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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pessoas Especiais



Um dia uma professora pediu para seus alunos listarem os nomes dos amigos de classe em um papel, deixando um espaço na frente para escrever alguma coisa.

Então ela mandou eles pensarem na coisa mais bonita que eles podiam dizer sobre cada um dos colegas da classe e escrever ali neste espaço.

Isso tomou todo o tempo restante da aula até que todos acabassem a tarefa, e quando eles sairam da sala, cada um entregou seu papel à professora.

Depois a professora escreveu o nome de cada aluno em um pedaço de papel separado e listou o que todos os outros tinham dito sobre aquele aluno em especial.

Na aula seguinte ela entregou para cada um a sua lista, e em pouco tempo, a classe inteira estava sorrindo.

"Verdade?" ela ouvia.

"Eu nunca soube que significava alguma coisa para alguém!" outro dizia...

"Eu não sabia que os outros gostavam tanto de mim..."

Foram muitos os comentários.

Mas, ninguém mencionou esses papéis na aula novamente. A professora nunca soube se eles discutiram sobre isso entre eles ou com os pais, mas isso não importava.

O exercício atingiu seu objetivo. Os alunos ficaram felizes com eles mesmos e com os outros.

O tempo passou, aqueles alunos cresceram e cada um inicio uma nova vida ali mesmo ou em outra cidade.

Quis o destino que um dos alunos perdesse sua vida em uma guerra.

Todos os amigos e a professora foram no funeral daquele aluno especial. Ela nunca tinha visto um homem num caixão militar antes.

Ele parecia tão bonito e tão maduro. Seus amigos encheram a igreja e um por um, daqueles que o amavam deram seu Adeus...

A professora foi a última a abençoá-lo.

Mas enquanto ela estava lá, um dos soldados que atuou como acompanhante do funeral veio para ela e disse

"Você era a professora de matemática do Mark?" ele perguntou.

Ela mexeu com a cabeça em gesto afirmativo, "Era."

"O Mark falava muito sobre você."

Logo após o funeral enquanto todos ainda estavam tristes por aquele amigo que não poderiam ver de novo, a professora foi chamada pelos Pais de Mark

"Nós queremos lhe mostrar uma coisa", o pai disse, tirando a carteira do bolso e disse.

"Encontraram isso no bolso das roupas do Mark, nós achamos que você deveria reconhecer."

Abrindo a carteira, ele cuidadosamente retirou dois pedaços de papel, que obviamente tinham sido lidos e relidos muitas vezes.

A professora soube imediatamente que aquele papel era a lista feita a muitos anos atrás em uma de suas aulas, com todas as coisas boas que os colegas de Mark tinham escrito sobre ele.

"Muito obrigado por fazer isso" disse a mãe do Mark.

"Como você pode ver, Mark o guardou como um tesouro.

"Todos os colegas do Mark começaram a reunir-se em volta e Charlie sorrindo timidamente falou,

"Eu também guardo minha lista. Ela está na parede do meu quarto".

A esposa do Chuck falou que a lista deles estava no album de casammento."

"Eu tenho o meu também", falou Marilyn. "Está no meu diário".

Então Vicki, outra colega, pegou sua agenda na bolsa e mostrou, gasta e velha, sua lista para o grupo.

"Eu a carrego comigo o tempo todo", disse ela e continuou, "Acho que todos nós guardamos nossas listas."

Foi quando a professora finalmente sentou e chorou. Chorou por Mark e por todos os seus amigos que não o veriam nunca mais e por ver que um pequeno gesto a muitos anos atrás fez uma diferença enorme na vida daqueles alunos.

Autor desconhecido




O Buda de Ouro



No outono de 1988, minha esposa Georgia e eu fomos convidados a fazer uma palestra sobre auto-estima e desempenho máximo numa conferencia em Hong Kong. Como nunca havíamos estado no Extremo Oriente, decidimos estender nossa viagem e visitar a Tailândia.

