Uma matéria IMPERDÍVEL, em 6 partes sobre os famigerados aditivos
alimentares....os tipos, usos e PRINCIPALMENTE os efeitos devastadores
no organismo humano. É realmente muito triste ver o quanto importa a
saúde das pessoas frente as indústrias alimentícias, governos,
políticos, etc...: NADA !!!! Mas numa sociedade que ainda cultua um
único deus.........O DINHEIRO....isso não é surpresa. O que nós podemos
fazer é obter CONHECIMENTO, tentar evitar esses absurdos a todo o custo,
para manter, na medida do possível, nossa saúde................INTACTA
!!! Mas enfim........as coisas não permanecem estagnadas, o universo é
dinãmico.....os ciclos vem e vão.....e esse ciclo de insanidade,
aparentemente interminável..........esta chegando ao
fim.............para que um MELHOR tome o seu lugar. NÃO VAMOS
DESANIMAR..............LOGO AGORA QUE FALTA TÃO POUCO.....
Russell Barkley, Ph.D., discusses the recent advancements in
understanding the nature and subtyping of ADHD as well as recent
discoveries in what might cause the disorder and medications that might
help treat ADHD. Series: M.I.N.D. Institute Lecture Series on
Neurodevelopmental Disorders [11/2008] [Health and Medicine] [Show ID:
14660]
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é
uma síndrome caracterizada por desatenção, hiperatividade e
impulsividade causando prejuízos a si mesmo e aos outros em pelo menos
dois contextos diferentes (geralmente em casa e na escola/trabalho).
Entre 3% e 6% das crianças em fase escolar foram diagnosticadas com
este transtorno.
Entre 30 a 50% dos casos persistem até a idade adulta .
Sua causa, o diagnóstico, sua utilização para justificar mal desempenho
acadêmico e o grande número de tratamentos desnecessários com anfetaminas
geram polêmica desde a década de 70 .
Na Classificação
Internacional de Doenças da OMS
mais recente (CID-10) é classificado como um Transtorno
Hipercinético.
Características
A impulsividade e inquietude aumentam as chances de acidentes, lesões,
brigas e uso de drogas.
O transtorno se caracteriza por frequente comportamento de desatenção, inquietude
e impulsividade,
em pelo menos três contextos diferentes (casa, creche, escola,
trabalho...). O Dicionário de Saúde Mental atual (DSM IV) subdivide o TDAH em três tipos:
TDAH com predomínio de sintomas de desatenção;
TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade e;
TDAH combinado.
Em inglês, também é chamado de ADHD, as iniciais
de Attention Deficit/Hyperactivity Disorder
Na década de 1980, a partir de novas
investigações, passou-se a ressaltar aspectos cognitivos da definição de
síndrome,
principalmente o déficit de atenção e a impulsividade ou falta
de controle, considerando-se, além disso, que a atividade motora
excessiva é resultado do alcance reduzido da atenção da criança e da
mudança contínua de objetivos e metas a que é submetida. É um transtorno
reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), tendo
inclusive em muitos países, lei de proteção, assistência e ajuda tanto aos
que têm este transtorno ou distúrbios quanto aos seus familiares. Há
muita controvérsia sobre o assunto. Há especialistas que defendem o uso
de medicamentos e outros que acham que o indivíduo deve aprender a lidar
com ele sem a utilização de medicamentos.
Segundo a OMS e a Associação Psiquiátrica
Americana, o TDAH é um transtorno psiquiátrico que tem como
características básicas a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a
impulsividade, podendo levar a dificuldades emocionais, de
relacionamento, bem como a baixo desempenho escolar e outros problemas
de saúde mental. Embora a criança hiperativa tenha muitas
vezes uma inteligência normal ou acima da média, o estado é
caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento. Os
professores e pais da criança hiperativa devem saber lidar com a falta
de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperativa
incontrolável da criança.
A criança com Déficit de Atenção muitas vezes se sente isolada e
segregada dos colegas, mas não entende por que é tão diferente. Fica
perturbada com suas próprias incapacidades. Sem conseguir concluir as
tarefas normais de uma criança na escola, no playground ou em casa, a
criança hiperativa pode sofrer de estresse, tristeza e baixa
auto-estima.
Critérios
Diagnósticos (CID-10 F90)
Para se diagnosticar um caso de TDAH é necessário que o indivíduo
em questão apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção
e/ou seis dos sintomas de hiperatividade; além disso os sintomas
devem manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes e por um
período superior a seis meses.
Com
predomínio de desatenção
Caso seis (ou mais) dos seguintes sintomas de desatenção persistiram
por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o
nível de desenvolvimento.
Freqüentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros
por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras
Com freqüência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou
atividades lúdicas
Com freqüência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra
Com freqüência não segue instruções e não termina seus deveres
escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a
comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções)
Com freqüência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades
Com freqüência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas
que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres
de casa)
Com freqüência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades
(por ex., brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros
materiais)
É facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa
Com freqüência apresenta esquecimento em atividades diárias
Com
predomínio de Hiperatividade e Impulsividade
Caso seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade
persistiram por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e
inconsistente com o nível de desenvolvimento.
Hiperatividade
Freqüentemente agita as mãos ou os pés
Freqüentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras
situações nas quais se espera que permaneça sentado
Freqüentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais
isto é inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a
sensações subjetivas de inquietação)
Com freqüência tem dificuldade para brincar ou se envolver
silenciosamente em atividades de lazer
Está freqüentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a
todo vapor"
Freqüentemente fala em demasia
Impulsividade
Freqüentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem
sido completadas
Com freqüência tem dificuldade para aguardar sua vez
Freqüentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex.,
intromete-se em conversas ou brincadeiras)
Critérios para ambos
Em ambos os casos esses critérios também devem estar presentes.
Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desatenção que
causaram prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade.
Algum prejuízo causado pelos sintomas está presente em dois ou mais
contextos (por ex., na escola [ou trabalho] e em casa).
Deve haver claras evidências de prejuízo clinicamente significativo
no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Esquizofrenia
ou outro Transtorno
Psicótico e não são melhor explicados por outro transtorno mental
(por exemplo Transtorno
do Humor, Transtorno
de Ansiedade, Transtorno
Dissociativo ou um Transtorno
da Personalidade).
