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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Do deserto

Um homem larga a vida mundana e transforma-se em ermitão. Longe do centro de decisões políticas da época, passa anos de sua vida tentando preparar o caminho para o Messias. Define-se como “a voz que clama no deserto”.
Num primeiro momento, podemos pensar que tal homem — João Batista — não teria qualquer influência em sua época. Mas a his­tória nos mostra o contrário: sua presença foi fundamental na vida de Jesus.
Quantas vezes nos sentimos como vozes que clamam no deserto? Nossas palavras parecem se perder no vento, nossos gestos apa­rentemente não despertam qualquer reação.
João persistiu; cabe a nós fazer o mesmo. As vozes que clamam no deserto são as que escrevem a história do seu tempo.

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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Do sábio




Um homem em busca da sabedoria resolveu abandonar tudo. Partiu para o deserto e ali permaneceu durante dez anos, procurando entender a linguagem do Universo.
Um belo dia retornou a sua aldeia, e passou a ensinar o que havia aprendido. As pessoas se reuniam alegremente, e ele falava do amor entre todas as criaturas.
Um dia, um dos jovens que sempre o escutava, perguntou:
“O senhor, que nos fala tanto de amor, podia nos apresentar à sua companheira?”
“Não tenho companheira”, respondeu o homem.
“Então como pode falar de amor, se não o experimenta?”
Naquela noite, o homem não conseguiu dormir. Entendeu que, sem a experiência prática do amor, suas palavras eram vazias.
E na manhã seguinte, partiu em busca de uma companheira.

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Ano Novo, páginas novas

- Acorde! - disse uma vozinha fina.  Tommy acordou e sentou-se. Ao pé da cama viu um menino da sua idade, todo de branco, como neve fresca. Tinha os olhos muito brilhantes e olhava direto para Tommy.  - Quem é você? - perguntou Tommy.  - Eu sou o Ano Novo! - disse o menino. - Hoje é o meu dia, e trouxe para você páginas novas.  - Que páginas? - perguntou Tommy.  - Páginas bem novinhas, pode ter certeza! - disse o Ano Novo. - Tenho ouvido más notícias de você pelo meu pai…  - Quem é o seu pai? - perguntou Tommy.  - O Ano Velho, é claro! - disse o menino. - Ele falou que você fazia perguntas demais, e estou vendo que ele tinha razão. Ele também me disse que você guarda rancor, que às vezes belisca sua irmã mais nova e que, um dia, você jogou seu livro da escola no fogo. Agora, tudo isso tem que acabar!  - Ah, é mesmo? - disse Tommy. Ele ficou tão espantado que nem sabia o que dizer.  O menino fez que sim com a cabeça.  - Se não parar - disse ele - , você só vai piorar a cada ano, até virar o Homem Horrível. Você quer ser o Homem Horrível?  - N-não! - disse Tommy.  - Então você tem que parar de ser um menino horrível! - disse o Ano Novo. - Pegue as suas páginas!  E estendeu um maço do que parecia serem folhas de caderno, todas completamente brancas, como suas roupas.  - Todo dia, vire uma dessas páginas - disse - e logo você será um menino bom em vez de horrível.  Tommy pegou as folhas de papel e ficou olhando. Em cada uma, estavam escritas algumas palavras:  "Ajude sua mãe e seu pai!"  "Cate seus brinquedos!"  "Pare de sujar o chão de lama!"  "Seja bom para sua irmãzinha!"  "Não brigue com o Billy Jenkins!"  - Ah, não! - gritou Tommy. - Eu tenho que brigar com Billy Jenkins! Ele falou que…  - Adeus! - disse o Ano Novo. - Vou voltar quando estiver velho, para ver se você foi um bom menino ou um menino horrível. Lembre-se:  Se bom ou horrível vai ser,  Só você pode resolver.  Ele virou-se e abriu a janela. Um vento frio soprou, varrendo as folhas das mãos de Tommy.  - Pare! Pare! - gritou ele. - Diga-me…  Mas o Ano Novo tinha ido embora, e Tommy viu sua mãe entrando no quarto.  - Meu filho! - disse ela. - O vento está desarrumando tudo!  - Minhas páginas! Minhas folhas! - gritou Tommy.  Pulando da cama, procurou pelo quarto todo, mas não achou nenhuma.  - Não tem importância - disse Tommy. - Consigo ir virando-as do mesmo jeito, e juro que vou. Não vou virar o Homem Horrível.  E não virou mesmo.     

