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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Do amor

No extraordinário romance “Os Irmãos Karamazov”, Fyodor Dost­oiéwski (1821-1881) nos fala de amor:
“O amor ativo significa trabalho duro e tenacidade, e algumas pessoas tentam vê-lo como uma ciência exata. Entretanto, eu posso garantir que, quando você acha que está chegando perto de sua meta, termina se dando conta – horrorizado – que nunca esteve tão longe dela.
“Então, quando você se dá conta disso, eu também posso garantir que – neste momento – você consegue tudo o que queria. E com­preende claramente que o milagroso poder de Deus, com todo o seu amor, estava guiando seus passos”.





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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Do guerreiro I

No Bhagavad Gita, o guerreiro Arjuna pergunta ao Senhor Iluminado: “Quem és?”
Ao invés de responder “sou isso”, Krisna começa a falar das pequenas e grandes coisas do mundo – e dizer que ele está ali. Arjuna passa a ver a face de Deus em tudo que o cerca.
E nós? Embora criados a imagem e semelhança do Altíssimo, passamos a vida inteira tentando nos fechar num bloco de coerências, certezas e opiniões. Não entendemos que estamos nas flores, nas montanhas, nas coisas que vemos em nosso caminho diário até o trabalho. Esquecemos que o sangue dos antepassados corre em nossas veias.
Raramente pensamos que viemos de um mistério – o nascimento -, e caminhamos para outro mistério – a morte.
Reflita sobre isto hoje, amanhã e sempre que possível. Assim terá mais liberdade de agir.





terça-feira, 16 de julho de 2013

De destruir

No auge do sucesso, como romancista e autor teatral, Oscar Wilde entrou na justiça contra um marquês que falava mal dele. O marquês conseguiu inverter o processo, e Wilde foi parar na prisão.
Ali escreveu seu mais belo poema onde procura entender porque o homem termina sendo seu próprio carrasco.
Estes são alguns versos de “A balada do cárcere de Reading”:
A gente destrói aquilo que mais ama
em campo aberto, ou numa emboscada;

alguns com a leveza do carinho

outros com a dureza da palavra;

os covardes destroem com um beijo

os valentes destroem com a espada.

Mas a gente sempre destrói aquilo que mais ama.





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segunda-feira, 15 de julho de 2013

A ponte e a pinguela





Certo homem, depois de muitos anos de trabalho e meditação sobre a melhor maneira de atravessar o rio diante a sua casa, construiu uma pinguela sobre ele. Acontece que os habitantes da aldeia raramente ousavam atravessá-la, por causa da sua precariedade.
Um belo dia apareceu por ali um engenheiro, e junto com os habitantes, construiu uma ponte, o que deixou enfurecido o construtor da pinguela. A partir daí, ele começou a dizer, para quem quisesse ouvir, que o engenheiro tinha desrespeitado o seu trabalho.
- Mas a pinguela ainda esta lá! - respondiam os habitantes. É um monumento aos seus anos de esforços e meditação.
- Ninguém a usa - o homem, nervoso, insistia.
- O senhor é um cidadão respeitado e nós gostamos do senhor. Acontece que, se as pessoas acham a ponte mais bela e mais útil que a pinguela, o que podemos fazer?
- Ela está cruzando o meu rio!
- Mas senhor, apesar de todo o respeito que temos pelo seu trabalho, queríamos dizer que o rio não é seu. Ele pode ser atravessado a pé, por barco, a nado, de qualquer maneira que desejarmos; se as pessoas preferem cruzar a ponte, porque não respeitar o desejo delas?
- Mas senhor, apesar de todo o respeito que temos pelo seu trabalho, queríamos dizer que o rio não é seu. Ele pode ser atravessado a pé, de barco, a nado, de qualquer maneira que desejarmos; se as pessoas preferem cruzar a ponte, porque não respeitar o desejo delas? Finalmente, como podemos confiar em alguém que, ao invés de tentar melhorar a sua pinguela, passa o tempo todo criticando a ponte?
Existe gente que, ao invés de tentar melhorar aquilo que faz, procura sempre destruir o que os outros estão tentando fazer.
Autor: Desconhecido