Os sintomas de desatenção, hiperatividade ou impulsividade
relacionados ao uso de medicamentos (como broncodilatadores, isoniazida
e acatisia
por neurolépticos)
em crianças com menos de 7 anos de idade não devem ser diagnosticados
como TDAH.
Pessoas com TDAH tem problemas para fixar sua atenção em coisas por
mais tempo do que outras, interessantemente, crianças com TDAH não tem
problemas para filtrar informações. Elas parecem prestar atenção aos
mesmos temas que as crianças que não apresentam o TDAH prestariam.
Crianças com TDAH se sentem chateadas ou perdem o interesse por seu
trabalho mais rapidamente que outras crianças, parecem atraídas pelos
aspectos mais recompensadores, divertidos e reforçativos em qualquer
situação, essas crianças também tendem a optar por fazer pequenos
trabalhos no presente momento em troca de uma recompensa menor, embora
mais imediata, ao invés de trabalhar mais por uma recompensa maior
disponível apenas adiante. Na realidade, reduzir a estimulação torna
ainda mais difícil para uma criança com TDAH manter a atenção.
Apresentam também dificuldades em controlar impulsos. Os problemas de
atenção e de controle de impulsos também se manifestam nos atalhos que
essas crianças utilizam, em seu trabalho. Elas aplicam menor quantidade
de esforços e despendem menor quantidade de tempo para realizar tarefas
desagrádaveis e enfadonhas.
Causas
A imagem da direita ilustra áreas de atividade cerebral de uma pessoa
sem TDAH e a imagem da esquerda de uma pessoa com TDAH.
Os principais fatores identificados como causa são uma
suscetibilidade genética em interação direta com fatores ambientais. A
herdabilidade estimada é bastante alta, pois 70% dos gêmeos idênticos de
TDAH também possuem o mesmo diagnóstico. Quando um dos pais tem TDAH a
chance dos filhos terem é o dobro, aumentando para oito vezes quando se
trata de ambos pais.
Problemas na gravidez estão associados com maior incidência de casos
mesmo quando desconsiderados outros fatores como psicopatologias dos
pais.
Pesquisas também têm apresentado como possíveis causas de TDAH:
problemas durante a gravidez ou no parto e exposição a determinadas
substâncias (chumbo). Dentre as complicações associadas estão toxemia, eclâmpsia, pós-maturidade
fetal, duração do parto, estresse fetal, baixo peso ao nascer, hemorragia
pré-parto, consumo de tabaco e/ou álcool durante a gravidez e má saúde
materna.
Outros fatores, como danos cerebrais perinatais no lobo frontal, podem
afetar processos de atenção, motivação e planejamento, relacionando-se
indiretamente com a doença.
Problemas familiares propiciam o aparecimento predisposto
geneticamente, como uma família com muitos filhos, alto grau de brigas
entre os pais, baixa instrução educacional, famílias com baixo nível
sócio-econômico, criminalidade dos pais, colocação em lar adotivo ou/e
pais com transtornos psiquiátricos. Tais problemas não originam tais distúrbios mas os amplificam na sua
existência. Um dos possíveis motivos é que a negligencia dos pais leva
as crianças a precisarem se comportar inadequadamente para conseguir
atenção.
Pesquisas apontam para a influência de genes que codificam
componentes dos sistemas dopaminérgico, noradrenérgico,
adrenérgico
e, mais recentemente, serotoninérgico como os principais responsáveis.
Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas
interações, podem contribuir então para o aparecimento desses
comportamentos agressivos ou de uma oposição desafiante nas crianças
perante a sociedade. Problemas de ansiedade,
baixa tolerância a frustração, depressão, abuso de substâncias e
transtornos opositivos são comorbidades frequentes.
Fases da vida
História clássica de TDAH
Fase
Sintomas comuns
Bebê
Bebê difícil, insaciável, irritado, de difícil consolo, maior
prevalência de cólicas, dificuldade para alimentar e problemas de sono.
Pré-escolar
Muito inquieto e agitado, dificuldades de ajustamento, desobediente,
facilmente irritado e extremamente difícil de satisfazer.
Escola elementar
Incapacidade de se concentrar, distrações muito frequentes, muito
impulsivo, grandes variações de desempenho na escola, se envolve em
brigas, presença ou não de hiperatividade.
Adolescência
Muito inquieto, desempenho inconsistente, sem conseguir se
focalizar, problemas para memorizar, abuso de substância, acidentes,
impulsividade, muita dificuldade de pensar e se planejar a longo prazo.
Adulto
Muito inquieto, comete muitos erros em atividades que exigem
concentração, desorganizado, inconstante, desastrado, impaciente, não
cumpre compromissos, perde prazos, se distrai facilmente, não fica
parado, toma decisões precipitadas, dificuldade para manter
relacionamentos e perde o interesse rapidamente. (Para o diagnóstico em
adultos, o TDAH deve ter começado na infância e causado prejuízos ao
longo da vida)
Quem pode
diagnosticar TDAH
O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico, realizado por
profissional que conheça profundamente o assunto, que necessariamente
deve descartar outras doenças e transtornos, para então indicar o melhor
tratamento.
O termo hiperatividade tem sido popularizado e muitas crianças rotuladas
erroneamente. É preciso cuidado ao se caracterizar uma criança como
portadora de TDAH. Somente um médico (preferencialmente psiquiatra),
juntamente com psicólogo ou terapeuta ocupacional especializados, podem
confirmar a suspeita de outros profissionais de áreas afins, como
fonoaudiólogos, educadores ou psicopedagogos, que devem encaminhar a
criança para o devido diagnóstico. Existem testes e questionários que
auxiliam o diagnóstico clínico.
Hoje já se sabe que a área do cérebro
envolvida nesse processo é a região orbital frontal (parte da frente do
cérebro) responsável pela inibição do comportamento, pela atenção
sustentada, pelo autocontrole e pelo planejamento para o futuro.
Entretanto, é importante frisar que o cérebro deve ser visto como um
órgão cujas partes apresentam grande interligação, fazendo com que
outras áreas que possuam conexão com a região frontal possam não estar
funcionando adequadamente, levando aos sintomas semelhantes aos de TDAH.
Os neurotransmissores
que parecem estar deficitários em quantidade ou funcionamento, em
indivíduos com TDAH, são basicamente a dopamina
e a noradrenalina, que precisam ser estimuladas
através de medicações.