Do livro: O Livro das Virtudes II - O compasso moral William J. Bennett - Ed. Nova Fronteira

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sábado, 11 de janeiro de 2014

Uma fábula sobre a fábula


Lenda Oriental

Allahur Akbar! Allahur Akbar! (Deus é grande! Deus é grande!)
Quando Deus criou a mulher criou também a fantasia. Um dia a Verdade resolveu visitar um grande palácio. E havia de ser o próprio palácio em que morava o sultão Harun Al-Raschid.
Envolta em lindas formas num véu claro e transparente, foi ela bater à porta do rico palácio em que vivia o glorioso senhor das terras mulçumanas. Ao ver aquela formosa mulher, quase nua, o chefe dos guardas perguntou-lhe:
- Quem és?
- Sou a Verdade! - respondeu ela, com voz firme. - Quero falar ao vosso amo e senhor, o sultão Harun Al-Raschid, o Cheique do Islã!
O chefe dos guardas, zeloso da segurança do palácio, apressou-se em levar a nova ao grão-vizir:
- Senhor, - disse, inclinando-se humilde, - uma mulher desconhecida, quase nua, quer falar ao nosso soberano, o sultão Harun Al-Raschid, Príncipe dos Crentes.
- Como se chama?
- Chama-se a Verdade!
- A Verdade! - exclamou o grão-vizir, subitamente assaltado de grande espanto. - A Verdade quer penetrar neste palácio! Não! Nunca! Que seria de mim, que seria de todos nós, se a Verdade aqui entrasse? A perdição, a desgraça nossa! Dize-lhe que uma mulher nua, despudorada, não entra aqui!
Voltou o chefe dos guardas com o recado do grão-vizir e disse à Verdade:
- Não podes entrar, minha filha. A tua nudez iria ofender o nosso Califa. Com esses ares impudicos não poderás ir à presença do Príncipe dos Crentes, o nosso glorioso sultão Harun Al-Raschid. Volta, pois, pelos caminhos de Allah!
Vendo que não conseguiria realizar o seu intento, ficou muito triste a Verdade, e afastou-se lentamente do grande palácio do magnânimo sultão Harun Al-Raschid, cujas portas se lhe fecharam à diáfana formosura!
Mas...
Allahur Akbar! Allahur Akbar!
Quando Deus criou a mulher, criou também a Obstinação. E a Verdade continuou a alimentar o propósito de visitar um grande palácio. E havia de ser o próprio palácio em que morava o sultão Harun Al-Raschid...
Cobriu as peregrinas formas de um couro grosseiro como os que usam os pastores e foi novamente bater à porta do suntuoso palácio em que vivia o glorioso senhor das terras mulçumanas.
Ao ver aquela formosa mulher grosseiramente vestida com peles, o chefe dos guardas perguntou-lhe:
- Quem és?
- Sou a Acusação! - respondeu ela, em tom severo. - Quero falar ao vosso amo e senhor, o sultão Harun Al-Raschid, Comendador dos Crentes!
O chefe dos guardas, zeloso da segurança do palácio, correu a entender-se como o grão-vizir.
- Senhor - disse, inclinando-se humilde, - uma mulher desconhecida, o corpo envolto em grosseiras peles, deseja falar ao nosso soberano, o sultão Harun Al-Raschid.
- Como se chama?
- A Acusação!
- A Acusação? - repetiu o grão-vizir, aterrorizado. - A Acusação quer entrar nesse palácio? Não! Nunca! Que seria de mim, que seria de todos nós, se a Acusação aqui entrasse! A perdição, a desgraça nossa! Dize-lhe que não, que não pode entrar! Dize-lhe que uma mulher, sob as vestes grosseiras de um zagal, não pode falar ao Califa, nosso amo e senhor!
Voltou o chefe dos guardas com a proibição do grão-vizir e disse à Verdade.
- Não podes entrar, minha filha. Com essas vestes grosseiras, próprias de um beduíno rude e pobre, não poderás falar ao nosso amo e senhor, o sultão Harun Al-Raschid. Volta, pois, em paz, pelos caminhos de Allah!
Vendo quem não conseguiria realizar o seu intento, ficou ainda mais triste a Verdade e afastou-se vagarosamente do grande palácio do poderoso Harun Al-Raschid, cuja cúpula cintilava aos últimos clarões do sol poente.
Mas...
Allahur Akbar! Allahur Akbar!
Quando Deus criou a mulher, criou também o Capricho.
E a Verdade entrou-se do vivo desejo de visitar um grande palácio. E havia de ser o próprio palácio em que morava o sultão Harun Al-Raschid.
Vestiu-se com riquíssimos trajos, cobriu-se com jóias e adornos, envolveu o rosto em um manto diáfano de seda e foi bater à porta do palácio em que vivia o glorioso senhor dos Árabes.
Ao ver aquela encantadora mulher, linda como a quarta lua do mês de Ramadã, o chefe dos guardas perguntou-lhe:
- Quem és?
- Sou a Fábula - respondeu ela, em tom meigo e mavioso. - Quero falar ao vosso amo e senhor, o generoso sultão Harun Al-Raschid, Emir dos Árabes!
O chefe dos guardas, zeloso da segurança do palácio, correu, radiante, a falar com o grão-vizir:
- Senhor, - disse, inclinando-se, humilde - uma linda e encantadora mulher, vestida como uma princesa, solicita audiência de nosso amo e senhor, o sultão Harun Al-Raschid, Emir dos Crentes.
- Como se chama?
- Chama-se a Fábula!
- A Fábula! - exclamou o grão-vizir, cheio de alegria. - A Fábula quer entrar neste palácio! Allah seja louvado! Que entre! Bem-vinda seja a encantadora Fábula: Cem formosas escravas irão recebê-la com flores e perfumes! Quero que a Fábula tenha, neste palácio, o acolhimento digno de uma verdadeira rainha!
E abertas de par em par as portas do grande palácio de Bagdá, a formosa peregrina entrou.
E foi assim, sob o aspecto de Fábula, que a Verdade conseguiu aparecer ao poderoso califa de Bagdá, o sultão Harun Al-Raschid, Vigário de Allah e senhor do grande império mulçumano!

