skip to main |
skip to sidebar
Um professor universitário entra em uma
academia de Tai Chi Chuan para aliviar as tensões que sofria em seu
trabalho. Durante os primeiros meses, pratica Tai Chi com entusiasmo –
mas aos poucos o cansaço vai tomando conta, e resolve desistir.
Na data de sua partida, aproxima-se do mestre:
- Peço desculpas, mas não consigo continuar. Afinal de contas,
dediquei tantos anos ao estudo de Filosofia, que acabei esquecendo do
meu corpo.
- É uma pena que você desista – respondeu o mestre. – Porque eu
também dediquei muito tempo ao estudo de Filosofia. E foi justamente
isto que me fez lembrar de meu corpo.
Share
Um velho sábio chinês estava caminhando por um campo de neve, quando viu uma mulher chorando.
“Por que choras?”, perguntou ele.
“Porque me lembro do passado, da minha juventude, da beleza que via
no espelho, dos homens que amei. Deus foi cruel comigo porque me deu
memória. Ele sabia que eu ia sempre recordar a primavera de minha vida, e
chorar”.
O sábio ficou contemplando o campo de neve, com o olhar fixo em determinado ponto. A certa altura, a mulher parou de chorar:
“O que estás vendo aí?” Perguntou.
“Um campo de rosas”, disse o sábio. “Deus foi generoso comigo porque
me deu memória. Ele sabia que, no inverno, eu poderia sempre recordar a
primavera, e sorrir”.
Share
O grande mestre zen de Tofuku notou que o
mosteiro estava em rebuliço. Noviços corriam de um lado para o outro, e
empregados faziam fila para recepcionar alguém.
“O que está acontecendo?”, quis saber.
Antes que alguém pudesse responder, um soldado aproximou-se do
mestre, e deu-lhe um cartão onde se lia: “Kitagaki, o governador de
Kioto, acaba de chegar e pede uma audiência”.
“Não tenho nada a tratar com esta pessoa”, disse o mestre.
Minutos depois o governador se aproximou, pediu desculpas, riscou o cartão, e entregou-o de novo ao mestre.
Estava escrito: “Kitagaki acaba de chegar, e pede uma audiência”.
“Seja bem-vindo”, disse o mestre zen de Tofuku.
Um texto anônimo do século XVIII nos fala de um
monge russo que procurava um guia espiritual. Um dia lhe disseram que –
em certa aldeia – existia um ermitão, que se dedicava dia e noite à
salvação de sua alma. Ouvindo isso, o monge foi procurar o santo homem.
“Quero que me guie nos caminhos da alma”, disse o monge.
“A alma tem seu caminho próprio, e o anjo a guia”, respondeu o ermitão. ” Reze sem cessar”.
“Não sei rezar desta maneira. Quero que me ensine”.
“Se você não sabe rezar incessantemente, então reze pedindo a Deus que lhe ensine a rezar incessantemente”.
“O senhor não está me ensinando nada”, respondeu o monge.
“Não há nada que ensinar, porque não se pode transmitir Fé como se
transmite os conhecimentos de matemática. Siga seu caminho, aceite o
mistério da Fé, e o Universo se revelará”.
Share

A fé revela que nenhuma ação passa despercebida. Acreditando nisso, agimos melhor.
Certa vez, um homem resolveu invadir os campos de um vizinho para roubar um pouco de trigo. "Se eu tirar um pouco de cada campo, ninguém irá perceber", pensou. "Mas reunirei uma bela pilha de trigo." Então ele esperou pela noite mais negra, quando grossas nuvens cobriam a lua, e saiu às escondidas de casa, levando consigo sua filha mais nova.
– Filha – ele sussurrou – , fique de guarda para o caso de alguém aparecer.
O homem entrou silenciosamente no primeiro campo e começou a colheita. Logo depois, a criança gritou:
– Papai, alguém está vendo você!
O homem olhou em volta, sem ver ninguém; juntou então o trigo roubado e seguiu adiante para o segundo campo.
– Papai, alguém está vendo você! – gritou a criança de novo.
