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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Transtorno de personalidade antissocial



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CID-10 F60.2
CID-9 301.7 Sinônimos: Personalidade psicopática, Personalidade sociopática


O Transtorno de Personalidade Antissocial, vulgarmente chamado de Psicopatia ou Sociopatia, é um transtorno de personalidade descrito no DSM-IV-TR, caracterizado pelo comportamento impulsivo do indivíduo afetado, desprezo por normas sociais, e indiferença aos direitos e sentimentos dos outros. Na Classificação Internacional de Doenças, este transtorno é chamado de Transtorno de Personalidade Dissocial (Código: F60.2). Na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre presidiários.


Pessoas com transtorno de personalidade antissocial frequentemente possuem histórico de abuso de substâncias, especialmente álcool.



Já está comprovado que indivíduos diagnosticados como psicopatas têm maiores chances de reincidir em crimes e portanto deveriam ser melhor vigiados.



Pessoas com transtorno psicopático, durante o período da infância, sofrem com negligência e autoritarismo por parte de seus cuidadores, sentem se profundamente isolados e tendem a introversão.


Características


Maltratar animais é um importante indicativo de psicopatia.

 

A psicopatia é caracterizado principalmente pela ausência de empatia com outros seres vivos, resultando em descaso com o bem estar do outro e sérios prejuízos aos que convivem com eles. Esse desvio de caráter costuma ir se estruturando desde a infância. Por isso, na maioria das vezes, alguns dos seus sintomas podem ser observados nesta fase e/ou na adolescência, por meio de comportamentos agressivos que, durante estes períodos, são denominados de transtornos de conduta. A maioria dessas pessoas tem uma família desestruturada ou tiveram uma infância difícil, e quando atingem o fim da adolescência ou início da fase adulta, repetem os comportamentos violentos, sem empatia, interesseiros e egoístas que presenciaram na infância. Conforme se torna adulto o transtorno tende a se cronificar e causar cada vez mais prejuízos na vida do próprio indivíduo e especialmente de quem convive com ele.
Na psicanálise tal comportamento é característico das estruturas ligadas as modalidade de perversão, que diferem das neuroses e das psicoses. Indivíduos com este diagnóstico são usualmente chamados de sociopatas e psicopatas segundo definição do próprio CID 10 Revisão:
Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.
Egocentrismo patológico, incapacidade de sentir amor ou afeição, vida sexual impessoal ou pobremente integrada e incapacidade de seguir algum plano de vida também fazem parte de suas características.

Diagnóstico


Já foi comprovado que a serotonina tem um papel importante no controle da agressividade, impulsividade e comportamento antisocial tanto em humanos quanto em outros animais.

 

Critérios diagnósticos pelo DSM-IV-TR (Código: 301.7).
A. Um padrão pervasivo de desrespeito e violação aos direitos dos outros, que ocorre desde a adolescência, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
  1. Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção;
  2. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro;
  3. Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas;
  4. Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
  5. Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras;
  6. Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa;
  7. Tendência para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer;
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
C. Existem evidências de Transtorno de Conduta com início antes dos 15 anos de idade.
D. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.
Importante notar que o termo antissocial, na psiquiatria, não significa (como rotineiramente costuma ser entendido) um tipo de inibição social, timidez ou o facto de ser introvertido/reservado, mas sim, atitudes contrárias às regras da sociedade. No caso de timidez patológica os diagnósticos usados na psiquiatria contemporânea podem ser, entre outros, de transtorno de personalidade esquiva, fobia social ou transtornos de ansiedade.
As características dos sociopatas englobam, principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais, teatrais e falsas, pobre ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância para frustração, baixo limiar para descarga de agressão, irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos, ausência de sentimentos de remorso e de culpa em relação ao seu comportamento. Essas pessoas geralmente são cínicas, manipuladoras, e incapazes de manter uma relação leal e duradoura.
Eles mentem exageradamente sem constrangimento ou vergonha, subestimam a insensatez das mentiras, roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares e parentes, colocam em risco a vida de outras pessoas e não sentem pena de suas vítimas. Esse conjunto de características faz com que os sociopatas dificilmente consigam aprender com a punição e modifiquem suas atitudes.

Teste de psicopatia de Hare (PCL-R)


Em 1904, Emil Kraepelin analisou cientificamente pela primeira vezes tipos de personalidades semelhantes ao do transtorno de personalidade antissocial e que serviram de embasamento para a criação desse diagnóstico.

Apesar de manipuladores, psicopatas tem mais dificuldade em identificar expressões faciais  e verbais  que pessoas sem esse transtorno.

Para diagnosticar uma pessoa com psicopatia, Robert Hare desenvolveu um famoso teste psicológico, válido somente quando aplicado por um psicólogo ou psiquiatra. Seus critérios diagnósticos abrangem os recursos afetivos, interpessoais e comportamentais. Cada item é avaliado em uma nota de zero (ausente ou leve), um (moderada) ou dois (grave). A soma total determina o grau de psicopatia de uma pessoa. 

