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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Um punhado de sal



"O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.
- Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.
- Ruim. - disse o jovem sem pensar duas vezes.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse junto com ele ao lago. Os dois caminharam em silêncio, e quando chegaram lá o mestre mandou que o jovem jogasse o sal no lago. O jovem então fez como o mestre disse.
Logo após o velho disse:
- Beba um pouco dessa água.
O jovem assim o fez e enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
- Qual é o gosto?
- Bom! - o jovem disse sem pestanejar.
- Você sente o gosto do sal? - perguntou o Mestre.
- Não. - disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem em detrimento ao que ao que você perdeu. Em outras palavras: É deixar de ser copo, para tornar-se um Lago."
Autor: Desconhecido

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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Onde é melhor viver



O rei chamou um santo que vagava por seu país e perguntou-lhe quem era Deus.
- Deus é perdão, e devemos tentar imitá-lo – respondeu o santo.
Encantado, e disposto a melhorar sua compreensão do mundo espiritual, o rei pediu ao santo que viesse morar em seu castelo, para ajudá-lo a imitar o Senhor.
- Agradeço – disse o santo. – Mas se Vossa Majestade me vir beijando sua filha, o que fará?
- Não ouse repetir isto! Mandarei que meus guardas o prendam imediatamente – reagiu o rei, mostrando toda a sua fúria.
- Enquanto caminho pela natureza, vivo na casa de um Rei (Deus), que me vê cometer cem pecados por dia, e continua a me dar seu amor. Como trocar este Rei que me perdoa, por alguém que me prende por algo que nem sequer fiz?
“Vossa Majestade pediu uma definição, escutou-a com os ouvidos, mas não a deixou chegar à sua alma. Siga seu caminho, que eu continuarei seguindo o meu”.

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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Tornando o campo fértil


Um mestre encarregou o seu discípulo de cuidar do campo de arroz.
No primeiro ano, o discípulo vigiava para que nunca faltasse a água necessária. O arroz cresceu forte, e a colheita foi boa.
No segundo ano, ele teve a ideia de acrescentar um pouco de fertilizante. O arroz cresceu rápido, e a colheita foi maior.
No terceiro ano, ele colocou mais fertilizante. A colheita foi maior ainda, mas o arroz nasceu pequeno e sem brilho.
Então o mestre advertiu-o: - Se continuar aumentando a quantidade de adubo, não terá nada de valor no ano que vem.
Você fortalece alguém quando ajuda um pouco. Mas se você ajuda muito, pode enfraquecê-lo e até estragá-lo.

Autor: Desconhecido 


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Do alvo



É a vida que se adapta aos nossos sonhos – e não ao contrário. Se tivermos fé no caminho, faremos as modificações para chegar onde é preciso. Se exigirmos uma situação segura antes de dar um passo arriscado, jamais vamos acertar. A história a seguir ilustra isto.
Um homem desafiou certo arqueiro, com fama de bom, para um concurso de tiro ao alvo. No meio da partida, viu que seu adversário era péssimo.
“Sempre que passo na floresta vejo suas flechas cravadas no centro dos alvos pintados nas árvores”, comentou. “Por que o senhor está errando tanto?”.
“Porque adapto as situações”, respondeu o outro. “Na floresta, eu primeiro atiro as flechas, e depois pinto o alvo ao redor”.

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Da poesia



O poeta J. Keats ( 1975-1821) nos dá uma bela definição de poesia. Se quisermos, podemos entender também como uma definição de vida:
“A poesia nos deve surpreender pelo seu delicado excesso, e não porque é diferente. Deve tocar nosso irmão como se fosse suas próprias palavras, como se ele estivesse lembrando de algo que, na noite dos tempos, já conhecia em seu coração”.
“A beleza de um poema não está na capacidade que ele tem de deixar o leitor contente. A poesia é sempre uma surpresa, capaz de nos deixar sem respiração por alguns momentos. Mesmo assim, ela deve permanecer em nossas vidas como o pôr do sol: algo milagro­so e natural ao mesmo tempo”.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Valorizando as coisas isas


