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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Da profecia

William Blake (1757-1827) um grande místico, poeta e pintor inglês, escreveu vários textos em que expressava as suas visões espirituais.  Eis um deles:
“Os profetas Ezequiel e Isaías jantaram comigo, uma noite. Perguntei-lhes como poderiam garantir que Deus falava com eles. Indaguei também se eles não temiam, às vezes, interpretar mal o dom que possuíam.
Isaías disse: Eu nunca vi Deus, nem ouvi nada. Mas desco­bri que o Infinito está presente em tudo. Isto me fez abrir os ouvidos para a natureza. Ali, além das palavras, consegui escutar a indignação honesta de Deus. Então me sentei, armei-me de coragem, e comecei a escrever”.

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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O botão vermelho



Karen Wiliams procura descrever uma situação muito curiosa:
“Vamos imaginar que a vida seja perfeita. Você está num mundo perfeito, com pessoas perfeitas, tendo tudo o que quer, com todo mundo fazendo tudo direitinho, na hora certa. Vamos imaginar que neste mundo você tem tudo o que deseja, apenas o que deseja, exatamente como sonhou. E pode viver quantos anos quiser”.
Imagine que, depois de cem ou duzentos anos, você senta-se num banco imaculadamente limpo, diante de um cenário magnífico, e pensa:
“Que chato! Falta emoção!”
Neste momento, você repara um botão vermelho na sua frente, escrito: “Encha sua vida de surpresas”
“Depois de considerar tudo o que esta palavra significa, você aperta este botão. Você entra por um túnel negro, e sai – no mundo que você está vivendo exatamente neste momento”.
Enfim, acho que é bem melhor assim.

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Da alma e do mundo


Você sabe exatamente onde está agora?
Você está numa cidade, junto com muita gente, e neste momento existe uma grande chance de várias pessoas terem em seus corações as mesmas esperanças e desesperanças suas.
Vamos adiante: você é um pontinho microscópico na superfície de uma bola. Esta bola gira em torno de outra, que por sua vez está localizada no cantinho de uma galáxia, junto com milhões de bolas semelhantes. Esta galáxia faz parte de um todo chamado universo, cheio de gigantescos aglomerados estelares. Ninguém sabe exatamente onde ele começa e termina.
Mesmo assim, você é o máximo. Luta, se esforça e tenta melhorar.
Tem sonhos. Alegra-se e se entristece por causa do amor.
Se você não estivesse vivo, algo estaria faltando.

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Loja de doces

O rabino Yitzchak de Kamarna usava uma loja de doces como metáfora para a busca espiritual.
Se uma pessoa entra numa loja de doces, que é repleta de balas e bombons, a primeira coisa que o baleiro faz é lhe dar uma provinha de cada produto, para ver se alguma lhe agrada.
Depois de degustar um pouco de tudo, o cliente seleciona algo, então o vendedor lhe diz: “Agora você pagará para comer o que lhe deu tanto prazer”.
Todos nós, no início de qualquer jornada, temos o que se  chama de “sorte de principiante”. A amostra grátis da Luz Divina está plantada no coração, acordando ao menor sinal.
Na medida em que escolhemos o caminho, cabe a nós pagar seu preço, se desejamos seguir adiante.

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A Flor de Lótus


A flor-de-lótus é aquela que tem as raízes na lama, mas mantém suas pétalas impecavelmente brancas.  Ela precisa dos nutrientes que estão na lama para florescer. Isto é desapego, estar perto do que você mais desejaria estar livre e usar isso para fazer você crescer.  Aquela pessoa que agora está perto de nós é talvez o melhor professor que poderíamos ter, se fossemos capazes de ver o nutriente na sua presença.




sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Sobre confiar

“Acredito em tudo o que as pessoas me dizem e sempre acabo me decepcionando”, costumamos ouvir.
É muito importante confiar nas pessoas: um guerreiro da luz não tem medo de decepções, porque conhece o poder da sua espada e a força do seu amor.
Entretanto, ele sabe que uma coisa é aceitar os sinais de Deus e entender que os anjos usam a boca de nosso próximo para nos aconselhar. Outra coisa é ser incapaz de tomar decisões e estar sempre procurando transferir a responsabilidade de nossos atos aos outros.
Só poderemos confiar em alguém se, primeiro, formos capazes de confiar em nós mesmos.