Algumas pessoas precisam tomar estimulantes como forma de amenizar os
sintomas
de déficit de atenção/hiperatividade, entretanto nem todas respondem
positivamente ao tratamento. É importante que seja avaliada
criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos
possuem. Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa,
não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um
medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada
caso em si.
Tratamento
O tratamento baseia-se em medicação e acompanhamento especializado, com
apoio psicológico, fonoaudiológico, terapeuta ocupacional ou psicopedagógico.
É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de
medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem.
Mais de 80% dos portadores de TDAH beneficiam-se com o uso de
medicamentos,
como o cloridrato de metilfenidato
(Ritalina ou Concerta em sua versão comercial), bupropiona, clonidina
e antidepressivos tricíclicos como a
imipramina.
A duração da administração de um medicamento dependerá das respostas ao
tratamento e do curso do transtorno, ou seja, depende de cada caso em
si. Cerca de 70% dos pacientes respondem adequadamente ao metilfenidato e
o toleram bem. Como a meia-vida do metilfenidato é curta, geralmente
utiliza-se o esquema de duas doses por dia, uma de manhã e outra ao meio
dia.
A disponibilidade de preparados de ação prolongada tem possibilitado
maior comodidade aos pacientes.
Para evitar que ele se distraia, é recomendado que a pessoa com TDAH
tenha um ambiente silencioso e sem distrações para estudar/trabalhar. Na
escola ele pode se concentrar melhor na aula sentando na primeira
fileira e longe da janela. Aulas de apoio onde ele recebe atenção melhor
focalizada podem ajudar a melhorar seu desempenho.
É importante que os pais e professores se focalizem em recompensar
onde seu desempenho é bom, valorizando suas qualidades, mais do que
punir seus erros. E nunca a punição
deve ser violenta, pois isso torna a criança mais agressiva e leva ela a
evitar e guardar rancor, medo, raiva da pessoa que a puniu (além de não
ser eficaz em impedir um comportamento quando o agente punidor não
estiver presente). Isso vale para qualquer pessoa de qualquer idade
mesmo sem hiperatividade.
Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade e
impulsividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de
comportamento agressivo, impulsivo ou de uma oposição desafiante nas
crianças em diversos contextos. Nesse e em outros casos em que a família
tem importante papel nos transtornos infantis não basta medicar a
criança, é necessário que OS PAIS façam psicoterapia junto com a
criança/adolescente.
Comorbidades
Dos hiperativos que buscam tratamento especializado, mais de 70%
possuem também algum outro transtorno, na maioria das vezes com transtorno
de humor (como depressão maior ou transtorno bipolar), transtorno de aprendizagem, transtornos de
ansiedade ou transtorno de conduta.
Dependendo da comorbidade o tratamento medicamentoso muda e o
acompanhamento psicológico se torna ainda mais necessário.
A taxa de comorbidade com transtornos disruptivos do comportamento
(transtorno de conduta e transtorno opositor desafiante)está situada
entre 30% a 50%, com depressão está entre 15% a 20%, com transtornos de
ansiedade em torno de 25% e com transtornos da aprendizagem entre 10% a
25%.
Pessoas
famosas com Transtorno do déficit de atenção
↑ abcdef
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Comportamento da CID-10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas.
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CAROLINA GALLOIS, CHRISTIAN KIELING. Transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade na infância e na adolescência: considerações
clínicas e terapêuticas. Rev. Psiq. Clin. 31 (3); 124-131, 2004 http://www.scielo.br/pdf/rpc/v31n3/a02v31n3.pdf
SINOPSE
DE MENTES INQUIETAS Distraído, avoado, enrolado, esquecido,
desorganizado, impulsivo, agitado, inquieto, vive a "mil por hora".
Estes são alguns adjetivos mais comuns usados para descrever o
comportamento de pessoas que, injustamente, são tidas como preguiçosas,
irresponsáveis e rebeldes. Na realidade, elas possuem um funcionamento
cerebral diferente denominado Transtorno do Déficit de Atenção (TDA),
caracterizado por distração, impulsividade e hiperatividade. Escrito com
clareza, espontaneidade e muito bom humor, Mentes Inquietas soa como
uma conversa na sala de estar de nossas casas, trazendo um alento ao
coração das pessoas que por muito tempo se sentiram como "peixes fora
d'água".
TDAH
(DDA) - Ana Beatriz Silva - Almanaque - Pt.1/2
TDAH
(DDA) - Ana Beatriz Silva - Almanaque - Pt.2/2
Entrevista com a médica psiquiatra e escritora Dra Ana Beatriz Barbosa
Silva sobre DDA (TDAH) - hiperatividade - tema do livro de sua autoria
Mentes Inquietas. Programa Almanaque - Globo News Apresentação:
Luciana Ávila Exibido em 30/06/03. Site da Dra. Ana Beatriz
Barbosa Silva: www.medicinadocomportamento.com.br Youtube: www.youtube.com.br/anabeatrizbsilva
Edição de Vídeo: MIRIAN
PIROLO E GIL SARMENTO Supervídeo Produtora: www.supervideopro.com.br
SINOPSE Distraído,
avoado, enrolado, esquecido, desorganizado, impulsivo, agitado,
inquieto, vive a "mil por hora". Estes são alguns adjetivos mais comuns
usados para descrever o comportamento de pessoas que, injustamente, são
tidas como preguiçosas, irresponsáveis e rebeldes. Na realidade, elas
possuem um funcionamento cerebral diferente denominado Transtorno do
Déficit de Atenção (TDA), caracterizado por distração, impulsividade e
hiperatividade. Escrito com clareza, espontaneidade e muito bom humor,
Mentes Inquietas soa como uma conversa na sala de estar de nossas casas,
trazendo um alento ao coração das pessoas que por muito tempo se
sentiram como "peixes fora d'água".
Um avô e seu pequeno neto
foram dar um passeio. Como fazia muito calor pararam para descansar e o
avô
pediu ao netinho que fosse buscar um pouco de água no riacho.
Quando o menino estava
chegando perto do riacho, uma carruagem passou pela beira da água
mexendo com a água do riacho,
trazendo para a superfície folhas, gravetos e sujeira.
O menino voltou e disse
ao avô que não dava para beber a água pois estava suja e se ofereceu
para ir a um outro riacho.
O avô retrucou, dizendo
para ele ir novamente ver como estava a água. O menino voltou novamente e
disse a mesma coisa ao avô.