sábado, 13 de julho de 2013

Da ação

O texto é do sociólogo Hebert de Souza, o Betinho:
“Aquela tese, segundo a qual nós teríamos que esperar o momento certo para deflagrar uma revolução que mudasse o estado das coisas, já não se sustenta mais.”
“Quando, no nosso movimento, alguns caras de esquerda chegaram com comidas doadas, quem encontraram para distribuí-las?  Os kardecistas.  Pois estes têm um movimento de anos de ação filantrópica, e o fazem de forma espontânea e séria.  Por isso, será sempre importante unir a solidariedade com o desejo de mudança.”
“Se eu não sou capaz de mudar alguma coisa aqui e agora, seguramente não serei capaz de mudar no futuro. Só a vitória que eu consigo hoje, por menor que seja, é que me ajuda a criar condições para uma reforma”.



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quarta-feira, 10 de julho de 2013

A fábula do vira-lata


Uma velha senhora foi para um safari na África e levou seu velho vira-lata com ela. Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido. Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço .. O cachorro velho pensa: -'Oh, oh! Estou mesmo enrascado ! Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador ... Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto: -Cara, este leopardo estava delicioso ! Será que há outros por aí ? Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores. -Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco ! O velho vira-lata quase me pega! Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum.. . E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa : -Aí tem coisa! O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo.O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz: -'Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!' Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa: -E agora, o que é que eu posso fazer ? Mas, em vez de correr (sabe que suas pernas doloridas não o levariam longe...) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz : -'Cadê o filha da puta daquele macaco? Tô morrendo de fome!
Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca! ' Moral da história: não mexa com cachorro velho... idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência. 
 


 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Do cristal e do espelho


Os guerreiros da Luz lidam com a luz.  E, desta maneira, se comportam como um cristal ou como um espelho.
Eles se comportam como um espelho quando percebem que todo o Universo se reflete em suas almas. Sabem que cada gesto será refletido no mundo que os cerca.  Então, possuem a responsabilidade e o entendimento de mostrar seus melhores gestos, e de refletir as belas coisas do mundo.
Eles se comportam como cristais quando, em determinadas horas, permitem que a Luz Divina os utilize.  Limpam suas almas de todas as impurezas, e deixam que o raio de Deus os atravesse sem qualquer interferência.  Neste momento, eles são ouvintes de suas próprias palavras.




segunda-feira, 8 de julho de 2013

Zé Alegria


Havia uma fazenda onde os trabalhadores viviam tristes e isolados. Eles estendiam suas roupas surradas no varal e alimentavam seus magros cães com o pouco que sobrava das refeições. Todos que viviam ali trabalhavam na roça do Seu João, um homem rico e poderoso, que, dono de muitas terras, exigia que todos trabalhassem duro, pagando muito pouco por isso.
Um dia, chegou ali um novo empregado, cujo apelido era Zé Alegria. Era um jovem agricultor em busca de trabalho. Recebeu, como todos, uma velha casa onde iria morar enquanto trabalhasse ali. O jovem vendo aquela casa suja e largada, resolveu dar-lhe vida nova. Pegou uma parte de suas economias, foi até a cidade e comprou algumas latas de tinta. Chegando à sua casa, cuidou da limpeza e, em suas horas vagas, lixou e pintou as paredes com cores alegres e brilhantes, além de colocar flores nos vasos. Aquela casa limpa e arrumada chamava à atenção de todos que passavam. O jovem sempre trabalhava alegre e feliz na fazenda, era por isso que tinha esse apelido. Os outros trabalhadores lhe perguntavam:
- Como você consegue trabalhar feliz e sempre cantando com o pouco dinheiro que ganhamos?
O jovem olhou bem para os amigos e disse:
- Bem, este trabalho, hoje é tudo que eu tenho. Ao invés de blasfemar e reclamar, prefiro agradecer por ele. Quando aceitei este trabalho, sabia de suas limitações. Não é justo que agora que estou aqui, fique reclamando. Farei com capricho e amor aquilo que aceitei fazer.
Os outros olharam admirados.
"Como ele podia pensar assim?" Afinal, acreditavam ser vítimas das circunstâncias abandonados pelo destino...
O entusiasmo do rapaz, em pouco tempo, chamou à atenção de Seu João, que passou a observar à distância os passos dele.
Um dia Seu João pensou:
- Alguém que cuida com tanto cuidado e carinho da casa que emprestei, cuidará com o mesmo capricho da minha fazenda. Ele é o único aqui que pensa como eu. Estou velho e preciso de alguém que me ajude na administração da fazenda.
Seu João foi até a casa do rapaz e, após tomar um café bem fresquinho, ofereceu ao jovem um emprego de administrador da fazenda. O rapaz prontamente aceitou.
Seus amigos agricultores novamente foram perguntar-lhe:
- O que faz algumas pessoas serem bem-sucedidas e outras não?
E ouviram, com atenção, a resposta:
- Em minhas andanças, meus amigos, eu aprendi muito e o principal é que:
Não existe realidade, existe em nós a capacidade de realizar e dar vida nova a tudo que nos cerca.