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Morrison e o casal



Durante dias o casal caminhou quase sem conversar.
Finalmente chegaram ao meio da floresta e encontraram George Morrison.
- “Minha companheira quase não falou comigo durante a viagem”, disse o rapaz.
- “Um amor que não tem silêncio é um amor sem profundidade”, respondeu Morrison.
- “Mas ela nem mesmo disse que me amava!”, insistiu o rapaz.
- “Há pessoas que falam isso a toda hora”, continuou Morrison. “Acabamos desconfiando se há verdade em suas palavras”.
Os três se sentaram em uma pedra. Morrison apontou as montanhas no horizonte:
- “A natureza não fica repetindo o tempo todo que Deus nos ama. É no silêncio que nós O compreendemos”.

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Meditação e prece

Meditação e prece são totalmente distintas. Um homem reza quando está precisando de algo ou quando deseja agradecer.
Durante a prece, estamos conscientes de nossos pensamentos e de nossas necessidades. Não há nada de errado nisto – como não há nada de errado com um filho que pede ajuda à seus pais.
Na meditação, o objetivo é afastar qualquer pensamento e se entregar ao que Krishnamurti chama de luz mental. Procura-se entrar em contato com Ágape – a palavra grega para definir um amor que está além do sentimento de gostar ou não gostar. Com a mente livre de pensamentos, esta luz pode se manifestar.
A prece é um segredo partilhado com Deus.
A meditação é um encontro com o anjo.

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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O Discípulo Honesto




Como nos lembra esta história do folclore judaico, a fé é, frequentemente, o caminho para outras virtudes (neste caso, para a honestidade).  Uma vez, o rabino decidiu testar a honestidade de seus discípulos; por isso os reuniu e fez-lhes uma pergunta:  – O que vocês fariam se estivessem caminhando e achassem uma bolsa cheia de dinheiro caída na estrada? – perguntou.  – Eu a devolveria ao dono – , disse um discípulo.  "A resposta dele foi muito rápida, preciso descobrir se ele realmente pensa assim", pensou o rabino.  – Eu guardaria o dinheiro se ninguém me visse encontrá-lo –, disse um outro.  "Ele tem uma língua fraca, mas um coração mau", o rabino falou consigo.  – Bem, rabino – disse um terceiro discípulo –, para ser honesto, acredito que eu ficaria tentado a guardá-lo. Por isso, eu rezaria a Deus pedindo que me desse forças para resistir a tal tentação e para fazer a coisa certa.  "Ah!", pensou o rabino. "Eis o homem no qual posso confiar." 

 O Livro das Virtudes para Crianças William J. Bennett - Editora Nova Fronteira

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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Da escolha

Uma velha história infantil nos fala de D. Baratinha que encontrou uma moeda ao varrer sua casa. Depois de ficar muito tempo na janela, escolhendo o pretendente adequado aos seus medos e anseios, terminou casando-se com João Ratão. Como todos sabe­mos, João Ratão caiu na panela do feijão.
Muitas vezes em nossas vidas, encontramos uma moeda que nos é dada pelo destino e achamos que este é o único tesouro de nossas vidas.
Terminamos por valorizá-lo tanto, que o destino – o mesmo que nos entregou esta moeda – se encarrega de tomá-la de volta. Ficamos com tanto medo de escolher, que terminamos escolhendo errado. Como dizia Jesus – numa frase dura, mas que, a cada in­stante podemos comprovar sua verdade: “aquele que tem pouco, o pouco que tem lhe será tirado”.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Da prece

Uma prece dos índios ojibwa:
“Grande Espírito, já que procurei entender a voz do vento e o sopro que me criou, escuta-me”.
“Eu venho a Ti como um de Teus numerosos filhos. Sou falível e pequeno; preciso de Tua sabedoria e Tua força. Deixa-me andar na Tua beleza, e faz com que meus olhos sempre percebam o vermelho e a púrpura do entardecer. Faz com que minhas mãos respeitem as coisas que criastes, e que minhas orelhas consigam entender Tua voz. Faz-me sábio, de modo que eu possa absorver o que ensinastes a meu povo, e aprender as lições que escondestes em cada folha e em cada rochedo”.
“Eu Te peço força e sabedoria; não para ser superior a meus irmãos, mas para que possa vencer o maior inimigo que tenho: eu mesmo. Assim, meu espírito poderá retornar a ti sem pecado”.