- Vovô, a água está
turva.
- Espere um pouco, meu
netinho. Daqui a pouco a sujeira baixa e você poderá buscar a água para
bebermos.
Em algumas situações, só
nos resta esperar a sujeira baixar para beber a água. Não há o que
possamos fazer.
Ser Saudável investiga os caminhos de uma doença que atinge cerca de 1% da população mundial, a esquizofrenia. Sintomas como delírios e alucinações são os primeiros sinais da doença, que mesmo com a evolução do tratamento, ainda encontra o preconceito como a principal barreira.
A apresentadora Lívia Hartmann acompanha a história do aposentado, Leonardo Coelho da Cruz. Com uma vida ativa, entre trabalho e estudos, Leonardo descobriu a esquizofrenia no início da vida adulta. Os primeiros sinais identificados foram a reclusão social, seguida de alucinações e depressão.
No programa, veja como o tratamento com auxílio de medicamentos e a participação em grupos de apoio ajudaram Leonardo no controle da doença e fez com que levasse uma vida sem privações.
Conforme a terapeuta ocupacional Suzana de Castro Tolio, manter o cérebro em atividade intelectual ajuda a organizar o cotidiano da pessoa esquizofrênica. A presidente da AGAFAPE de Porto Alegre, Juracy Maria Bizzi, explica como o trabalho voluntário contribui para o tratamento de pessoas com a doença.
Para mostrar como ocorrem as alucinações no cérebro e desvendar os mitos e verdades sobre a esquizofrenia, o apresentador, Dr. Enrique Barros, entrevista especialistas no assunto, como o psiquiatra da Unifesp, Dr. Rodrigo Affonseca Bressan e o psiquiatra da PUC/RS, Dr. Diogo Lara.
Esse vídeo é um debate sobre um fato que chocou todo o Brasil, em 1999,
quando um estudante de medicina abriu fogo contra os espectadores de um
cinema, matando 3 pessoas e ferindo várias outras gravemente. O fato,
jamais noticiado pelos canais de comunicação brasileiro, teve um fator
ainda mais intrigante: Seria o assassino um doente mental, portador de
Esquizofrenia, um transtorno grave e de rara incidência?
Nesse vídeo você acompanha discussões preliminares sobre o caso,
informações sobre esse transtorno mental e outros casos de pacientes
esquizofrênicos.
Jorge Cândido de Assis, vice-presidente da Associação de Amigos,
Familiares e Portadores de Esquizofrenia - ABRE, fala sobre a doença e
sua abordagem segundo a moderna visão da reforma psquiátrica e dos
direitos humanos.
A esquizofrenia (do grego σχιζοφρενία; σχίζειν, "dividir"; e φρήν, "phren",
"phrenés", no antigo grego, parte do corpo identificada por fazer a
ligação entre o corpo e a alma, literalmente significa "diafragma")
é um transtorno psíquico severo que se
caracteriza classicamente pelos seguintes sintomas:
alterações do pensamento, alucinações (visuais, sinestésicas, e sobretudo
auditivas), delírios e alterações no contato com a realidade.
Junto da paranoia (transtorno
delirante persistente, na CID-10) e dos transtornos graves do humor (a
antiga psicose
maníaco-depressiva, hoje fragmentada na CID-10 em episódio maníaco, episódio
depressivo grave e transtorno bipolar), as esquizofrenias compõem o grupo das
Psicoses
É hoje encarada não como doença, no sentido clássico do termo, mas
sim como um transtorno mental, podendo atingir diversos tipos de
pessoas, sem exclusão de grupos ou classes sociais.
De acordo com algumas estatísticas, a esquizofrenia atinge 1% da
população mundial,
manifestando-se habitualmente entre os 15 e os 25 anos, com proporção
semelhante entre homens e mulheres, podendo igualmente ocorrer na infância ou na meia-idade.
Algumas pessoas acometidas da esquizofrenia se destacaram e se
destacam no meio acadêmico, artístico e social. Um exemplo famoso é o do
matemático norte-americano John Forbes Nash, que, apesar do desafio de conviver por toda a
vida com os sintomas psicóticos típicos, é um intelectual importante,
deixando grandes contribuições às áreas de economia, biologia e teoria
dos jogos.
A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde (CID), na CID-10, publicada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), conclui que "num certo número de casos, que
varia segundo as culturas e as populações, a evolução dirige-se para uma
cura completa ou quase completa.
Sintomas
A esquizofrenia, talvez o transtorno mental de maior comprometimento
ao longo da vida, caracteriza-se essencialmente por uma fragmentação da
estrutura básica dos processos de pensamento, acompanhada pela
dificuldade em estabelecer a distinção entre experiências internas e
externas. Embora primariamente uma doença orgânica neuropsiquiátrica que
afeta os processos cognitivos[de conhecimento], seus efeitos
repercutem-se também no comportamento
e nas emoções.
Os sintomas
da esquizofrenia podem não ser os mesmos de pessoa para pessoa, podendo
aparecer de forma insidiosa e gradual ou, pelo contrário, manifestar-se
de forma explosiva e instantânea.
Podem ser divididos em duas grandes categorias: sintomas positivos
e negativos.
Sintomas positivos
Os sintomas positivos estão presentes com maior visibilidade na fase
aguda da doença e são as perturbações mentais "muito fora" do normal,
como que "acrescentadas" às funções psiquico-orgânicas da pessoa.
Entende-se como sintomas positivos os delírios — ideias delirantes,
pensamentos irreais, "ideias individuais do doente que não são
partilhadas por um grande grupo",
por exemplo, um indivíduo que acha que está a ser perseguido pela polícia
secreta, e acha que é o responsável pelas guerras do
mundo; as alucinações, percepções irreais – ouvir,
ver,
saborear,
cheirar
ou sentir algo irreal, sendo mais frequente as
alucinações auditivo-visuais; pensamento e discurso desorganizado
(confusão mental), elaboração de frases sem qualquer sentido ou invenção
de palavras; alterações visíveis do comportamento, ansiedade excessiva,
impulsos ou agressividade constantes na fase de crise.
Sintomas negativos
Os sintomas negativos são o resultado da perda ou diminuição das
capacidades mentais, "acompanham a evolução da doença e refletem um
estado deficitário ao nível da motivação, das emoções, do discurso, do pensamento
e das relações interpessoais (não confundir com esquizoidia",
como a falta de vontade ou de iniciativa; isolamento social (não
confundir com a esquizoidia; apatia;
indiferença emocional total e não transitória; pobreza do pensamento.
