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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Vaca sagrada

Em 1978, meu carro precisava de alguns reparos que eu mesmo não podia fazer. A oficina mecânica aonde eu costumava levar meu carro havia fechado; portanto me vi frente à desanimadora tarefa de procurar um mecânico bom e honesto. Eu estava preocupado por causa da – talvez injusta – reputação dos mecânicos de exploradores. Felizmente, meu amigo Dave me deu uma indicação: Auto Mecânica D.
Fiquei agradavelmente surpreso ao descobrir que o proprietário da D era um mecânico que tinha trabalhado em meu carro várias vezes no passado. Naquela época, ele trabalhava em um posto de gasolina perto da minha casa. Na realidade, eu nunca havia falado muito com ele antes, mas sabia que seu trabalho era bom.
Preenchi os papéis para o conserto e esperei enquanto D falava ao telefone com outro cliente. Enquanto estava ali sentado, dei uma olhada no pequeno escritório para me manter ocupado. Um artigo de jornal emoldurado chamou a minha atenção. A manchete dizia: “Criador de gado leiteiro na vizinhança mata todo o rebanho”. O artigo era sobre o feito de um fazendeiro, que pertencia à quinta geração de uma tradicional família criadora de gado leiteiro, durante o pânico que a ameaça de contaminação do leite gerou em Michigan muitos anos antes. Aparentemente, o gado leiteiro estava sendo contaminado por uma doença que afetava o suprimento de leite. A situação havia ficado séria o suficiente para que o Estado decidisse investigar se as vacas de Michigan estavam infectadas. Os lobistas que representavam os produtores de leite protestaram e o Estado teve que voltar atrás em sua decisão. Parecia que ia levar meses de manobras políticas antes que o dilema pudesse ser resolvido. Neste ínterim, os fazendeiros podiam continuar a vender leite e também o gado para o corte.
Aquele fazendeiro em especial decidiu que essa estratégia não ia funcionar com ele e escolheu outro caminho. Pagou para que todas as suas vacas fossem examinadas. De todo o rebanho, apenas algumas foram consideradas infectadas. Como ninguém podia garantir que as outras vacas estivessem livres da doença, ele ordenou que todo o rebanho fosse morto e enterrado num lugar que não pudesse prejudicar o meio ambiente ou o reservatório de água. O seguro do fazendeiro não cobriu a perda, pois o Estado não havia feito um pedido para que ele se desfizesse do rebanho. Quando lhe perguntaram por que havia feito isso, o fazendeiro respondeu:
– Porque era a coisa certa a fazer.
Perguntei a D por que ele exibia esse artigo na parede. Pensei que tivesse alguma ligação com o fazendeiro ou que o conhecesse. Ele disse que nunca o havia conhecido, mas que o fazendeiro era uma inspiração para ele e havia estabelecido um novo padrão de integridade, confiança e honestidade. Disse que era assim que ele agia no seu negócio e que gostaria que as pessoas dissessem sobre ele o mesmo que ele disse sobre o fazendeiro.
Fiquei duplamente impressionado com ambos, com o fazendeiro e com D. No ano seguinte, a meu conselho, meu filho começou um aprendizado de nove meses na oficina de D. Eu queria que meu filho estudasse com ele não apenas porque era um bom mecânico, mas principalmente porque era um homem honesto e íntegro. Que o mesmo possa ser dito sobre mim um dia.

Dennis J. McCauley
Do livro: Espírito de Cooperação no Trabalho

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