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Do fraco

Uma pessoa muito fraca pode aparecer em nossas vidas – para nos ajudar em algo fundamental. Saberemos reconhecê-la?
Afinal de contas, estamos acostumados com a força e a virtude. Nossos olhos sabem distinguir os heróis e os grandes homens.  Lemos suas histórias, e vimos como sempre lutaram com sabedoria e honestidade. Procuramos seguir seus passos, copiar seus exemplos.
E nós? E nós que somos fracos, quantas vezes já fizemos um bem que nos surpreendeu? Nós, que nos julgamos culpados e medrosos, já não tivemos atitudes de bravura?
Da mesma maneira como auxiliamos alguém apesar de toda a nossa fraqueza, alguém fará a mesma coisa por nós.
Nada de preconceitos, nada de idéias pré-concebidas: a salvação vem sempre de onde menos se espera.

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Da fada



Uma história infantil conta que três fadas foram convidadas para o batizado de um príncipe. A primeira lhe concedeu o dom de encontrar seu amor. A segunda lhe deu dinheiro para fazer o que gostava. A terceira lhe deu a beleza.
Mas – como toda história infantil – apareceu a bruxa. Furiosa por não ter sido convidada, lançou a maldição: “Porque você já tem tudo, eu vou lhe dar ainda mais. Você será talentoso em tudo aquilo que fizer”.
O príncipe cresceu belo, rico e apaixonado. Mas jamais consegu­iu realizar sua lenda pessoal, cumprir sua missão na Terra.
Era excelente pintor, escultor, escritor, músico, matemático – e não conseguia completar nenhuma tarefa, porque logo se distraía, e queria fazer, uma coisa diferente.
Todos os caminhos vão ao mesmo lugar. Mas escolha o seu, e vá até o final – não tente percorrer todos os caminhos.

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Nó górdio



Conta-se que o rei da Frígia (Ásia Menor) morreu sem deixar herdeiro e que, ao ser consultado, o Oráculo anunciou que o sucessor chegaria à cidade num carro de bois. A profecia foi cumprida por um camponês, de nome Górdio, que foi coroado. Para não esquecer de seu passado humilde ele colocou a carroça, com a qual ganhou a coroa, no templo de Zeus. E a amarrou com um nó a uma coluna, nó este impossível de ser desatado e que por isso ficou famoso.  Górdio reinou por muito tempo e quando morreu, seu filho Midas assumiu o trono. Midas expandiu o império, porém, ao falecer não deixou herdeiros. O Oráculo foi ouvido novamente e declarou que quem desatasse o nó de Górdio dominaria toda a Ásia Menor. O único motivo da fama de Frigia residia nesta carroça especial estacionada em um dos pátios. A carroça estava presa a uma canga pelo nó górdio. Durante mais de 100 anos, o nó górdio desafiara todos os esforços de inteligentes reis e guerreiros.  Até que em 334 a.C. Alexandre, o Grande, ouviu essa lenda ao passar pela Frígia. Intrigado com a questão foi até o templo de Zeus observar o feito de Górdio. No dia designado, o pátio encheu-se de curiosos. Todos haviam falhado, pensavam, e dessa forma, com que novo método poderia Alexandre ter êxito?  Após muito analisar, desembainhou sua espada e cortou o nó facilmente em dois, desatando-o. Lenda ou não o fato é que Alexandre se tornou senhor de toda a Ásia Menor poucos anos depois.  É daí também que deriva a expressão "cortar o nó górdio", que significa resolver um problema complexo de maneira simples e eficaz.   