Estes sinais não se manifestam todos na pessoa esquizofrênica.
Algumas pessoas vêem-se mais afetadas do que outras, podendo muitas
vezes ser incompatível com uma vida normal. No entanto, alguns sintomas
podem oscilar, aparecer e desaparecer em ciclos de recidivas e
remissões.
"Não há, contudo, sinais nem sintomas patognomônicos da doença,
podendo-se de alguma forma fazer referência a um quadro prodrómico que
são em grande parte sintomas negativos, como, por exemplo, inversão do
ciclo de sono, isolamento, perda de interesse por atividades
anteriormente agradáveis, apatia, descuido com a higiene pessoal, ideias
bizarras, comportamentos poucos habituais, dificuldades escolares e
profissionais, entre outras. Posteriormente a esta fase inicial, surgem
os sintomas positivos".
"Diz-se que os primeiros sinais e sintomas de esquizofrenia são
insidiosos. O primeiro sintoma de sossego/calma e afastamento, visível
num adolescente, normalmente passa despercebido como tal, pois se remete
o facto para "é uma fase". Pode inclusivamente ser um enfermeiro de
saúde escolar ou um conselheiro a começar a notar estas mudanças. (…) É
importante dizer-se que é muito fácil interpretar incorretamente estes
comportamentos, associando-os à idade.".
Causas
Não existe uma causa única para o desencadear deste transtorno. Assim
como o prognóstico é incerto para muitos quadros, a etiologia das
psicoses, principalmente da esquizofrenia, é incerta, ou melhor, de
causação multifatorial. Admite-se hoje que várias causas concorrem entre
si para o aparecimento, como: quadro psicológico (consciente e
inconsciente); o ambiente; histórico familiar da doença e de outros
transtornos mentais; e mais recentemente, tem-se admitido a
possibilidade de uso de substâncias psicoativas poderem ser responsáveis
pelo desencadeamento de surtos e afloração de quadros psicóticos.
Teoria genética
A teoria genética admite que genes podem
estar envolvidos, contribuindo juntamente com os fatores ambientais para
o desencadear do transtorno. Sabe-se que a probabilidade de um
indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta
doença na família. "No caso de um dos pais sofrer de esquizofrenia, a
prevalência da doença nos descendentes diretos é de 12%. É o caso do
esquizofrênico matemático norte-americano John Nash que divide com o
filho, John Charles Martin, a mesma doença. Na situação em que ambos os
pais se encontram atingidos pela doença, esse valor sobe para 40%".
No entanto, mesmo na ausência de história familiar, a doença pode ainda
ocorrer.".
Segundo Gottesman (1991), referenciado por Pedro Afonso (2002), sabe-se
ainda que cerca de 81% dos doentes com esquizofrenia não têm qualquer
familiar em primeiro grau atingido pela doença e cerca de 91% não têm
sequer um familiar afetado. No entanto, a causalidade genética ainda não
é comprovada e as pesquisas têm demonstrado discrepâncias muito grandes
quando se trata de investigar a predisposição para a doença.
Outro argumento importante é a concordância em gêmeos monozigóticos
(48%) é significativamente maior do que a encontrada em gêmeos
dizigóticos (17%). Os estudos indicam a presença de múltiplos genes
responsáveis pela esquizofrenia e suas variações.
Teoria
neurobiológica
As teorias neurobiológicas defendem que a esquizofrenia é
essencialmente causada por alterações bioquímicas
e estruturais do cérebro, em especial com uma disfunção
dopaminérgica, embora alterações noutros neurotransmissores estejam também
envolvidas. A maioria dos neurolépticos (antipsicóticos) atua precisamente nos
receptores da dopamina no cérebro, reduzindo a produção endógena
deste neurotransmissor. Exatamente por isso, alguns sintomas
característicos da esquizofrenia podem ser desencadeados por fármacos
que aumentam a atividade dopaminérgica (ex: anfetaminas).
Esta teoria é parcialmente comprovada pelo fato de a maioria dos
fármacos utilizados no tratamento da esquizofrenia (neurolépticos) atuarem
através do bloqueio dos receptores (D2) da dopamina.
Teorias
psicanalíticas
As teorias psicanalíticas (ou de relação precoce) têm como
base a teoria freudiana da psicanálise,
e remetem para a fase oral do
desenvolvimento psicológico, na qual "a ausência de gratificação
verbal ou da relação inicial entre mãe e bebê
conduz igualmente as personalidades "frias" ou desinteressadas (ou
indiferentes) no estabelecimento das relações".
A ausência de relações interpessoais satisfatórias estaria assim na
origem da esquizofrenia.
Teorias familiares
Assim como a abordagem psicanalítica, outras abordagens
responsabilizam a família, mas apesar de terem bastante impacto
histórico tiveram pouco embasamento empírico para essas afirmações.
Surgiram na década de 1950, baseadas umas no tipo de
comunicação entre os vários elementos das famílias
e aparecendo outras mais ligadas às estruturas familiares. Dos estudos
desenvolvidos surge o conceito «mãe esquizofrenogénica», mães
possessivas e dominadoras com seus filhos, como gerador de
personalidades esquizofrénicas. Estudos posteriores vieram contudo
desconfirmar esta hipótese, relacionando esse comportamento mais com etiologias
neuróticas
e não com a psicose.
Atualmente as abordagens familiares, ao invés de culpá-la, procuram
apoiar a família, reconhecendo as dificuldades em lidar com um membro da
família em grave sofrimento psíquico.
Teoria dos
neurotransmissores
Têm-se um excesso de dopamina na via mesolímbica e falta dopamina na
via mesocortical.
Apesar de existirem todas estas hipóteses para a explicação da origem
da esquizofrenia, nenhuma delas individualmente consegue dar uma
resposta satisfatória às muitas dúvidas que existem em torno das causas
da doença, reforçando assim a ideia de uma provável etiologia
multifatorial.
Tipos de esquizofrenia
O diagnóstico da esquizofrenia, como sucede com a
grande maioria dos transtornos mentais e demais psicopatologias, não se
pode efetuar através da análise de parâmetros fisiológicos ou
bioquímicos, e resulta apenas da observação clínica cuidadosa das
manifestações do transtorno ao longo do tempo. Quando do diagnóstico, é
importante que o médico exclua outras doenças ou condições que possam
produzir sintomas psicóticos semelhantes (uso de drogas, epilepsia,
tumor cerebral, alterações metabólicas).