Minha vida querida. Tahan, Malba. Rio de Janeiro: Conquista, 1957, p.93-98.

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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Do cântico

Trecho do Bíblia (Cântico dos Cânticos), geralmente esquecido por todos que vivem pregando o reinado do sacrifício:
“Vai, pois, come com alegria o teu pão, e bebe gostosamente o teu vinho, pois Deus já de antemão se agrada das tuas obras. Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e jamais falte o óleo sobre a tua cabeça”.
“Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol; porque esta é a tua porção nesta vida, pelo trabalho com que te cansaste debaixo do sol”.
“Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade. Anda pelos caminhos que satis­fazem ao teu coração, e agradam aos teus olhos. Saiba, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá conta”.

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Do sagrado



Tudo que fazemos é sagrado. A arte é uma das muitas maneiras de permitir que esta bênção chegue a todo mundo, e interfira na vida de muitas pessoas. Cabe ao artista a responsabilidade de entender a mensagem da qual é instrumento – e procurar, sempre que possível – dividi-la com os outros.
Todos nós somos artistas. Não importa se pintamos, escrevemos num jornal, dirigimos um ônibus, trabalhamos num banco, servimos a mesa, cuidamos dos filhos. Em nossa vida, e em nossas atitudes, a mensagem de Deus está presente. Mesmo sem entender direito qual é esta mensagem, cabe a nós dar um sentido sagrado a tudo que fazemos.
Seremos capazes de melhorar nossa própria vida – e consequentemente, contribuir para um mundo mais feliz – se tivermos sempre em mente que cada gesto nosso interfere em todo o universo.

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

De Santa Tereza

Num momento em que é rejeitada por todos como louca ou endemoniada, Santa Tereza D’Avila encontra o jesuíta Francisco de Borja:
“Não consigo rezar sozinha”, diz. “Preciso buscar a memória do Criador nos campos, na água ou nas flores. A oração para mim é um trabalho difícil, como o de tirar água de um poço. No começo consigo pegar apenas umas gotas, que aliviam a secura da minha alma. Mas, aos poucos, o balde vai se enchendo, e cada vez tenho menos trabalho para regar estes campos espirituais. Finalmente, chega um momento em que esta água se transforma em chuva, e o Criador rega minha alma, sem nenhum trabalho de minha parte”.
“Pois nunca deixe de ler este livro da Criação”, responde Francisco de Borja. “Ali, na natureza, é que o Pai escreve suas melhores linhas”.

