devem iniciar sua obra defensiva por pensamentos e não por ações, porque dos primeiros derivam-se às últimas. Por conseguinte, quem mantém pensamentos de pessimismo só pode expressar melancolia e fracasso; quem mantém pensamentos de falta de saúde, só pode manifestar enfermidades e transtornos reais, em seu organismo.

Se um jovem diz: “tenho medo de não poder executar qualquer trabalho”, fracassará. Porém, se ao contrário, afirma a si mesmo que pode realizá-lo, então a sua mente subconsciente fará todo o possível para ajudá-lo a vencer, e se não aspira qualquer coisa muito acima do seu desenvolvimento, conseguirá o que deseja, com toda certeza.

Os bons pensamentos geram boas ações e os maus, ao contrário precisamente; portanto, é no domínio do pensamento que reside o domínio de si mesmo. Todos os vícios, derivam-se dos maus pensamentos. A única maneira de adquirir virtudes é permitir pensamentos construtivos e positivos, acompanhados de correspondentes e adequadas ações.

Se numa manhã chuvosa alguém diz: “que manha horrível” essa manha será horrível e bem assim para os outros, porque, deste modo, criou uma sugestão de tristeza e desolação para si e para quantos o ouviram.

Se, entretanto, esse alguém imagina que o tempo poderia ser muito pior, que a chuva é muito útil ao campo, que o sol brilha no seu máximo esplendor por trás das nuvens e que tudo é perfeito no mundo, eximirá ditoso e feliz, e tornará os demais ditosos e felizes, graças às irradiações benéficas do seu pensamento.

Do mesmo modo, se alguém afirma a sua consciência: “hoje, sinto-me muito mal”, sua mente subconsciente age em absoluta concordância com esta afirmativa. A ordem é transmitida imediatamente aos milhões de minúsculos e laboriosos trabalhadores, cuja função é reparar, construir e manter a saúde orgânica e, neste caso, agem de acordo com a mensagem expedida.

Todo o sistema se deprime, diminui a vitalidade, decresce o poder de resistência de tal maneira que o corpo torna-se passível e em condições favorável a primeira infecção que se apresente.

Se ao contrário, alguém que não se sente muito bem, respire profundamente e ao executar esta prática repete: “o infinito é a minha saúde”, e mantém em sua mente o pensamento ou a imagem da saúde perfeita, se sentirá imediatamente melhor. A ordem: “manifesta-te, saúde perfeita!” será expedida telepaticamente a todo o corpo e a obediente falange de ativos trabalhadores receberá sua corrente de inspiração que os estimulará a trabalhar em benefício do paciente.

Igualmente, alguém que assevere: “estou certo de que não conseguirei este negócio”, sugere a si mesmo o seu pensamento. Todos os atos tenderão inconscientemente para esse fim e inevitavelmente fracassará. Mas, aquele que, em circunstâncias semelhantes, disser resolutamente: “ninguém ousará embaraçar os meus negócios; farei com que os meus produtos ou os meus serviços sejam tão bons que todos os meus clientes, em benefício da sua própria conveniência, continuarão a negociar comigo”, se sentirá inspirado pela sua própria sugestão, trabalhará e tornará os seus serviços tão indispensáveis ao público que, certamente acabará vencendo.

Vamos, pois que os pensamentos modificam nossa vida, e que com a simples fiscalização dos pensamentos, podemos dirigir as ações e, por meio desta, mudar o rumo do nosso destino e até o próprio ambiente.

A filosofia do Reto Pensar é de um valor incalculável.
 Ensina que os pensamentos mantidos na mente atraem, de acordo com a lei das vibrações, o material para a sua expressão objetiva; o que está presente na mente, com intensa claridade de pensamento e visão interna, manifesta-se na vida; cada modalidade de pensamento produz um fruto de sua própria espécie. Ensina que se existe confusão de pensamentos na mente, experimenta-se confusão e desarmonia na vida e, conforme os pensamentos e a visão mental, malogra-se ou glorifica-se a existência.