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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Branca de Neve e os 7 anões

Eram anões sim, mas eram anões teletrabalhadores. Naquela noite tenebrosa, sem lua, na densa floresta de Sunmicrolinux, os vírus espreitavam sinistramente, como se adivinhassem o que estava para ocorrer. Ploct, ploct, ploct, ploct, ploct. Branca de Neve corria floresta adentro, fugindo do seu algoz. Um terrível caçador que fora incumbido pela bruxa malvada de arrancar, sem qualquer piedade, o pentium IV do notebook de última geração, que Branca de Neve carregava embaixo do braço. Já exausta, Branca de Neve tropeçou num galho e caiu. Seu notebook foi cair alguns metros à frente. Fazendo um esforço mais que humano, talvez cibernético, Branca de Neve tenta alcançar seu precioso bem. Quando ia alcançá-lo, uma enorme bota – com um pé dentro - pisa, delicadamente, no seu equipamento. - Não! Por favor não! Não leve meu notebook! - Oh! Snow (o caçador gostava de usar palavras em inglês). A bruxa me encarregou de arrancar o pentium IV. - Não faça isso caçador! Tome, pegue minha senha do provedor, leve o número do meu e-card, mas não mate meu computadorzinho. - Snow, não posso aceitar, mas também não vou fazer essa crueldade. O caçador puxou o facão, tirou do bolso um pentium 133 e disse. - Vou entregar esse, como se tivesse arrancado do seu equipamento. - Mas a bruxa saberá! - Não Branca! Vou raspar e dizer a bruxa que caí e o chip arrastou no chão. Fuja Branca de Neve, fuja! - Adeus caçador! Obrigado! Por dias e noites, Branca de Neve vagou pela floresta. Parava, vez ou outra, numa pedra ou numa moita, para jogar um pouquinho de Paciência. Mas Branca estava muito preocupada. Seu computador, a cada dia ficava mais fraco. Precisava encontrar, rapidamente, uma tomada para recarregar a bateria. Do notebook, claro! Uma cabana! Sim, uma cabana! Ela via uma cabana. Com as forças renovadas, caminhou até a clareira. Bateu na porta uma,duas, três vezes e ninguém atendeu. Forçou a porta e ela se abriu. Mas não havia qualquer pessoa. Que casa estranha! – ela pensou. Sete cadeiras, sete pratos, sete garfos, sete facas, sete computadores, sete impressoras, sete mouses.... - Quem será que mora aqui? Esse teto tão baixo! Branca colocou seu computador para carregar e ligou-o na internet. É, tinha internet sim senhor! Fez a conexão com o provedor auau.com e entrou numa sala de bate-papo. Conversa vai, conversa vem, ficou um tempão papeando e contando as mazelas com alguém que tinha o nick de Príncipe. Mal sabia ela, que tinha alguém no chat, bem quieta, só prestando atenção na conversa alheia. Cansada como estava, Branca de Neve subiu uma escada e encontrou sete camas pequenas. Deitou, meio espremida, em uma delas e dormiu. Dormiu um sono profundo. Enquanto isso... no castelo da bruxa. - Esse não é um pentium IV! – Esbravejava a bruxa. - É sim! Deve ter sido algum vírus. Recebi um e-mail dizendo que há um vírus muito poderoso, que destrói tudo. Queima até o ventilador da fonte. O pior é que não tem vacina. – Dizia o caçador. - Isso é boato! Você me enganou! - Não! - Zuuuuuuuuuuupppppppppppp! O pobre do caçador foi transformado num aspirador de pó para teclado. Melhor seria morrer. A bruxa malvada, chegou em frente ao espelho mágico e disse: - Espelho, espelho meu, existe por essas bandas, algum computador melhor que o meu? - Sim! O computador de Branca de Neve! Aquela safada, sem-vergonha e nojenta. Vou achá-la e acabar com ela! O espelho, que estava querendo uma nova moldura, disse: - Ela estava hoje no chat, conversando com um tal de Príncipe. Ah! Conseguirei encontrá-la! Na floresta de Sunmicrolinux... “Eu vou, eu vou, prá casa agora eu vou, pararatibun, pararatibun, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou...” - Ganhamos, ganhamos! aaaaaaaaatichin - Ganhamos o que Atchin? - Ganhamos um notebook pentium IV no sorteio do auau. - Deixa de ser mané! Não tá vendo que é