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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Do amor



Retratado para o grande público no filme “Henry e June”, o escritor americano Henry Miller (1891-1980) foi uma mais importantes presenças literárias do século. Embora seu valor ainda esteja para ser reconhecido – há quem o acuse de ser apenas um autor pornográfico -, seus textos continuam mais atuais que nunca.
A seguir, vemos um exemplo:
“O que mais se pode pedir além de afogar-se na enorme onda do amor, e ser derrotado como ser humano, mas ser vitorioso como alguém capaz de amar. Amantes de Deus, amantes de outros seres humanos, das criaturas grandes ou pequenas!”
“Na aparente derrota do amor, renascemos de novo – e esta é a única razão que temos para continuar na Terra”.

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Que tal ser feliz também?

Um belo dia um homem pegou um táxi para o aeroporto. O taxista, muito correto na direção, andava na faixa certa, dirigindo com toda a atenção quando, de repente, um carro preto saiu de um estacionamento com grande violência, atravessando bruscamente em sua frente.  O taxista pisou no freio bruscamente, deslizou, mas escapou de bater em outro carro. Foi por um triz! O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar nervosamente, fazendo gestos com as mãos e derramando palavras de baixo calão.  Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo, demonstrando grande tranquilidade, mesmo com a situação que acabara de passar.  Indignado, o passageiro do táxi lhe perguntou: Por que você fez isso? Esse cara quase arruína o seu carro! Você deveria ter xingado também!  O motorista do taxi, calmamente, explicou ao passageiro uma lei que aprendera e que sempre colocava em prática nessas situações: "A Lei do Caminhão de Lixo."  Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por ai carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, traumas e desapontamentos… À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar e, às vezes, descarregam sobre a gente, sobre o primeiro que cruza o caminho delas.  Nunca tome isso como pessoal. Isto não é problema seu! É dele! Apenas sorria, acene, deseje sempre o bem, e vá em frente. Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa, ou nas ruas. Fique tranquilo… respire… e deixe o lixeiro passar!  O princípio disso é: pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia.  A vida é muito curta, não leve lixo com você! Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódios e frustrações.  Ame as pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.    
                                                                                                                      Autor:Desconhecido  

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domingo, 5 de janeiro de 2014

Qual a sua escolha?


Uma mulher regava o jardim de sua casa e viu três velhos à sua frente. Não os conhecia e disse:
- Não creio conhecê-los, mas devem ter fome. Por favor, entrem em minha casa e comam algo.
Eles perguntaram:
- O homem da casa está?
- Não, respondeu ela.
- Então, não podemos entrar.
Ao entardecer, quando o marido chegou, ela contou o sucedido.
- Ora, diga-lhes para que entrem!
A mulher saiu e convidou os três.
- Não podemos entrar os três juntos, explicaram os velhinhos.
- Por quê?
Um dos homens apontou um dos companheiros e explicou:
- Seu nome é Riqueza. Logo indicou o outro: Seu nome é Êxito e eu me chamo Amor. Agora, entre e decida com seu marido qual dos três será convidado.
A mulher entrou e contou ao marido sobre o que ouvira. O homem ficou feliz:
- Que bom! E já que o assunto é assim, convidemos a Riqueza! Que entre e encha nossa casa.
A mulher não concordou:
- Querido, por que não convidamos o Êxito?
A filha que estava escutando veio correndo:
- Não seria melhor convidar o Amor? Nossa casa ficaria, então, feliz...
- Sigamos o conselho de nossa filha, disse o marido à sua mulher. Vá lá fora e convide o Amor a ser nosso hóspede.
A mulher saiu e perguntou:
- Qual de vocês é o Amor? Por favor, venha. Você é nosso convidado.
O amor avançou para dentro da casa e os outros dois o seguiram.
Surpreendida, a mulher perguntou:
- Convidei o Amor, por que o seguem? Também vão entrar?
Os velhos responderam juntos:
- Se tivesse convidado a Riqueza ou o Êxito, os outros dois ficariam de fora. Mas, como o Amor foi convidado, onde ele vai nós o seguimos.

Autor: Desconhecido

 
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