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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Oração Para Aqueles que Curam




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Carlos Cardoso Aveline
Em uma das suas obras, a pensadora Elisabeth Kübler-Ross divulga uma versão da famosa Oração de São Francisco de Assis, adaptada para os terapeutas e os curadores em geral.
Diz a oração:
SENHOR,
Faça de mim um instrumento da sua saúde:
Onde houver doença,
Que eu leve a cura;
Onde houver ferimento,
Ajuda;
Onde houver sofrimento,
Alívio;
Onde houver tristeza,
Conforto;
Onde houver desespero,
Esperança;
Onde houver morte,
Aceitação e paz.
FAÇA com que eu procure mais
Consolar do que ser fortalecido;
Entender do que ser obedecido;
Amar do que ser homenageado;
Porque é entregando a nós mesmos
Que nós curamos;
É escutando
que nós confortamos;
E é morrendo,
que nós nascemos para a vida eterna. [1]
Embora aparentemente específica, esta bela oração não se aplica apenas a aqueles profissionais e estudiosos da área da saúde que percebem os aspectos éticos e espirituais deste campo de ação.
Cada ser humano que busca com autenticidade a sabedoria é alguém que irradia ao seu redor sentimentos e pensamentos mais elevados, e portanto constitui, de certo modo, um curador, um terapeuta – alguém que leva alívio aos que sofrem.
Do ponto de vista filosófico, porém, é importante perceber com clareza a linha que estabelece a diferença entre a Cura, de um lado, e a mera Anestesia, de outro; entre o alívio real da dor, e a simples fuga dela; entre a verdadeira libertação, e o limitado combate aos efeitos externos do sofrimento. Há um abismo sutil entre estas duas possibilidades.
O tratamento que leva à eliminação efetiva do sofrimento pode não ser agradável à primeira vista. O paciente que sofre da doença da ignorância espiritual terá de reconhecer em si mesmo os fortes adversários que são o medo da cura e a resistência ao remédio. Este dois adversários o levam em parte a rejeitar, de modo mais ou menos inconsciente, a percepção e a vivência diretas da sabedoria universal.
Assim, tanto o terapeuta como o peregrino experiente no caminho da sabedoria deverão deixar claro, a quem dialoga com eles sobre o processo da cura ou de busca espiritual, que é indispensável reconhecer um fato básico:
Aquilo que é bom, que cura e faz o bem, nem sempre é agradável; e, por outro lado, aquilo que parece agradável frequentemente não é bom, nem cura, nem faz bem.”
Portanto, uma certa dose de indiferença estóica à dor de curto prazo é sumamente importante para que possa ocorrer a verdadeira cura, física ou espiritual. O apego emocionalmente infantil à satisfação pessoal, assim como a fuga igualmente imatura de tudo o que parece desagradável, são duas fontes gêmeas do desequilíbrio interno que leva à ausência de saúde, tanto física quanto espiritualmente.
Quando se tem consciência destes fatos, a cura se torna mais fácil, mais profunda, e mais duradoura.
Na medida em que o buscador da verdade e o terapeuta estão em pleno contato com a bem-aventurança e a saúde em seu interior, eles irradiam ativamente coragem, confiança e bem-aventurança ao seu redor. Onde quer que eles estejam, eles são um estímulo para que outros seres se conectem mais diretamente, em seu próprio interior, com a fonte universal de saúde e bem-estar.
Os verdadeiros terapeutas, assim como os verdadeiros teosofistas, evitam levar aos outros uma anestesia de curto prazo. Como resultado disso. é preciso discernimento para reconhecê-los; e é necessário um discernimento maior ainda para tornar-se, gradualmente, um deles.
A longo prazo, o processo da cura é um processo de auto-realização, de auto-regulação e de auto-plenitude, e este processo ocorre em solidariedade e comunhão interior com os outros seres.
Com um Comentário de um Ponto de Vista Teosófico
NOTA:
[1] ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO, modificada por Charles C. Wise, e publicada nas páginas de abertura da obra “Death, the Final Stage of Growth”, de Elisabeth Kübler-Ross, Prentice-Hall, New Jersey, USA, 1975, 182 pp.


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