Ao chegarmos a Bangkok, resolvemos fazer uma visita aos mais famosos templos budistas da cidade. Naquele dia, juntamente com nosso intérprete e motorista, eu e Georgia visitamos vários templos budistas, mas, depois de algum tempo, todos eles começaram a se confundir em nossa memória.

No entanto, um dos templos deixou uma indelével impressão em nossos corações e mentes. Chama-se o "Templo do Buda de Ouro". O templo em si é muito pequeno, provavelmente não mais de que 10 x 10 metros. Mas, ao entrarmos, ficamos atordoados com a presença de um Buda de ouro maciço de 3,5 metros de altura. Ele pesa mais de duas toneladas e meio, e está avaliado em aproximadamente cento e noventa e seis milhões de dólares! Foi uma visão extremamente impressionante - o Buda de ouro maciço, gentil e bondoso, embora imponente, sorrindo para nós. Enquanto estávamos envolvidos com as atividades normais dos turistas (tirar fotografias e fazer exclamações de admiração diante da estátua), caminhei até uma vitrine que continha um grande pedaço de barro com cerca de oito polegadas de espessura por doze polegadas de largura. Ao lado da vitrine havia uma página datilografada descrevendo a história desta magnífica peça de arte.

Nos idos de 1957, um grupo de monges de um monastério precisava transferir um Buda de barro de seu templo para um novo local. O monastério teria que ser transferido para ceder espaço à construção de uma auto-estrada que atravessaria Bangkok. Quando o guindaste começou a sustentar o ídolo gigantesco, seu peso era tamanho que ele começou a rachar. E, como se isso não bastasse, começou a chover. O monge superior, que estava preocupado com os danos que pudessem ocorrer ao Buda sagrado, resolveu devolver a estátua ao chão e cobri-la com um grande encerado de lona para protegê-la da chuva.

Mais tarde, naquela noite, o monge foi verificar como estava o Buda. Acendeu sua lanterna sob o encerado para ver se o Buda continuava seco. Conforme a luz incidiu sobre a rachadura, o monge notou um pequeno brilho e achou estranho. Ao olhar mais de perto o reflexo da luz, perguntou-se se poderia haver algo sob o barro. Foi buscar um cinzel e um martelo no monastério e começou a retirar o barro. À medida que derrubava fragmentos de barro, o pequeno brilho se tornava maior e mais forte. Muitas horas de trabalho se passaram até que o monge se deparou com o extraordinário Buda de ouro maciço.

Os historiadores acreditam que algumas centenas de anos antes da descoberta do monge, o exército dos birmaneses estava prestes a invadir a Tailândia (chamada então de Sião). Os monges siameses, percebendo que seu país seria logo atacado, cobriram seu precioso Buda de ouro com uma camada externa de barro, a fim de evitar que seu tesouro fosse roubado pelos birmaneses. Infelizmente, parece que os birmaneses massacraram todos os monges siameses, e o bem guardado segredo do Buda de ouro permaneceu intacto até aquele fatídico dia em 1957.

Voltando para casa no avião da Cathay Pacific Airlines, pensei comigo mesmo: "Somos todos como o Buda de barro, recobertos por uma concha de resistência criada pelo medo e ainda assim, dentro de cada um de nós, há um 'Buda de ouro', um 'Cristo de ouro' ou uma 'essência de ouro', que é o nosso eu verdadeiro. Em algum lugar ao longo do caminho, entre a idade de dois e nove anos, começamos a encobrir nossa 'essência de ouro', nosso eu natural. E, assim como o monge, com o martelo e o cinzel, nossa tarefa agora é descobrir mais uma vez a nossa verdadeira essência."

Jack Canfield
Do livro: Canja de Galinha para a Alma
Jack Canfield & Mark Victor Hansen
Ediouro



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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Eliana em "O Segredo dos Golfinhos" - (9/14)





O Grande Ditador - LEGENDADO





Bênção ou Desastre?





