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segunda-feira, 18 de março de 2013

A Gripe

Gustavo era uma criança feliz, e seus pais davam-se muito bem. Moravam numa vila perto do Zoológico. Mais velho dos três filhos do casal, tinha duas irmãs: Ana Paula, com oito anos e Priscila, a caçulinha de cinco anos, sua protegida. Na escola era bom aluno, esperto demais para os seus dez anos. Em casa, tinha muito ciúme de Ana Paula, com quem disputava palmo a palmo a atenção dos pais e dos avós. Sua mãe sempre vistoriava suas lições e lhe cobrava uma melhor caligrafia, pois embora fosse bastante inteligente, Gustavo encarava as tarefas escolares como um pesado fardo, fazendo-as com rapidez e displicência, para logo livrar-se delas. Brincava bastante com os amigos da vila, e era pouco ordeiro com seu quarto, o que lhe custava severas advertências dos pais. Nesta fase de sua vida, houve um ano em que o inverno chegou rigoroso, trazendo com ele uma epidemia de gripe na sua classe. Mesmo doente, ele foi para a escola naquela Sexta-feira. Vários colegas haviam faltado, mas o Gustavo, compareceu. No final da aula, voltando para casa, teve um pouco de febre e coriza, o que causou mudança na rotina do seu lar naquele fim-de-semana. Sua mãe, momentaneamente, parou de cobrar-lhe a respeito das brigas de ciúmes com a irmã. E até esta, sua arquinimiga, deu uma trégua na sua implicância com ele. Ninguém deu a mínima importância às suas tarefas da escola para o fim-de-semana. Seu pai também fez vistas grossas para o quarto do garoto, que como sempre estava na maior bagunça, e até ajudou o filho a dar uma arrumadinha. Na tarde do Sábado, chegou a vovó, trazendo um prato do mousse de chocolate que Gustavo adorava tanto, receita que ela só fazia em ocasiões muito especiais. "Que fim-de-semana!" – pensou consigo mesmo. Na Segunda-feira sua saúde estava restabelecida, e a rotina voltou ao normal em sua vida. Escola, amigos, farra, brigas com a irmã, broncas, quarto desarrumado, advertências, tudo como antes. No final de semana seguinte, já cansado daquela rotina de deveres e da marcação cerrada dos seus pais, lembrou-se do que havia acontecido quando teve aquela gripe. À tarde, quando sua mãe conversava com sua avó, que viera fazer sua visita semanal, ele entra na sala e diz: "Vovó, eu estou doente! Meu corpo está mole, acho que estou com febre", e imediatamente deita-se no sofá. A velha senhora, aflita e preocupada, põe a mão em sua testa, tentando avaliar a temperatura. Seu plano parecia estar dando certo. A avó já tinha caído direitinho. Mas a sua mãe estava intrigada com aquele olhar maroto que ela conhecia como ninguém. Aproveitando o clima, e antes que perdesse a chance, diz: "Sabe, vovó, se você fizer um mousse de chocolate, eu vou me recuperar mais rapidamente". A senhora, enternecida, balançou a cabeça concordando, e já ia em direção à cozinha para realizar o desejo do menino,quando foi surpreendida pela voz da filha, que em alto e bom tom, disse: "Espera um pouco, mãe. Antes disso eu vou lá no quarto apanhar uma injeção contra gripe e aplicar na "poupança" do Gustavo". Ao ouvir isso, o garoto, assustado, imediatamente salta do sofá e sai correndo, gritando: " Sarei, sarei, já estou bom!" Do livro: Você é o Remédio - Dr. Cid Paroni Filho - Editora Lúmen

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