Um sábio passeava pelo mercado quando um homem se aproximou.
- Sei que és um grande mestre – disse. - Hoje de manhã, meu filho me pediu dinheiro para comprar algo que custa caro; devo ajudá-lo?
- Se essa não é uma situação de emergência, aguarde mais uma semana antes de atender o seu filho.
- Mas se tenho condições de ajudá-lo agora, que diferença fará esperar uma semana?
- Uma diferença muito grande – respondeu o sábio. – A minha experiência mostra que as pessoas só dão o real valor a algo quando têm a oportunidade de duvidar se irão ou não conseguir o que desejam.
Autor: Desconhecido

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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Da peregrinação



Abd Mubarak ia até Meca quando sonhou certa noite que estava no céu. Ali, pode escutar dois anjos conversando.
“Quantos peregrinos vieram este ano à cidade sagrada?”, perguntou um anjo.
“Seiscentos mil”, respondeu o outro.
“E, destes todos, quantos tiveram sua peregrinação aceita?”
“Nenhum. Entretanto, existe em Bagdá um sapateiro chamado  Ali Mufiq,  que  não efetuou a caminhada; mas  sua  peregrinação  foi aceita, e suas graças beneficiaram os 600 mil peregrinos”.
Abd Mubarak voltou a Bagdá. Encontrou o sapateiro Mufiq, e lhe contou o sonho.
“A custa de grandes sacrifícios, terminei juntando 350 moedas”, disse, chorando, o sapateiro. “Entretanto, quando estava pronto para seguir até Meca, descobri que meus vizinhos tinham fome. Distribui o dinheiro entre eles, sacrificando minha peregrinação”.

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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Do barulho das ondas

O menino chegou à praia onde um templo cheio de sinos afundara no mar.
Os pescadores diziam que o movimento da água fazia os sinos tocarem e que era possível escutá-los.
O menino ficou dias seguidos concentrado em qualquer ruído diferente do som das ondas e das gaivotas. Em algumas semanas, podia filtrar estes sons, mas não escutava os sinos. Os pescadores insistiam: “é possível!”, mas o garoto não conseguiu, e resolveu voltar para casa.
Aproximou-se do oceano, para despedir-se. Olhou mais uma vez a natureza e, como não estava mais preocupado com sinos, viu como era belo o ruído dos pássaros e das ondas.
Sentiu-se descansado, agradeceu por estar vivo. E então, porque escutava o mar e as gaivotas, ouviu também o primeiro sino. E outro. E mais outro, até que todos os sinos do templo afundado tocaram para o seu deleite e alegria.

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Da língua além das palavras

O jornalista Wagner Carelli foi entrevistar o escritor argentino Jorge Luis Borges. Ao terminar a entrevista, ficaram conversando sobre a linguagem que existe além das palavras, e sobre a imensa capacidade que o ser humano possui de entender o seu próximo.
“Vou lhe dar um exemplo”, disse Borges.
E começou a dizer algo numa língua estranha.  No final, perguntou de que se tratava.
Antes que Wagner pudesse dizer qualquer coisa, o fotógrafo que estava com ele respondeu: “É a oração do Pai-Nosso”.
“Exato”, disse Borges.  “E eu estava recitando em finlandês”.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A iluminação




Um dia, perguntaram a um grande mestre quem o havia ajudado a atingir a iluminação, e ele respondeu: "um cachorro".
Os discípulos, surpresos, quiseram saber o que havia acontecido, e o mestre contou:
- Certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia sedento e se dirigia a uma poça d'água. Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida. O cachorro, então, fez uma cara de assustado, e a imagem o imitou. Ele fez cara de bravo, e a imagem o arremedou. Então, ele fugiu de medo e ficou observando, distante, durante longo tempo, a água. Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu novamente. Num dado momento, a sede era tanta que o cachorro não resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede. Desde esse dia, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado. E ficava, de longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim. Esse cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contato com a minha sede e mergulhar no amor, sem me assustar com as imagens que eu ficava projetando nos outros. 