Um homem que vivia no norte da China, perto da fronteira, era hábil na interpretação dos acontecimentos. Certo dia, por nenhum motivo aparente, o cavalo de seu filho saiu correndo em disparada e desapareceu do outro lado da fronteira, na terra dos nômades. Todos procuraram consolá-lo, menos seu pai:

- Como você pode estar certo de que isso não é uma bênção?

Alguns meses depois, o cavalo voltou, trazendo consigo um esplêndido garanhão nômade. Todos o congratularam, menos seu pai:

- Como você pode estar certo de que isso não é um desastre?

A família ficou enriquecida com o belíssimo animal, que o filho adorava montar. Até que um dia o rapaz caiu e quebrou o quadril. Todos foram consolá-lo, menos seu pai:

- Como você pode estar certo de que isso não é uma bênção?

Um ano depois, os nômades atravessaram a fronteira à força. Todo homem capacitado foi obrigado a tomar o arco e ir para a guerra. Os chineses perderam nove de cada dez homens. Foi somente porque o rapaz ficara aleijado que pai e filho sobreviveram para cuidar um do outro.

Verdadeiramente, as bênçãos se tornam desastres, e os desastres bênçãos. As mudanças não tem fim, nem o mistério da existência pode ser sondado.

Taoismo

Histórias da Alma, Histórias do Coração - Editora Pioneira




Resolução de Conflitos




O trem atravessava sacolejando os subúrbios de Tóquio numa modorrenta tarde de primavera. Nosso vagão estava comparativamente vazio: apenas algumas donas de casa com seus filhos e uns velhos indo fazer compras. Eu olhava distraído pela janela a monotonia das casas sempre iguais e das sebes cobertas de poeira.

Chegando a uma estação, as portas se abriram e, de repente, a quietude da tarde foi rompida por um homem que entrou cambaleando no nosso vagão, gritando com violência imprecações incompreensíveis. Era um homem forte, encorpado, com roupas de operário. Estava bêbado e imundo. Aos berros, esbofeteou uma mulher que carregava um bebezinho. A força do tapa fez com que ela fosse cair no colo de um casal idoso. Só por um milagre nada aconteceu ao bebê.

Aterrorizado, o casal deu um pulo e fugiu correndo para a outra extremidade do vagão. O operário tentou ainda dar um pontapé na velha, mas errou a mira e ela conseguiu escapar. Isso o deixou em tal estado de fúria que agarrou a haste de metal no meio do vagão e tentou arrancá-la do balaústre. Pude ver que uma das suas mãos estava ferida e sangrava. O trem seguiu em frente, com os passageiros paralisados de medo. Eu me levantei.

Na época, cerca de vinte anos atrás, eu era jovem e estava em excelente forma física. Vinha treinando oito horas de aikidô quase todos os dias há quase três anos. Gostava de lutar corpo a corpo e me considerava bom de briga. O problema é que minhas habilidades marciais nunca haviam sido testadas em um combate de verdade. Nós alunos de aikidô somos proibidos de lutar.

"Aikidô", meu mestre não cansava de repetir, "é a arte da reconciliação. Aquele cuja mente deseja brigar perdeu o elo com o universo. Se tentarem dominar as pessoas, estarão derrotados de antemão. Nós estudamos como resolver conflitos, não como iniciá-los."

Eu ouvia essas palavras e me esforçava. Chegava a atravessar a rua para evitar os chimpira, os pungas dos videogames que costumam vadiar perto das estações de trem. Ficava exultado com minha própria tolerância e me considerava um valentão reverente, piedoso mesmo. No fundo do coração, porém, desejava uma oportunidade absolutamente legítima em que pudesse salvar os inocentes destruindo os culpados.

Chegou o dia! pensei comigo mesmo enquanto me levantava. Há pessoas correndo perigo e se eu não fizer alguma coisa é bem possível que elas acabem se ferindo.

Quando me viu levantando, o bêbado percebeu a chance de canalizar a sua ira.

- Ah! - rugiu ele. – Um estrangeiro! Você está precisando de uma lição em boas maneiras japonesas!