usado! – disse o Zangado. - Ahhhhhhhhhh. Então de quem será essa belezinha? – perguntou o Soneca, entre um bocejo e outro. Escutaram um barulho no andar de cima e ficaram assustados. - Quem estima aí em lá, digo, quem está lá em cima ?! – Perguntou o Mestre. - Sou eu. – respondeu Branca de Neve, enquanto descia as escadas. - Hummmm! É a Gisele Bundchen! – disse o Dengoso. - Hummm, hummm humm hummm! – Dunga, se expressou como podia. - Não meninos. Sou a Branca de Neve! - É a Branca de Neve, é a Branca de Neve, é a Branca de Neve.... - Cala a boca Feliz! Quem é você, Branca de Neve? - Vou explicar tudo à vocês. Após contar tudo que se passou, Branca pediu para ficar, por uns tempos, na casa dos sete anões. O Zangado, que não tinha “papas na língua”, logo foi contra, dizendo que não queria confusões com a Bruxa Malvada. Ela tinha poderes para enviar vírus do tipo Trojan Horse (Cavalo de Tróia) pelo ar. Os outros foram a favor e tentavam convencer o Mestre a aceitar. - Zangado, precisamos de uma mulher em casa! Já estamos cansados de comer galinha. Branca de Neve poderá cozinhar para nós. – Disse Feliz, falando por todos. - Sim, posso cozinhar para vocês, limpar a casa, fazer backup dos arquivos, atualizar o anti-virus, baixar os e-mails.... Zangado continuava irredutível. - Olha, sei fazer uma deliciosa torta de maçãs. Além disso, sou web-designer, web-developer, web-marketer, desenvolvo sistemas, especialista em B2B e B2C e posso desenvolver o que vocês quiserem. Era o que faltava! Finalmente o Zangado ficou convencido. - Então está resolvido! Branca de Neve ficará, por uns tempos, aqui em casa. - Hip, hip, hurra! Hip, hip, hurra! Hum, hum, hummm! – Todos se manifestaram em uníssono. - Obrigado meninos! Muito obrigado. – agradeceu, comovida, Branca de Neve. Enquanto Branca preparava a torta de maçã, todos sentaram ao seu redor e contaram como era a vida deles. Contaram que eram teletrabalhadores e criaram a empresa Seven Consultants. Desenvolviam tudo, em regime de parceria, para uma multinacional americana-espanhola-japonesa-brasileira-paraguaia-alemã em regime de teletrabalho. Montaram a empresa em uma antiga mina de diamantes, que eles resolveram largar de lado, pois a internet dava muito mais dinheiro. Vez ou outra, pegavam um diamante para comprar equipamentos. Branca de Neve se entusiasmou e queria fazer parte da empresa, mudando o nome para Snow White and Seven Consultants. Mas nesse ponto eles (os anões) concordaram e disseram NÃO! Após o jantar, cansados do dia agitado e cheio de novidades, foram todos para os seus computadores. Teletrabalhador não tem esse negócio de dormir cedo. Branca de Neve entrou no chat, procurando o Príncipe com quem conversara. Como o Príncipe não estava na sala, ficou trocando idéias com alguém que tinha o nick de Vendedora de Maçãs Frescas e que disse ser moradora de uma cidade próxima à floresta de Sunmicrolinux. Branca de Neve contou aonde morava e indicou o site apontador.com.br, para a Vendedora de Maçãs encontrar o melhor caminho até a cabana. Branca de Neve era muito tapada! “Príncipe entra na sala.” (mostrava a tela do chat) Branca já havia saído, mas o Príncipe ainda conseguiu ler as últimas mensagens. Deitada, lendo o Business Plan da Seven Consultants, Branca de Neve adormeceu. No castelo da Bruxa.... - Ah! Finalmente a encontrei. Amanhã me transformarei em Vendedora de Maçãs e vou dar à Branca de Neve uma maçã envenenada. Enquanto ela dorme, roubarei o pentium IV. Hahahahahahahahahaha! Hahahahahahahahaha! Na manhã seguinte.... Após o delicioso café da manhã, os sete anões foram trabalhar e Branca começou a arrumar a casa. Estava tudo uma bagunça. Arquivos sem classificação por pasta, mouses que travavam em qualquer movimento, zip-disks espalhados. Depois de arrumar como pode, varreu a casa e fez o almoço. Os anões iam ficar uma fera, pois Branca de Neve sem ter como ir ao mercado, fez galinha assada. A mulher era viciada em chats e retornou ao chat da noite