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sexta-feira, 19 de março de 2010

Aprendizado E Cérebro: Tudo A Ver




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Por: Jaguaracy Conceição


Já sabemos que a neurociência oferece novas teorias para o estudo do cérebro proporcionando aos docentes oportunidades de saber como o aprendizado acontece. Há docentes que ficam contrariados(as), quando são instados a mudar suas práticas pedagógicas. Com a ajuda da neurociência, fica fácil perceber o porquê de mudarmos.

Quando se diz que o(a) docente deve motivar os(as) discentes, há um questionamento sobre como exercitar essa motivação. Ocorre que muitos(as) docentes, também estão desmotivados(as), o que leva à dificuldade de entendimento e consequentemente do aprendizado

O conhecimento de como o cérebro funciona, nos mostra que há uma estrutura chamada de núcleo acumbente, que está situado no córtex frontal e faz parte do sistema de recompensa. Todas as vezes que o cérebro entende que algo foi realizado com sucesso e prazer, o núcleo acumbente é acionado. Assim, quando o(a) discente resolve uma questão matemática, o córtex cerebral libera um neurotransmissor chamado dopamina, que ativa o núcleo acumbente e aciona o sistema de recompensa.

De acordo com Houzel (2007) isso é importante por duas razões: aperfeiçoamento do cérebro e registro na memória da associação entre o que se fez e a sensação de prazer. (Houzel, 2007, pg.31).

O elogio pelo acerto também mexe com o sistema de recompensa. Houzel nos diz que: elogios são a confirmação externa para o sistema de recompensa de que o cérebro agiu de forma correta. Valorizar os bons resultados alcançados por você e pelas outras pessoas é um meio de encorajar o sistema de recompensa a proporcionar motivação para continuar a fazer aquilo que dá certo. (Houzel, 2007, pg. 36).

Fica claro então, que docentes e discentes devem sempre buscar motivação no que fazem para que o cérebro sinta-se recompensado. Cabe ainda aos docentes usarem o elogio a cada acerto e/ou tentativa discente para ativação do sistema de recompensa.

A busca de novas estratégias de ensino e de novas formas de avaliar são fundamentais e necessárias porque o cérebro gosta de novidade. A repetição não proporciona estímulo ao sistema de recompensa, o que leva à baixa ação da dopamina. Constantemente em sala de aula nos queixamos de que os(as) discentes estão dispersos e desatenciosos, não querem nada. Evidencia-se aí a necessidade de ativarmos o cérebro. É hora de colocarmos novidade na sala de aula.

De acordo com Houzel “o que é novo, inesperado ou surpreendente ativa o lócus coeruleus (ou local azul, assim denominado por causa de sua cor azul), estrutura que desperta o cérebro e dirige o nosso interesse para aquilo que ainda não conhecemos”.

Sabemos que uma boa aula expositiva pode ser excelente, mas se não houver a participação discente poderá não haver o entendimento. De acordo com Piazzi há um provérbio chinês que diz: “Se eu escuto... esqueço! Se eu vejo... entendo! Se eu faço ... aprendo!” (Piazzi, 2008, pg.63). E o que ainda se vê em muitas de nossas classes? O(a) discente escuta e vê. Então é ou não é, hora de mudanças estratégicas em nossas aulas?

Buscando auxílio em Antunes encontramos o seguinte: “A memória humana apresenta baixíssima tolerância à incoerência e à ausência de motivação, e mostra-se por outro lado, extremamente sensível à emoção.” (Antunes, 2007, pg.30). Quem labuta na escola pública, sabe muito bem o quanto falta motivação e emoção. Na maioria das vezes o filme é sempre o mesmo, arriscamos dizer, que além dos aspectos já citados, falta também afeto, sentimento primordial para um melhor entendimento entre docentes e discentes.

Fazer para aprender é fundamental, assim, a diversificação das atividades fará com que o cérebro se sinta motivado. O diversificar não quer dizer facilitar, dissemos que a repetição reduz a ação da dopamina e o mesmo ocorre quando se completa uma ação com mais facilidade, portanto é necessário que haja sempre um grau de dificuldade, para que o cérebro se questione se conseguirá resolver. Deve-se então proporcionar aos discentes tarefas que não sejam fáceis demais e nem também extremamente difíceis. Para Houzel a perda do prazer aliada ao desafio do moderadamente complexo, é que leva à busca do aprendizado contínuo e alarga os limites.

O aprendizado contínuo de Houzel nos conduz a Piazzi, que diz não haver aprendizado em sala de aula, pois esse só acontece quando o(a) discente estuda fora da escola. Afirmam os autores citados, que a aprendizagem ocorre durante o sono, quando o cérebro decide o que será salvo e o que será apagado. E como isso ocorre? De acordo com Piazzi e Houzel, para que isso ocorra é necessário que o aprendizado comece de dia. É o estudo diário que orientará o cérebro no momento da escolha entre o que ficará gravado e o que será esquecido. Piazzi nos diz que “aula assistida hoje é aula estudada... hoje”. Somos testemunha da dificuldade que muitos(as) discentes têm para estudar em razão de trabalho, desleixo e noites mal dormidas, fatores que conduzem à dificuldade de aprendizagem.

É no momento do sono que o hipocampo repassa as memórias do dia em conjunto com o córtex cerebral (Houzel, 2007). É esse o momento da consolidação da aprendizagem. Ora, se durante o dia não houve atenção às aulas para o entendimento, não houve estudo das aulas assistidas antes do sono, não haverá registro no córtex cerebral e consequentemente não haverá aprendizado. Cresce então a necessidade de o(a) docente estimular os discentes a estudar, passar atividades para casa o que obrigará aos discentes ver o que foi estudado em sala. Apesar de sabermos que muitos(as) discentes não farão as atividades, temos que mostrar que é assim que o aprendizado irá ocorrer e insistir, não devemos nos desestimular, pois como foi visto, o cérebro quer e gosta de ser estimulado.


Perfil do Autor


(Artigonal SC #1707698)


Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/educacao-artigos/aprendizado-e-cerebro-tudo-a-ver-1707698.html





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