Eu estava de pé, segurando de leve nas alças presas ao teto do vagão, e lancei-lhe um olhar de nojo e desprezo. Pretendia acabar com a sua raça, mas precisava esperar que ele me agredisse primeiro. Queria que ficasse com raiva, por isso curvei os lábios e mandei-lhe um beijo insolente.

- Agora chega! – gritou ele. – Você vai levar uma lição. – E se preparou para me atacar.

Mas uma fração de segundo antes que ele pudesse se mexer, alguém deu um berro:

- Ei!

Foi um grito estridente, mas lembro-me que tinha um estranho timbre, jubiloso e cadenciado, como quando estamos procurando alguma coisa junto com um amigo e ele subitamente a encontra: "Ei!"

Virei para a esquerda, o bêbado para a direita. Nós dois olhamos para um velhinho japonês que estava sentado em um dos bancos. Devia ter bem mais de setenta anos, esse minúsculo senhor, e vestia um quimono impecável. Não me deu a menor atenção, mas sorriu com alegria para o operário, como se tivesse um importantíssimo e delicioso segredo para lhe contar.

- Vem aqui – disse o velhinho num tom coloquial e amistoso. – Vem aqui conversar comigo – insistiu, chamando-o com um aceno de mão.

O homenzarrão obedeceu, mas postou os pés beligerantemente diante dele e gritou por cima do barulho das rodas nos trilhos:

- Por que diabos vou conversar com você?

Ele agora estava de costas para mim. Se o seu cotovelo se movesse um milímetro que fosse eu o esmagaria. Mas o velhinho continuou sorrindo para o operário.

- O que você andou bebendo? – perguntou, os olhos brilhando de interesse.

- Saquê – rosnou de volta o operário – e não é da sua conta! – completou, lançando perdigotos no rosto do velho.

- Que ótimo – retrucou o velho. – Excelente mesmo. Eu também adora saquê! Todas as noites, eu e minha esposa (ela está com 76 anos, você sabe) aquecemos uma garrafinha de saquê e vamos até o jardim nos sentar num velho banco de madeira. Ficamos olhando o pôr-do-sol e vendo como vai indo o nosso caquizeiro. Foi meu bisavô quem plantou essa árvore, e estávamos preocupados achando que ela não fosse se recuperar das tempestades de gelo do último inverno. Mas a nossa arvorezinha saiu-se melhor do que esperávamos, ainda mais se considerarmos a má qualidade do solo. É gratificante olhar para ela quando levamos uma garrafinha de saquê para apreciar o final da tarde, mesmo quando chove!

E olhava para o operário, seus olhos reluzentes. O rosto do operário, que se esforçava para acompanhar a conversa do velhinho, foi se abrandando e seus punhos pouco a pouco relaxando.

- É, é bom. Eu também gosto de caqui... – mas sua voz acabou num sumiço.

- São deliciosos – concordou o velho sorrindo. – E tenho certeza de que você também tem uma ótima esposa.

- Não – retrucou o operário. – Minha esposa morreu.

Suavemente, acompanhando o balanço do trem, aquele homenzarrão começou a chorar.

- Eu não tenho esposa, eu não tenho casa, eu não tenho emprego. Eu só tenho vergonha de mim mesmo.

Lágrimas escorriam pelo seu rosto; um frêmito de desespero percorreu-lhe o corpo.

Chegara a minha vez. Lá estava eu, com toda a minha imaculada inocência juvenil, com toda a minha vontade de tornar o mundo um lugar melhor para se viver, sentindo-me de repente mais sujo do que ele.

O trem chegou à minha estação. Enquanto as portas se abriam, ouvi o velho dizer solidariamente:

- Minha nossa, que desgraça. Sente-se aqui comigo e me diga o que houve.

Voltei-me para dar uma última olhada. O operário escarrapachara-se no banco, a cabeça no colo do velhinho, que afagava com ternura seus cabelos emaranhados e sebosos.