O homem parou e olhou em volta, mas não viu qualquer pessoa, por isso amarrou o trigo roubado e esqueirou-se para o último campo.
– Papai, alguém está vendo você! – gritou a criança novamente.
O homem parou a colheita, olhou para todos os lados e, mais uma vez, não viu pessoa alguma.
– Por que você fica dizendo que alguém está me vendo? – perguntou ele zangado. – Já olhei para todos os lados e não vejo ninguém.
– Papai – murmurou a criança – , alguém está vendo você lá de cima.
O Livro das Virtudes para Crianças
William J. Bennett - Editora Nova Fronteira
Share
De Antoine Saint-Exupéry, autor de “O Pequeno Príncipe”:
“No fundo, existe apenas um único problema neste mundo: como fazer
com que o homem encontre de novo o sentido espiritual da vida, como
provocar a nós mesmos para que retomemos o caminho que nos faz olhar
nossas próprias almas.”
“Para isso, é necessário acreditar que a humanidade possa receber um
banho da força luminosa que vem de cima, e que os ares sejam inundados
por algo parecido com o canto gregoriano. Não podemos continuar vivendo
como se o mundo se resumisse a geladeiras, políticos, orçamentos, e
palavras cruzadas”.
Share
P. McWilliams diz que as “certezas” são drogas fortíssimas, nas quais nos viciamos com facilidade.
O que é melhor: ser feliz ou estar certo? Eis a questão que os mestres sempre perguntam.
Se a resposta for: “ser feliz”, então nós somos livres.
Se a resposta for “estar certo”, teremos um caminho miserável, porque tudo neste universo é relativo.
Julgando o mundo na base do certo e errado, temos necessidade de
administrar esta justiça. Passamos a viver entre o ressentimento e a
culpa.
Seremos carrascos dos outros, e vítimas de nós mesmos.
Por outro lado, ser feliz não significa fazer tudo que dá vontade.
Mas basta seguir uma frase de Jesus -” amai ao próximo como a ti mesmo” – e as coisas se encaixam.
Share
“Um momento não é um dia”, diz Ângela Chimello,
lembrando a história de uma mulher que – ao acordar, reparou que estava
frio, e colocou um cobertor sobre o marido ainda adormecido.
Mais tarde o sol esquentou o dia, e o homem despertou suando em
bicas. Irritado, chamou a mulher para perguntar quem tinha feito a
tolice de cobri-lo num dia tão quente.
Por causa de um pequeno detalhe – geralmente fruto de cuidado ou
carinho, terminamos por nos transformar em juízes implacáveis de nosso
próximo.
Agimos como se, vendo apenas parte de um filme, pudéssemos saber toda a sua história.
Share
Um momento de alegria aparece. Está ali, esperando para ser vivido.
Mas não fazemos nada. O momento de alegria acha que talvez não o
tenhamos percebido. Então passeia diante de nossos olhos, e aguarda
nosso sorriso de compreensão.
De novo, ficamos imóveis.
“O que se passa?”, pergunta o momento de alegria.
“Não sei”, respondemos. “Talvez o medo de que você não volte”.
“E, mesmo que isto aconteça, o que você tem a perder?” Insiste.
“A paz de espírito”, continuamos.
Com a cabeça baixa, o momento de alegria se afasta. E continuamos com a nossa paz de espírito – aquela paz das
Share
Um mestre budista viajava a pé com seus discípulos, quando reparou que discutiam entre si quem era o maior entre eles.
- Pratico meditação há quinze anos – dizia um.
- Faço caridade desde que saí da casa de meus pais – dizia outro.
- Sempre segui os ensinamentos de Buda – dizia um terceiro.
Ao meio-dia, pararam debaixo de uma macieira para descansar. Os
galhos estavam carregados, e vergavam até o chão com o peso das frutas.
Então o mestre falou:
- Quando uma árvore está carregada de frutos, seus ramos se abaixam e
tocam o chão. Desta maneira, o verdadeiro sábio é aquele que é humilde.
“Quando uma árvore não tem frutos, seus ramos são arrogantes e
altivos. Desta maneira, o tolo sempre se crê maior que seu próximo”.
Share