O diagnóstico da esquizofrenia é por vezes difícil.
Para além do diagnóstico, é importante que o profissional identifique
qual é o subtipo de esquizofrenia em que o doente se encontra.
Atualmente, segundo o DSM IV, existem cinco tipos:
Paranóide, é a forma que mais facilmente é identificada com a
doença, predominando os sintomas positivos. O quadro clínico é dominado
por um delírio paranóide
relativamente bem organizado. Os doentes com esquizofrenia paranóide são
desconfiados, reservados, podendo ter comportamentos
agressivos.
Desorganizado, em que os sintomas afectivos e as alterações
do pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes,
não são organizadas. Em alguns doentes pode ocorrer uma irritabilidade
marcada associada a comportamentos agressivos. Existe um contacto muito
pobre com a realidade.
Catatónico, é caracterizada pelo predomínio de sintomas
motores e por alterações da actividade, que podem ir desde um estado de cansaço e acinético até à excitação.
Indiferenciado, apresenta habitualmente um desenvolvimento
insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no
desempenho laboral e intelectual. Observa-se nestes doentes uma certa apatia e
indiferença relativamente ao mundo exterior.
Residual, nesta forma existe um predomínio de sintomas
negativos, os doentes apresentam um isolamento social marcado por um
embotamento afectivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do pensamento.
Existe também a denominada Esquizofrenia
Hebefrênica, com incidência da adolescência, com o pior dos
prognósticos em relação às demais variações da doença, e com grandes
probabilidades de prejuízos cognitivos e socio-comportamentais.
Estes subtipos não são estanques, em determinada altura da evolução
do quadro, a pessoa pode apresentar aspectos clínicos que se identificam
com um tipo de esquizofrenia, e ao fim de algum tempo poder reunir
critérios de outro subtipo. Outro critério de classificação muito usado é
a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde). A CID é usada no Brasil e foi adotada
como referência para profissionais de saúde do SUS; sua maior utilidade
está na possibilidade de traçar perfis epidemiológicos que facilitem as
esferas do governo no investimento em saúde.
Existem várias abordagens terapêuticas na intervenção ao doente
esquizofrénico, que na maioria dos casos tem indicação de um tratamento
interdisciplinar: o acompanhamento médico-medicamentoso, a psicoterapia,
a terapia ocupacional (individual ou em grupos), a intervenção
familiar, a musicoterapia e a psicoeducação são os procedimentos
indicados para estes doentes.
Apesar de não se conhecer a sua cura, o tratamento pode ajudar muito a
tratar os sintomas, e a permitir que os doentes possam viver as suas
vidas de forma satisfatória e produtiva. A experiência clínica indica
que o melhor período para o tratamento da esquizofrenia é com o
aparecimento dos primeiros sintomas. Se sintomatologia psicótica
permanecer sem tratamento por longos períodos o prognóstico do
tratamento é menos favorável. Assim é vital o reconhecimento precoce dos
sinais da esquizofrenia para que se possa procurar uma ajuda rápida.
Diagnóstico e
questões polêmicas
A esquizofrenia como entidade de diagnóstico tem sido criticada como
desprovida de validade científica ou confiabilidade e é parte de
críticas mais amplas à validade dos psicodiagnósticos em geral. Uma
alternativa sugere que os problemas com o diagnóstico seriam melhor
atendidos como dimensões individuais ao longo das quais todos variam, de
tal forma que haveria um espectro contínuo em vez de um corte de entre
normal e doente. Esta abordagem parece coerente com a investigação sobre
esquizotipia e de uma relativamente alta prevalência na experiência dos
psicóticos e, muitas vezes, crenças delusionais não perturbadoras entre
o público em geral.
Outra crítica é que falta coerência nas definições utilizadas para os
critérios; é particularmente relevante para a avaliação das ilusões a
desordem no pensamento. Mais recentemente, foi alegado que sintomas
psicóticos não são uma boa base para a elaboração de um diagnóstico de
esquizofrenia como "psicose é a 'febre' de doença mental - um grave mas
inespecífico indicador".
Talvez por causa desses fatores, estudos examinando o diagnóstico de
esquizofrenia geralmente têm mostrado relativamente baixas ou
inconsistentes níveis de confiabilidade diagnóstica. Na maioria dos
famosos estudos de David Rosenhan
em 1972 a
ser publicados como saudáveis em lugares demente, demonstrou que o
diagnóstico de esquizofrenia foi (pelo menos no momento) muitas vezes
subjetivo e pouco fiáveis. Estudos mais recentes têm encontrado acordo
entre quaisquer dois psiquiatras, quando o diagnóstico de esquizofrenia
tende a atingir cerca de 65%, na melhor das hipóteses. Este, e os
resultados de estudos anteriores de fiabilidade de diagnóstico (que
normalmente relataram níveis ainda mais baixos de acordo), levaram
alguns críticos a afirmar que o diagnóstico de esquizofrenia deve ser
abandonado.
Em 2004,
no Japão,
o termo japonês para esquizofrenia foi alterado de Seishin-Bunretsu-Byo
(doença da mente dividida) para Togo-shitcho-sho (desordem de
integração). Em 2006,
ativistas no Reino Unido, sob o estandarte de Campanha
para a Abolição do Rótulo de Esquizofrenia, defenderam uma
semelhante rejeição do diagnóstico de esquizofrenia e uma abordagem
diferente para a compreensão e tratamento dos sintomas associados a ela
neste momento.
Alternativamente, os outros proponentes apresentaram utilizando a
presença de déficits neurocognitivas específicas para fazer um
diagnóstico. Estes assumem a forma de uma redução ou de comprometimento
em funções psicológicas básicas, como memória,
atenção, função executiva e resolver problemas. É este tipo de
dificuldades, em vez de os sintomas psicóticos (que, em muitos casos,
pode ser controlado por medicamentos antipsicóticos), que parece ser a
causa da maioria dos deficiência na esquizofrenia. No entanto, este
argumento é relativamente novo e é pouco provável que o método de
diagnóstico de esquizofrenia vá mudar radicalmente no futuro próximo.