Enquanto o trem se afastava, sentei-me num banco da estação. O que eu pretendera resolver pela força fora alcançado com algumas palavras meigas. Eu acabara de presenciar o aikidô num combate de verdade, e a sua essência era o amor. A partir de agora teria que praticar a arte com um espírito totalmente diferente. Muito tempo passaria antes que eu voltasse a falar sobre a resolução de conflitos.

Terry Dobson

Histórias da Alma, Histórias do Coração - Editora Pioneira




O Caminho





Na cidade de Savatthi, no norte da Índia, Buda mantinha um grande centro onde as pessoas vinham meditar e ouvi-lo discorrer sobre Dharma. Todas as noites, um jovem aparecia para ouvir suas palestras. Durante anos ele apareceu para ouvir as pregações de Buda, mas nunca colocou em prático qualquer dos ensinamentos recebidos.

Até que, certa noite, chegando um pouco mais cedo, encontrou Buda sozinho. Aproximando-se, interpelou-o:

- Senhor, tenho uma pergunta que fica surgindo em minha mente e provocando dúvidas.

- Oh? Não deve haver dúvidas no caminho do Dharma. É preciso esclarecê-las. Qual é sua pergunta?

- Senhor, há muitos anos que venho ao seu centro de meditação, e reparei que há um grande número de reclusos ao seu redor, monges e freiras, e um número ainda maior de leigos, homens e mulheres. Alguns deles vêm aqui há anos e posso ver com clareza que alcançaram o estágio final; é bastante óbvio que se encontram plenamente liberados. Posso ver também que outros experimentaram uma certa mudança em suas vidas. Também eles se liberaram. Mas, senhor, também noto que há um grande número de pessoas, dentre as quais eu me incluo, que permanecem como eram, ou estão talvez até piores. Não mudaram em nada, ou não mudaram para melhor. Por que há de ser assim, senhor? As pessoas vêm procurá-lo, um grande homem, plenamente iluminado, um ser poderoso e compassivo. Por que o senhor não usa o seu poder e a sua compaixão para liberá-las todas?

Buda sorriu e perguntou:

Meu jovem, onde você mora? Qual é sua terra natal?

- Moro aqui em Savatthi, senhor, capital do estado de Kosala.

- Sim, mas seus traços mostram que você não é desta parte do país. De onde veio? Onde nasceu?

- Sou da cidade de Rajagaha, senhor, capital do estado de Magadha. Vim pra cá e me estabeleci em Savatthi há alguns anos.

- E rompeu todas as ligações com Rajagaha?

- Não, senhor, ainda tenho parentes lá. E amigos também. Faço negócios em Rajagaha.

- Então com certeza deve ir e vir de Savatthi para Rajagaha com bastante freqüência?

- Ah, sim. Várias vezes por ano eu visito Rajagaha e retorno a Savatthi.

- Tendo ido e voltado tantas vezes, tendo percorrido tantas vezes o caminho daqui a Rajagaha, você conhece bem o percurso.

- Sim, senhor. Conheço a estrada perfeitamente. Diria que até com os olhos vendados eu poderia achar o caminho para Rajagaha, tantas vezes já o percorri.

- Deve acontecer então que as pessoas lhe procuram para que lhes explique como chegar daqui a Rajagaha. Você esconde alguma coisa delas ou explica-lhes o caminho sem evasivas?

- O que haveria para esconder, senhor? Eu explico o mais claramente possível: comece caminhando para o leste e siga em direção a Benares, continue caminhando até chegar a Gaya e em seguida a Rajagaha. Explico-lhes o caminho de maneira a não deixar dúvidas.

- E essas pessoas a quem você dá explicações tão claras, todas elas chegam a Rajagaha?

- Como poderiam, senhor? Somente aquelas que percorrerem todo o caminho até o fim é que chegarão a Rajagaha.