Fator 1
Narcisismo agressivo
  1. Sedutora / Charme superficial
  2. Grandioso senso de auto-estima
  3. Mentira patológica
  4. Esperteza / Manipulação
  5. Falta de remorso ou culpa
  6. Superficialidade emocional
  7. Insensibilidade / Falta de empatia
  8. Falha em aceitar a responsabilidade por ações próprias
Fator 2
Estilo de vida socialmente desviantes
  1. Necessidade por estimulação / tendência ao tédio
  2. Estilo de vida parasitárias
  3. Falta de metas de longo prazo realistas
  4. Impulsividade
  5. Irresponsabilidade
Fator 3
Estilo de comportamentos irresponsáveis
  1. Controle comportamental pobre*
  2. Versatilidade criminal*
  3. Delinquência juvenil*
  4. Problemas comportamentais precoces*
  5. Revogação da liberdade condicional*
Traços não correlacionadas com ambos fatores
  1. Várias relações conjugais de curta duração
  2. Promiscuidade
Uma nota elevada no Fator 2 está associado com reação agressiva, ansiedade, elevado risco de suicídio, criminalidade e violência por impulsividade. Uma nota elevada no Fator 1 por outro lado indica uma melhor habilidade em conviver socialmente, baixa ansiedade, baixa empatia, baixa tolerância a frustrações e baixa ideação suicida, além de estar associado a sucesso e bem estar.
Indivíduos com Fator 1 positivo já foi considerado como adaptativo em um ambiente altamente competitivo, por obter resultados tanto para o indivíduo quanto paras as corporações porém muitas vezes eles causam dano a longo prazo, tanto para seus colegas de trabalho quanto para a organização como um todo, devido ao seu comportamento manipulativo, enganoso, abusivo e, muitas vezes fraudulento. Além disso, essas pessoas geralmente causam extremo sofrimento a seus parceiros amorosos e a seus filhos.

Causas

 


Apesar de cometerem mais crimes, serem mais violentos e terem maior índice de reincidência, psicopatas ainda recebem liberdade condicional com 2.5 mais frequência que outros presos.

Fatores ambientais e psicológicos como condições econômicas precárias, família desestruturada e histórico de violência podem superar fatores genéticos na formação dos psicopatas atuais. Existe grande número de psicopatas entre as populações carcerárias. Estes indivíduos vivenciaram, geralmente, situações de desamparo, desprezo e desafeto por suas famílias. Vivências repletas de maus tratos, humilhações, abusos e mais uma série de fatores que, somados, podem levar o indivíduo a uma dessensibilização, emocionalmente superficial e a repetir a violência sofrida em suas relações sociais.

Vários estudos mostram a associação entre lesões pré-frontais e comportamentos impulsivos, agressividade e inadequação social. Um indivíduo saudável apresentando comportamentos dentro dos padrões normais após sofrer um acidente em que o córtex é atingido, pode passar a apresentar comportamentos antissociais, ou seja, uma sociopatia adquirida. Estes dados confirmam o fato de que possa existir um componente cerebral envolvido no comportamento dos psicopatas.
A diminuição da massa cinzenta na área pré-frontal, analisada por neuroimagem, demonstra que uma diminuição do volume do hipocampo posterior e um aumento da matéria branca do corpo caloso contribuem para o aparecimento de comportamentos mais agressivos.

Comorbidades

Portadores de transtornos de personalidade são mais susceptíveis a apresentarem outros transtornos psiquiátricos. Estima-se que 80% das pessoas com transtornos de personalidade sofram de outros problemas de saúde mental, como hiperatividade, depressão maior, transtornos de ansiedade e abuso de drogas.
Existe também uma correlação entre o transtorno de personalidade antissocial com outros transtornos de personalidade de desvios sociais, como transtorno de personalidade histriônica, o transtorno de personalidade narcisista e o transtorno de personalidade limítrofe.

Tratamento


Psicoterapia comportamental ajuda a reduzir as chances de reincidência em crimes ao levar o paciente a refletir sobre as punições a comportamentos inadequados.
As formas mais comuns de medicamentos utilizados em pacientes de transtornos de personalidade são os neurolépticos, antidepressivos, lítio, benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e psicoestimulantes. Porém tratamentos medicamentosos revelaram ser ineficazes no tratamento de psicopatia, porém poucos estudos foram realizados adequadamente . Mesmo com poucos testes, sais de  são usados frequentemente no tratamento de pacientes psicopatas, pois podem levar a uma redução nos comportamentos impulsivos, explosivos e na instabilidade emocional. Seus principais efeitos colaterais são sedação, tremores e problemas motores.
Há indicativos de que a terapia cognitivo-comportamental possa ser um método eficaz no tratamento de transtornos de personalidade antissocial..A American Psychiatric Association considera a terapia analítico-comportamental como o tratamento de regulacão afetiva mais eficaz e empiricamente suportado para transtornos de personalidade.
Psicoterapias com pacientes com personalidade violenta em liberdade condicional reduziram os índices de reincidência para 20 e 33% comparado com 40 a 52% dos grupos controles. Os autores concluem que a personalidade dos pacientes não mudou, porém eles aprenderam a controlar melhor seus impulsos e pensarem mais nas consequências de seus atos.

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Ver também


Fonte:


Fonte:wikipedia.org/



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