A prática de o Reto Pensar, além de exercitar a mente, harmoniza os pensamentos com as Leis Imutáveis que regem o Universo, e assim, concede na vida o maior bem, a verdadeira felicidade, o único êxito que realmente satisfaz."

 Henry Thomas Hamblin
Via :

O camponês e o poço

Era uma vez... um camponês que necessita de água para irrigar seus campos. Logo, decide escavar até a encontrar.
No primeiro dia, escava por volta de cinco metros, mas não encontra água.
No dia seguinte, desiludido pelo cansaço do dia anterior, escava num outro ponto do seu jardim por volta de dois metros. Mas por ali também não sai água.
No terceiro dia, cada vez mais frustrado pelo resultado dos dias anteriores, escava num terceiro ponto por uns 15 metros e também dessa vez não encontra água.
No dia seguinte, enquanto se prepara para começar a escavar em um outro canto do jardim, um amigo o faz notar que ele teria mais probabilidades de encontrar água aprofundando um buraco já cavado do que escavando todo dia um novo buraco em lugares diferentes.

Do livro: Metáforas para a evolução pessoal e profissional
Consuelo C. Casula (link is external) vai ministrar o curso Pré-Congresso:
Coaching Ericksoniano - A arte de criar e usar metáforas

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Saber escolher!


Certa vez Nasrudin se viu em grandes apuros. Em uma viagem através de um país estranho foi confundido com um malfeitor foragido da justiça. Foi preso e condenado à morte.
Nasrudin quase não teve tempo de acreditar no que acontecia. Quando enfim percebeu a gravidade da situação, colocou sua intuição no sentido de se livrar daquilo. A forma, ele nem imaginava.
Como era comum naquele país, o condenado tinha o direito de satisfazer a sua última vontade.
Quando foi perguntado qual era a sua última vontade, Nasrudin disse:
"Escolher a forma da minha morte!"
O Juiz disse a Nasrudin: "Você foi condenado à morte e a forma como isso se dará não é relevante na questão. De que forma você quer morrer?"
Nasrudin, aliviado, respondeu:
"De velho!"

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Leandro Karnal - o medo à liberdade e a alma humana – dos ditadores à autoajuda

Conteúdo extraído do site: http://www.cpflcultura.com.br/evento/...