O diagnóstico de esquizofrenia foi usado para fins políticos em vez
de terapêuticos, na União Soviética mais uma sub-classificação
de "esquizofrenia que progride lenta" foi criado. Particularmente no RSFSR (República Socialista Federativa Soviética
da Rússia), este diagnóstico foi utilizado com a finalidade de
silenciar os dissidentes políticos ou forçá-los a desistir de suas
ideias através da utilização forçada de confinamento e tratamento. Em 2000, houve
preocupações semelhantes quanto detenção e 'tratamento' de praticantes
do movimento Falun Gong pelo governo chinês. Isso levou a Comissão
da Associação Psiquiátrica Americana Sobre o Abuso de Psiquiatria e
psiquiatras a aprovar uma resolução que inste a Associação Psiquiátrica
Mundial a investigar a situação na China.
A
interação com pacientes
A doença mental é com frequência relacionada com o mendigo que
deambula pelas ruas, que fala sozinho, com a mulher que aparece na TV
dizendo ter 16 personalidades e com o homicida "louco" que aparece nos filmes. Esta
foi durante muitos anos sinónimo de exclusão social, e o diagnóstico de esquizofrenia,
significava como destino "certo" os hospitais psiquiátricos ou asilos,
onde os pacientes ficavam durante muitos anos.
O matemático norte-americano John
Nash, que, em sua juventude, sofria de esquizofrenia, conseguiu
reverter sua situação clínica e ganhar o Prémio
de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel em 1994.
Em muitos casos, os indivíduos com esquizofrenia foram crianças
tímidas, introvertidas, com dificuldades de relacionamento e com pouca
interacção emocional. As crianças apresentam ainda dificuldades ao nível
da atenção e do comportamento. Durante a adolescência o isolamento vai
se tornando cada vez maior e o rendimento escolar diminuindo. Estas
modificações são frequentemente associadas à crise da adolescência.
"Para o adolescente este é um período de confusão, sente-se
desconcentrado, não sabe o que se está a passar com ele. O jovem começa a
passar grandes períodos frente ao espelho a
observar o seu corpo revelando a presença de alterações do seu esquema
corporal que podem surgir associadas à vivência psicótica. Isto não
acontece só ao nível do corpo, mas também na consciência de si próprio
(perturbação da vivência do «eu») apresentando neste caso sentimentos de
despersonalização".
Uma crise psicótica pode ser precipitada por vários factores, como
por exemplo, mudar de casa, perder um familiar, rompimento com um(a) namorado(a), entrar na universidade…
Neste tipo de doença, é raro o indivíduo ter consciência de que está
realmente doente, o que torna difícil a adesão ao tratamento.
Um dos maiores medos que a pessoa com esquizofrenia sente é o de ser estigmatizada
por preconceitos sociais relativamente à sua doença,
especialmente a ideia de que a pessoa é violenta, intrinsecamente
perigosa, ideia essa que estudos recentes põem completamente de parte,
mostrando que a incidência de comportamento violento nestes doentes e na
população em geral é idêntico, se não mesmo inferior.
"Quero que as pessoas entendam que sou como os outros. Sou um
indivíduo e deveria ser tratada como tal pela sociedade. Não deveriam
fechar-me numa caixa com a etiqueta de esquizofrenia"
(Jane).
"As pessoas com esquizofrenia têm muitas vezes dificuldade em
satisfazer as suas necessidades devido à sua doença".
É importante que o processo de reabilitação seja um processo
contínuo, para que possa ter sucesso, proporcionando uma maior qualidade
de vida, maior autonomia e realização pessoal. Para atingir estes
objectivos, foram criadas estruturas de apoio, os chamados equipamentos
substitutivos (à estrutura manicomial) como os CAPS (Centros de Atenção
psicossocial), Centros de Convivência, Oficinas, hospitais dia, serviços
residenciais terapêuticos, empregos apoiados, fóruns
sócio-ocupacionais.
Uma das grandes dificuldades destes doentes é a sua integração no
mercado de trabalho, visto existir uma grande competitividade, levando a
que muitos acabem por desistir. Daí ser relevante o acompanhamento
destes no período de adaptação.
É bastante útil que o paciente tenha conhecimentos sobre os sintomas e
possíveis sofrimentos ao longo da vida, e que possa ter um papel ativo
no seu tratamento e controle sobre o seu estado. Sendo por isso
vantajoso que estes sigam alguns cuidados, nomeadamente:
Se achar que a medicação não está a ajudar ou sentir efeitos não
desejáveis deve avisar o seu médico psiquiatra;
Fazer psicoterapia e ter consultas regulares com seu psicólogo;
Ter o cuidado de conservar um ritmo de sono e vigília
correto, com as horas de sono necessárias;
Evitar o stress;
Deve manter rotinas normais de higiene, alimentação, atividades
físicas e de lazer;
Evitar substâncias psicoativas que possam interferir
prejudicialmente no tratamento - como álcool e outras drogas;
Procurar ter horas para dormir, comer, trabalhar - ou seja, criar
rotinas;
Permanecer em contato com as outras pessoas, não buscar o
isolamento;
Manter o contato com o psiquiatra,
psicólogo
e a equipe de saúde mental;
Praticar desporto pelo menos uma vez por semana;
A participação da família é fundamental, reuniões dos psicólogos com
os familiares são muito importantes porque a residência é o ambiente
cerne da busca da sanidade mental.
Os esquizofrénicos podem apresentar também sintomas depressivos, que nem sempre têm origem em
aspectos biológicos ou neuroquímicos da doença. "O desapontamento e a
desilusão vividos por alguns deste doentes perante os repetidos
fracassos em manterem um emprego, em conseguirem voltar a estudar ou
terem um grupo de amigos torna-se uma realidade incontornável",
levando a sentimentos de frustração.
Um outro aspecto associado à depressão na esquizofrenia é a questão
do suicídio, que pode ter origem em vários factores: o sofrimento
psíquico associado à própria vivência psicótica, o aspecto crónico e
recorrente da doença que afecta muitos jovens.
O papel ativo da família é essencial para o tratamento, reabilitação e
reinserção social do seu familiar que sofre de esquizofrenia. Muitas
famílias procuram o apoio junto aos técnicos de saúde, permitindo assim
que estas superem e sobrevivam às dificuldades que encontram; no
entanto, há aquelas que não o fazem, levando ao seu adoecimento, ou
seja, não conseguem lidar com as crises, conduzindo à sua
desestruturação ou destruição.