- É isso que eu quero lhe explicar, meu jovem. As pessoas vêm a mim sabendo que sou alguém que já percorreu o caminho daqui até o Nirvana e sabendo que o conhece bem. Elas vêm a mim e perguntam, "Qual é o caminho para o Nirvana e a liberação?" E o que há para esconder? Eu explico claramente: "Este é o caminho". Se alguém apenas abana a cabeça e diz, "Bem dito, muito bem dito, um excelente caminho, mas não vou dar um passo nele; um caminho excelente, mas não vou me dar ao trabalho de percorrê-lo", como essa pessoa poderá atingir o destino final? Eu não carrego ninguém nos ombros até o destino final. Ninguém pode carregar ninguém nos ombros ao destino final. No máximo, com amor e compaixão, é possível dizer, "Bem, este é o caminho e é assim que eu percorro. Se você também trabalhar, se você também caminhar, certamente atingirá o destino final." Mas cada pessoa deve percorrê-lo por si, deve dar cada um dos passos ao longo do caminho por si. Aquele que deu um passo no caminho está um passo mais próximo do destino. Quem deu cem passos, está cem passos mais próximo. Quem deu todos os passos no caminho atingiu o destino final. Mas cada um tem que percorrer o caminho por si mesmo.

Budismo Primitivo

Do livro: Histórias da Alma, Histórias do Coração

Coleção Buscas - Editora Pioneira




Um Conto de Kahlil Gibran


Eu estava andando nos jardins de um asilo de loucos, quando encontrei um jovem rapaz, lendo um livro de filosofia.

Pelo seu jeito, e pela saúde que mostrava, não combinava muito com os outros internos.

Sentei-me ao seu lado e perguntei:

- O que você está fazendo aqui?

O rapaz olhou surpreso. Mas, vendo que eu não era um dos médicos, respondeu:

- É muito simples. Meu pai, um brilhante advogado, queria que eu fosse como ele. Meu tio, que tinha um grande entreposto comercial, gostaria que eu seguisse seu exemplo. Minha mãe desejava que eu fosse a imagem do seu adorado pai. Minha irmã sempre me citava seu marido como exemplo de um homem bem-sucedido. Meu irmão procurava treinar-me para ser um excelente atleta como ele.

Parou um instante e continuou:

- E o mesmo acontecia com meus professores na escola, o mestre de piano, o tutor de inglês - todos estavam determinados em suas ações e convencidos de que eram o melhor exemplo a seguir. Ninguém me olhava como se deve olhar um homem, mas como se olha no espelho.

"Dessa maneira, resolvi me internar neste asilo. Pelo menos aqui eu posso ser eu mesmo."

Do livro: Histórias para pais, filhos e netos - Paulo Coelho - Editora Globo




História da Lagartinha



Havia uma lagartinha que tinha muito medo de sair por ai e morrer pisoteada pelos homens. Por isso, foi-se fechando. As plantas também a rejeitavam, achando que ela só queria comer suas folhas. Mal sabiam que essa lagartinha gorda, e que rasteja, pedindo ajuda, poderia ser aquela borboleta que viria ajudar a polinizar as flores dessas mesmas plantas.

Mas, a lagartinha só chorava, apertada, em sua tristeza, até que uma coruja, aquela ave que só consegue enxergar a noite, quando tudo está escuro, disse a ela, pare de chorar, faça alguma coisa! aí dentro de você mora uma linda borboleta, deixe-a sair. Ela pode voar, ser aceita pelos homens e pelas plantas, ver lá de cima o que você vê daqui debaixo, mudar de jardim e tudo o mais.

A lagartinha, então, pediu ajuda. Como poderia se tornar borboleta? A coruja, sábia amiga, disse-lhe que era necessária uma metamorfose, de mudança, em que precisava se fechar num casulo para empreender esforços, que viriam dores, mas só as necessárias para fazer as mudanças. Mas o que realmente era preciso era pensamento positivo. Que poderia ser livre, bem aceita, e voar leve, por onde desejasse. Que pensasse em ser borboleta o tempo todo e tudo poderia ir mudando, até que, mais rápido do que ela imaginasse, ela sairia do casulo, como uma borboleta.

Do livro: Síndrome do Pânico
Dra. Sofia Bauer Editora Caminhos




terça-feira, 22 de janeiro de 2013

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