Link Oficial: https://vimeo.com/141553743

Vaca sagrada

Em 1978, meu carro precisava de alguns reparos que eu mesmo não podia fazer. A oficina mecânica aonde eu costumava levar meu carro havia fechado; portanto me vi frente à desanimadora tarefa de procurar um mecânico bom e honesto. Eu estava preocupado por causa da – talvez injusta – reputação dos mecânicos de exploradores. Felizmente, meu amigo Dave me deu uma indicação: Auto Mecânica D.
Fiquei agradavelmente surpreso ao descobrir que o proprietário da D era um mecânico que tinha trabalhado em meu carro várias vezes no passado. Naquela época, ele trabalhava em um posto de gasolina perto da minha casa. Na realidade, eu nunca havia falado muito com ele antes, mas sabia que seu trabalho era bom.
Preenchi os papéis para o conserto e esperei enquanto D falava ao telefone com outro cliente. Enquanto estava ali sentado, dei uma olhada no pequeno escritório para me manter ocupado. Um artigo de jornal emoldurado chamou a minha atenção. A manchete dizia: “Criador de gado leiteiro na vizinhança mata todo o rebanho”. O artigo era sobre o feito de um fazendeiro, que pertencia à quinta geração de uma tradicional família criadora de gado leiteiro, durante o pânico que a ameaça de contaminação do leite gerou em Michigan muitos anos antes. Aparentemente, o gado leiteiro estava sendo contaminado por uma doença que afetava o suprimento de leite. A situação havia ficado séria o suficiente para que o Estado decidisse investigar se as vacas de Michigan estavam infectadas. Os lobistas que representavam os produtores de leite protestaram e o Estado teve que voltar atrás em sua decisão. Parecia que ia levar meses de manobras políticas antes que o dilema pudesse ser resolvido. Neste ínterim, os fazendeiros podiam continuar a vender leite e também o gado para o corte.
Aquele fazendeiro em especial decidiu que essa estratégia não ia funcionar com ele e escolheu outro caminho. Pagou para que todas as suas vacas fossem examinadas. De todo o rebanho, apenas algumas foram consideradas infectadas. Como ninguém podia garantir que as outras vacas estivessem livres da doença, ele ordenou que todo o rebanho fosse morto e enterrado num lugar que não pudesse prejudicar o meio ambiente ou o reservatório de água. O seguro do fazendeiro não cobriu a perda, pois o Estado não havia feito um pedido para que ele se desfizesse do rebanho. Quando lhe perguntaram por que havia feito isso, o fazendeiro respondeu:
– Porque era a coisa certa a fazer.
Perguntei a D por que ele exibia esse artigo na parede. Pensei que tivesse alguma ligação com o fazendeiro ou que o conhecesse. Ele disse que nunca o havia conhecido, mas que o fazendeiro era uma inspiração para ele e havia estabelecido um novo padrão de integridade, confiança e honestidade. Disse que era assim que ele agia no seu negócio e que gostaria que as pessoas dissessem sobre ele o mesmo que ele disse sobre o fazendeiro.
Fiquei duplamente impressionado com ambos, com o fazendeiro e com D. No ano seguinte, a meu conselho, meu filho começou um aprendizado de nove meses na oficina de D. Eu queria que meu filho estudasse com ele não apenas porque era um bom mecânico, mas principalmente porque era um homem honesto e íntegro. Que o mesmo possa ser dito sobre mim um dia.

Dennis J. McCauley
Do livro: Espírito de Cooperação no Trabalho

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Reflexões e o sentido da vida por Viktor Emil Frankl

"Encontrei o significado da minha vida, ajudando os outros a encontrarem o sentido de suas vidas.” (Viktor Emil Frankl)

REFLEXÕES

“Até que ponto sou livre?”
pergunta o homem ao seu Criador.

“Não posso despojar-me do meu corpo,
não posso renegar minhas origens,
não posso fugir do meu ambiente,
não posso escapar do meu tempo.”
“Tu não és livre de tuas condições,
responde Ele,
porém, tu és livre para te posicionares
diante de teus condicionamentos.
E isto é muito além do que jamais concedi.”

“Quando giro em torno de mim mesmo, percorro um caminho infinito,
que não leva a lugar algum.
Porém, ao distanciar-me de mim mesmo, percebo o caminho
para a pessoa que gostaria de ser.”

“Há uma responsabilidade diante de meus atos:
sou responsável pelo que faço, digo, decido...
Mas há também uma responsabilidade
pela maneira como os faço:
sou responsável pelo modo como vivo, amo e sofro...”

“O corpo não pode ser construído,
mas o mal-estar físico pode ser mitigado.
A alma não pode ser consertada,
mas o distúrbio psíquico pode ser curado.
O espírito não pode ser produzido,
mas a dimensão espiritual pode ser despertada.”
“O que é genuíno não pode ser desmoralizado,
o que não é mascarado não pode ser desmascarado,
o que tem sentido não pode ser questionado.”

“Um corpo estranho penetra na concha, ferindo-a.
A areia áspera machuca sua carne.
A concha sofre.
A concha tenta expelir o intruso e fracassa.
O grão de areia fixou-se.
A dor não pode ser eliminada.
Então o animal, a partir do âmago da sua natureza,
busca a força para transformar o sofrimento em triunfo.
Do sofrimento e da aflição,
da seiva de suas lágrimas, surge,
em longos processos de crescimento interior,
a pérola.”