Autor: Desconhecido 
  












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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Da mudança



O homem santo reuniu os seus amigos: “Estou velho”, disse ele.
“E sábio”, respondeu um dos amigos. “Sempre te vimos rezando durante todo este tempo. O que conversas com Deus?”
“No começo, eu tinha o entusiasmo da juventude: pedia a Deus que me desse forças para mudar a humanidade. Aos poucos, percebi que isto era impossível, então passei a pedir a Deus que me desse forças, mas para mudar quem estivesse à minha volta”.
“Agora já estou velho, e a minha oração é muito mais simples. Peço a Deus o que devia ter pedido desde o começo”.
“O que pedes?”, insistiu o amigo.
“Peço para que consiga mudar a mim mesmo”.

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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Book Trailer - A Fábula das Fábulas









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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Do guru

O guru fascinava seus discípulos. Estes comentavam com os amigos, que vinham assistir às palestras do pseudo-sábio e também ficavam deslumbrados. Assim aumentava o número de seus seguidores – e o mosteiro recebia doações em massa.
Um dia, o guru foi ao cinema com alguns de seus escolhidos. Na fila de cadeiras em frente a eles sentou-se um grupo de homens altos, exceto em uma cadeira – atrás da qual, usando seus privi­légios de mestre, ficou o guru.
“Não estamos vendo nada”, disse um discípulo para o guru, quando o filme começou.
“Não tem importância”, foi a resposta. “Olhem para mim, e riam toda vez que eu rir”.

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Do intervalo



O guerreiro sabe que, de vez em quando, o combate é interrompi­do.  Não adianta forçar a luta; é necessário ter paciência, esperar que as forças entrem novamente em choque. No silêncio do campo de batalha, ele escuta as batidas de seu coração. Repara que está tenso. Que tem medo.
Com as mãos suando frio, constata que o intervalo do combate é mais terrível que a luta em si. E lembra-se que não pode contar apenas consigo: precisa de amigos, conselheiros, e aliados.
O guerreiro faz um balanço de sua vida; vê se a espada está afiada, o coração satisfeito, a fé incendiando a alma.
Paciente, sabe que a manutenção é tão importante quanto a ação.
Sempre tem algo faltando. E o guerreiro aproveita os momentos em que o tempo para.


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Dizendo Adeus

Conta-se que um rio nasceu no alto de uma enorme montanha e iniciou a sua jornada.
Foi descendo pela encosta e pouco a pouco foi crescendo, aumentando de volume. Projetou-se numa maravilhosa cachoeira e atingiu o sopé da montanha. Foi abrindo passagem entre as árvores e pedras, algumas mais facilmente, outras com dificuldades. Admirava-se, ora de sua força, ora de sua habilidade para contornar obstáculos. E crescia.
Passou por planícies e por áreas ressecadas... Umedeceu-as dando-lhes condições de acolher as sementes para florescerem e darem frutos. Matou a sede da terra, de povos, de animais e de pássaros. Conheceu outras correntes de água e as reuniu em si, tornando-se maior e mais fecundo. Os peixes multiplicavam-se em suas águas. Era feliz!
Certo dia porém foi despertado para uma realidade: seu caminho seguia, inexoravelmente em direção ao mar. Chegaria o momento em que iria penetrar nele e, assim pensava, desaparecer para sempre.
Pensou num meio de fugir dessa realidade. Mas não havia como saltar sobre o mar, nem tão pouco voltar atrás. Os rios não voltam. Ao fazer a grande curva, avistou o mar. Era enorme, parecia não ter fim. Teve medo.
Contudo, percebeu que esse era o seu destino. E temeroso, porém confiante, fez a sua última descida. Entrou no mar.
Descobriu então a grande verdade: entrar no mar não é desaparecer, e sim tornar-se parte dele. O pequeno rio tornou-se parte do mar. Junto com tantos outros rios que haviam chegado de todos os cantos do mundo.
Agora ele já não era só. Era parte de um todo, onde, de mãos dadas, todos eram UM.
Desapareceu como um rio, renasceu como mar!
Dizendo Adeus, Evaldo A. D’Assumpção,

 
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