A família deve estar preparada para o fato do doente poder ter
recaídas ao longo do tempo, o que pode conduzir a um possível
internamento hospitalar. É bastante importante o apoio da família ao
doente durante o tempo da sua permanência no hospital, através de
reforço positivo, comunicação, visitas, mostrar interesse em saber como
vai a evolução da sua doença.
É natural que muitas dúvidas surjam na família em relação ao
comportamento que vão ter de adotar perante esta nova etapa da vida do
seu familiar. Em primeiro lugar é importante que o familiar comece por
se colocar no lugar da outra pessoa.
Os problemas que geralmente ocorrem na família do esquizofrénico são
os seguintes:
Medo… "Ele poderá fazer mal a si ou às outras pessoas?"
Negação da gravidade… "Isso daqui a pouco passa", "Você não é
como esse cara da televisão"
Incapacidade de falar ou pensar em outra coisa que não seja a
doença… "Toda a nossa vida gira em torno do nosso filho doente"
Isolamento social… "As pessoas até nos procuram, mas não
temos como fazer os programas que nos propõem"
Constante busca de explicações… "Ele está assim por algo que
fizemos?"
Depressão… "Não consigo falar da doença do meu filho sem
chorar".
Em suma, o impacto que uma pessoa com esquizofrenia tem na família e a
forma como esta se adapta face à situação depende da singularidade de
cada um dos seus membros, mas também da forma como a doença surge
(insidiosa ou abrupta), o seu curso, a suas consequências, no sentido de
haver risco de morte ameaçada ou não (fase de crise à fase crónica), e
ao grau de incapacidade gerado. Todos estes fatores têm de ser vistos
numa perspectiva psico-social e não isoladamente. Deve ser dada atenção
extrema ao fato de que o próprio esforço de adaptação por parte da
família pode ter como consequência um estado de exaustão, da parte dos
famíliares, como é referido por Helena Luís.
Tratamento
farmacológico
Os antipsicóticos são eficazes no alívio dos
sintomas da esquizofrenia em 70% dos casos.
Alguns deles, conhecidos como antipsicóticos típicos, inibem
fortemente os receptores D2 da Dopamina das vias dopaminérgicas ligadas
ao Sistema límbico do cérebro, e o seu sucesso
constitui uma forte evidência da importância das alterações bioquímicas
na patogenia da doença conhecida como hipótese dopamínica (que talvez
sejam uma resposta secundária a eventos causadores da doença como o são
as alterações comportamentais). O exemplo mais usual de antipsicótico
típico é o haloperidol e a clorpromazina.
Outros inibem fracamente os receptores D2 da Dopamina, tendo ação
inibidora serotoninérgica simultânea, conhecidos como antipsicóticos
atípicos (clozapina por exemplo). Estes têm um sucesso maior sobre os
casos refratários ao tratamento com antipsicóticos típicos ou sobre os
casos com sintomatologia negativa predominante. Como leva a agranulocitose em cerca de 1% dos casos, deve
ser conduzido um hemograma periódico conjuntamente à utilização da
droga. Existe uma nova geração de antipsicóticos atípicos que não
originaria agranulocitose como a risperidona
e a olanzapina, que devem ser utilizados como primeira escolha por
pacientes psicóticos, exceto nos casos em que o fator sócio-econômico
tiver peso dominante (o custo de aquisição da droga é alto). Os
antipsicóticos atípicos, justamente por agirem fracamente sobre os
receptores D2, são uma evidência contrária à hipótese dopaminica.
Referências
↑ A
palavra φρήν, na literatura poética e filosófica do período arcaico, de
grade riqueza polissêmica, se relacionava com o que dizia respeito às
coisas do coração, da alma. Articulada intimamente à palavra psyché, que
significa alma, φρήν era usado para se referir igualmente às
profundezas da interioridade humana, onde estão as raízes do intelectivo
e do afetivo. Psyché como princípio de vida, de inteligibilidade e de
afetividade, é o próprio conceito que os gregos criaram para alma; que
mais tarde foi traduzido por mente. Portanto, a alma, psyché, enquanto
princípio vital, de inteligibilidade, não pode ser entendida somente por
inteligência intuitiva, racional e cognitiva, mas também em sua
dimensão afetiva, próprio da palavra φρήν, phrén. Dessa forma, a palavra
alma abrange tudo que é da ordem do querer e do desejar, tudo que é da
ordem do coração. ROCHA (2001)
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Fundamental, IV, 2, 67-91. Disponível para acesso em:
www.fundamentalpsychopathology.org/art/jun1/6.pdf..
Parte 1 - Programa Sem Censura:
esquizofrenia e assistência psiquiátrica no Brasil
Parte 2 - Programa Sem Censura:
esquizofrenia e assistência psiquiátrica no Brasil
Parte 3 - Programa Sem Censura:
esquizofrenia e assistência psiquiátrica no Brasil
Parte 4 - Programa Sem Censura:
esquizofrenia e assistência psiquiátrica no Brasil
Parte 5 - Programa Sem Censura:
esquizofrenia e assistência psiquiátrica no Brasil
Parte 6 - Programa Sem Censura:
esquizofrenia e a assistência psiquiátrica no Brasil.
Parte 7 - Programa Sem Censura:
esquizofrenia e assistência psiquiátrica no Brasil
Visite o Portal Entendendo a Esquizofrenia -
www.entendendoaesquizofrenia.com.br - Neste programa, sob o comando da
jornalista Leda Nagle, o poeta Ferreira Gullar, o deputado federal
Germano Bonow, o artista plástico Vitório Gheno e o psiquiatra Leonardo
Palmeira discutem a política de saúde mental do Brasil e o fechamento de
leitos hospitalares para pessoas portadoras de transtornos mentais como
a esquizofrenia.
Esse vídeo é um debate sobre um fato que chocou todo o Brasil, em 1999,
quando um estudante de medicina abriu fogo contra os espectadores de um
cinema, matando 3 pessoas e ferindo várias outras gravemente. O fato,
jamais noticiado pelos canais de comunicação brasileiro, teve um fator
ainda mais intrigante: Seria o assassino um doente mental, portador de
Esquizofrenia, um transtorno grave e de rara incidência?
Nesse vídeo você acompanha discussões preliminares sobre o caso,
informações sobre esse transtorno mental e outros casos de pacientes
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