Textos retirados do livro “Tudo tem seu sentido”
Coleção Logoterapia
Elisabeth S. Lukas

Ética para a nova era.. de Leonardo Boff

"Nenhuma sociedade no passado ou no presente vive sem uma ética. Como seres sociais, precisamos elaborar certos consensos, coibir certas ações e criar projetos coletivos que dão sentido e rumo à história. Hoje, devido ao fato da globalização, constata-se o encontro de muitos projetos éticos nem todos compatíveis entre si. Face à nova era da humanidade, agora mundializada, sente-se a urgência de um patamar ético mínimo que possa ganhar o consentimento de todos e assim viabilizar a convivência dos povos. Vejamos, suscitamente, como na história se formularam as éticas. 
Uma permanente fonte de ética são as religiões. Estas animam valores, ditam comportamentos e dão significado à vida de grande parte da humanidade que, a despeito do processo de secularização, se rege pela cosmovisão religiosa. Como as religiões são muitas e diferentes, variam também as normas éticas. Dificilmente se pode fundar um consenso ético, baseado somente no fator religioso. Qual religião tomar como referência? A ética fundada na religião possui, entretanto, um valor inestimável por referi-la a um último fundamento que é o Absoluto. 
A segunda fonte é a razão. Foi mérito dos filósofos gregos terem construído uma arquitetônica ética fundada em algo universal, exatamente na razão, presente em todos os seres humanos. As normas que regem a vida pessoal chamaram de ética e as que presidem a vida social chamaram de politica. Por isso, para eles, politica é sempre ética. Não existe, como entre nós, politica sem ética. 
Esta ética racional é irrenunciável mas não recobre toda a vida humana, pois existem outras dimensões que estão aquém da razão como a vida afetiva ou além como a estética e a experiência espiritual. 
A terceira fonte é o desejo. Somos seres, por essência, desejantes. O desejo possui uma estrutura infinita. Não conhece limites e é indefinido por ser naturalmente difuso. Cabe ao ser humano dar-lhe forma. Na maneira de realizar, limitar e direcionar o desejo, surgem normas e valores.

 A ética do desejo se casa perfeitamente com a cultura moderna que surgiu do desejo de conquistar o mundo. Ela ganhou uma forma particular no capitalismo no seu afã de realizar todos os desejos. E o faz excitando de forma exacerbada todos os desejos. Pertence à felicidade, a realização de desejos mas, atualmente, sem freios e controles, pode pôr em risco a espécie e devastar o planeta. Precisamos incorporá-la em algo mais fundamental. 
A quarta fonte é o cuidado, fundado na razão sensível e na sua expressão racional, a responsabilidade. O cuidado está ligado essencialmente à vida, pois esta, sem o cuidado, não persiste. Dai haver uma tradição filosófica que nos vem da antiguidade (a fábula-mito 220 de Higino) que define o ser humano como essencialmente um ser de cuidado. 

A ética do cuidado protege, potencia, preserva, cura e previne. Por sua natureza não é agressiva e quando intervem na realidade o faz tomando em consideração as consequências benéficas ou maléficas da intervenção. Vale dizer, se responsabiliza por todas as ações humanas. Cuidado e responsabilidade andam sempre juntos. 
Essaa ética é hoje imperativa. O planeta, a natureza, a humanidade, os povos, o mundo da vida (Lebenswelt) estão demandando cuidado e responsabilidade. Se não transformarmos estas atitudes em valores normativos dificilmente evitaremos catástrofes em todos os níveis. Os problemas do aquecimento global e o complexo das varias crises, só serão equacionados no espírito de uma ética do cuidado e da responsabilidade coletiva. É a ética da nova era. 
A ética do cuidado não invalida as demais éticas mas as obriga a servir à causa maior que é a salvaguarda da vida e a preservação da Casa Comum para que continue habitável."
Autor:Leonardo Boff

 
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