anterior, a procura do Príncipe. Encontrou-o. Estava no maior papo. Era meu bem pra lá, meu amor pra cá. Estava rolando um clima! Toc, toc, toc. Espera aí Príncipe. Estão batendo na porta. - Oi Branca de Neve. - Quem é a senhora? - Sou a Vendedora de Maçãs Frescas. Voltou ao chat, disse ao Príncipe que ia atender a Vendedora de Maçãs Frescas e que voltaria em meia hora; e desconectou. Não houve tempo de ler a mensagem do Príncipe. “Cuidado com essa Vendedora!” - Pode entrar Vendedora de Maçãs. - Obrigado! – Disse, disfarçando, a Bruxa disfarçada. - Vejo que trouxe muitas maçãs. - Pegue uma. – falou, sem tirar os olhos do computador de Branca de Neve. - Mas são todas tão bonitas! - Tome! Pegue essa. - Obrigado! Quando deu a terceira mordida, começou a sentir os efeitos do veneno. Viu a bondosa Vendedora se transformar na Bruxa Malvada. Com um tremendo esforço, ainda conseguiu pressionar a tecla enter e digitar o nick para entrar no chat. – Só não me perguntem como ela fez isso sem a bruxa notar, pois não faço a mínima idéia. A Bruxa roubou o chip e saiu voando. Branca de Neve ficou caída no chão! O Príncipe viu surgir, na tela do seu computador, o nick Branca. Tentou contato e nada. Ficou uma hora tentando e não obteve resposta. “Branca sai da sala”, apareceu na tela. – A desconexão automática tinha entrado em ação. Imediatamente, o Príncipe começou a enviar e-mails para todo o seu cadastro de endereços. Em pouco tempo a mensagem estava espalhada. “Atenção, isso não é uma brincadeira! Moça com o nome de Branca, desapareceu misteriosamente na floresta de Sunmicrolinux. Eu estou desesperado! Por favor! Me ajudem! Qualquer informação para principe@auau.com.“ Os anões também receberam a mensagem e logo desconfiaram da Bruxa Malvada. Foram correndo para casa. Encontraram a doce Branca de Neve, desfalecida, no meio da sala. Não quiseram enterrá-la. Fizeram um esquife de vidro e deitaram Branca e seu computador, totalmente quebrado. Por dois dias e duas noites, ficaram ali, velando o corpo de Branca de Neve. Pócotó,pócotó,pócotó. - Que cavalo chegando está, digo, quem está chegando a cavalo? Era o Príncipe, que graças ao apontador.com.br, encontrou o caminho para a cabana. Desolado, viu sua amada, inerte, deitada dentro do esquife. Como última despedia, levantou a tampa da esquife e deu-lhe um beijo. - Ohhhh! - Ohhhh! - Humm! - Ohhhh! - Ohhhh! - Ohhhh! - Ohhhh! - Uuuiiii! – Esse príncipe! Sei não! Branca de Neve, graças ao beijo do amado, despertou do sono enfeitiçado. - Onde estou? Quem é você? - Meu nome é Bill. Sou o Príncipe do chat. - Você não é.... Bom, deixa prá lá. Cadê meu computador? Branca olhou para os anões e todos abaixaram a cabeça. Quando olhou ao seus pés... - Meu computador! Oh! Não! Como viverei sem ele! - Não se preocupe minha amada. Cobrirei você de computadores de última geração, equipados com o sistema operacional Linux Millenium, desenvolvido pela minha empresa; uma pequena software-house. - Mas não era outro nome? - Era, mas comprei os direitos do Linux, que estava ganhando muito terreno. Um a um, os sete anões foram se despedindo de Branca de Neve e entregavam um cartão com o endereço eletrônico. No verso estava escrito: “Branca, não se esqueça de nós. Conversa com teu Príncipe.” - Meus amores, obrigado por tudo. Nunca esquecerei de vocês. Me escrevam, vocês conhecem meu endereço para e-mail. Adeus! Adeus! Montou no cavalo do Príncipe e foi embora. Viveram felizes para sempre! Branca, atualmente, é CEO de uma das empresas resultantes do desmembramento da empresa original do Bill, o Príncipe. _______________________________ Silvio Corrêa E-mail: silviocorrea@uol.com.br Silvio Corrêa é formado em Engenharia Eletrônica, com especialização em Análise de Sistemas. Atualmente atua como Consultor em Soluções de Gestão, Articulista, Pretenso Escritor, Treinamento Organizacional, Professor Universitário. Enviada por: Sergio Buaiz

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