Autor: Desconhecido

quinta-feira, 4 de julho de 2013

De: Maira Ziady




O texto é de Maria Ziady, a mais célebre escritora árabe con­temporânea:
“E tu, qual é a cor dos teus olhos? Que ponto eles fixam no mundo visível e invisível?”
“Levanta-te, vá ao  espelho e olhe os teus dois globos mági­cos. Já os estudaste alguma vez?”
“Investigue suas profundidades, e encontrarás o espírito oni­presente que vigia a ação de todos os homens, o movimento dos astros e dos séculos.”
“Na profundidade de teus olhos,  verás todos os panoramas, todos os rostos, e todas as coisas.”
“E se quiseres conhecer-me – a mim, o desconhecido – olhe longamente nos teus olhos e ali me verás, a despeito de ti mesmo.”


(adaptado da tradução de Mansour Challita)








segunda-feira, 1 de julho de 2013

O caminho de volta

 


Já estou voltando. Só tenho 37 anos e já estou fazendo o caminho de volta. Até o ano passado eu ainda estava indo. Indo morar no apartamento mais alto do prédio mais alto do bairro mais nobre. Indo comprar o carro do ano, a bolsa de marca, a roupa da moda.
Claro que para isso, durante o caminho de ida, eu fazia hora extra, fazia serão, fazia dos fins de semana eternas segundas-feiras. Até que um dia, meu filho quase chamou a babá de mãe!
Mas, com quase quarenta, eu estava chegando lá. Onde mesmo? No que ninguém conseguiu responder, eu imaginei que quando chegasse lá ia ter uma placa com a palavra "fim". Antes dela, avistei a placa de "retorno" e nela mesmo dei meia volta.
Comprei uma casa no campo (maneira chique de falar, mas ela é no meio do mato mesmo). É longe que só a gota serena. Longe do prédio mais alto, do bairro mais chique, do carro mais novo, da hora extra, da babá quase mãe.
Agora tenho menos dinheiro e mais filho. Menos marca e mais tempo. E não é que meus pais (que quando eu morava no bairro nobre me visitaram quatro vezes em quatro anos), agora vêm pra cá todo fim de semana? E meu filho anda de bicicleta, eu rego as plantas e meu marido descobriu que gosta de cozinhar (principalmente quando os ingredientes vêm da horta que ele mesmo plantou).
Por aqui, quando chove, a Internet não chega. Fico torcendo que chova, porque é quando meu filho, espontaneamente (por falta do que fazer mesmo) abre um livro e, pasmem, lê. E no que alguém diz "a internet voltou!" já é tarde demais porque o livro já está melhor que o Facebook, o Twitter e o Orkut juntos.
Aqui se chama "aldeia" e tal qual uma aldeia indígena, vira e mexe eu faço a dança da chuva, o chá com a planta, a rede de cama. No São João, assamos milho na fogueira. Aos domingos, converso com os vizinhos. Nas segundas, vou trabalhar, contando as horas para voltar.
Aí eu me lembro da placa "retorno" e acho que nela deveria ter um subtítulo que diz assim: "retorno – última chance de você salvar sua vida!" Você provavelmente ainda está indo. Não é culpa sua. É culpa do comercial que disse: "Compre um e leve dois". Nós, da banda de cá, esperamos sua visita. Porque sim, mais dia menos dia, você também vai querer fazer o caminho de volta.


Téta Barbosa é jornalista, publicitária e mora no Recife. 





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