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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Não faça tempestades num copo d’água”






Geralmente esta frase é bem aplicada: exagera-se um momento de dificuldade, quando a vida é bem mais simples do que parece.

Entretanto, nunca podemos julgar a dor alheia. Um pequeno detalhe, que em nada nos afetaria, pode servir de gatilho para uma tormenta que se preparava na alma do nosso próximo. Nestas horas, é preciso respeito com sofrimento alheio, já que não podemos compará-lo com o nosso.

Okakura Kakuso fala a respeito: “se considerarmos como é mínimo o copo de alegria que temos nesta vida, como tão poucas as lágrimas são capazes de transbordá-lo, como, em nossa imensa sede, terminamos por bebê-lo mais rápido do que devíamos, jamais culparíamos alguém por fazer tempestades em lugares tão pequenos”.

Um aprendiz de ocultismo que conheço, na esperança de impressionar bem o seu mestre, leu alguns manuais de magia e resolveu comprar os materiais indicados nos textos.

Com muita dificuldade conseguiu determinado tipo de incenso, alguns talismãs, uma estrutura de madeira com caracteres sagrados escritos numa ordem determinada. Vendo isto, o mestre comentou:

“Você acredita que, enrolando fios de computador no pescoço, conseguirá ter a sabedoria da máquina? Acredita que, ao comprar chapéus e roupas sofisticadas, vai adquirir também o bom-gosto e a sofisticação de quem as criou?”.

“Os objetos e imagens podem ser seus aliados, mas não contem – neles mesmos – qualquer tipo de conhecimento. Pratique primeiro a devoção e a disciplina, e tudo o mais lhe será acrescentado”.




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