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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SOSSEGO DECORADO

Certa vez, no meio de atividades que eu tinha, loucamente, deixado que se fizessem consumidoras, fui a Atlantic City. Da minha janela poderia olhar diretamente para o mar, que se atirava suavemente sobre as macias praias arenosas. Era uma cena repousante de se contemplar. O dia estava muito cinzento e nublado. Imperturbavelmente, o mar rolava em direção à praia, com seu rugido profundo, com seu incessante mas perfeito ritmo. Espuma clara borbulhava na crista de suas ondas. Na praia, e subindo bem alto para o céu azul, depois deslizando com o vento, para baixo, com graça inefável, gaivotas gritavam e mergulhavam. Tudo naquela cena era gracioso, belo, e conduzia à serenidade. Sua tranqüilidade benigna deitava sobre mim um bálsamo salutar e repousante. Fechei os olhos, e descobri que ainda podia visualizar a cena, tal como a tinha contemplado. Ali estava, tão bem delineado como eu a tinha realmente visto com meus olhos. Ocorreu-me que a razão de poder eu "vê-la" com os olhos fechados, era ter a memória absorvido a paisagem, e estar capacitada para reproduzi-la em pormenores. Por que, então - raciocinei - não poderia eu reviver uma e muitas vezes aquela cena de tranqüila beleza, mesmo que meu corpo estivesse ausente daquele lugar? Comecei, deliberadamente, a exercitar a visão de tranqüilas cenas de beleza, que realmente completara. Às vezes, em meio de trabalho ativo, achei de proveito parar por um minuto ou dois e trazer à memória cenas armazenadas ali, cenas que me haviam impressionado pela sua beleza, e experimentar, mais uma vez, seu notável poder de tranqüilizar, de acalmar, de afrouxar a tensão. Por exemplo, descobri que quando o sono vem com dificuldade, eu posso, realmente, atrair a sonolência visualizando, com a memória, cenas de tranqüilidade e paz. Deitando com os músculos bem frouxos em minha cama, exercito voltar com a memória para trás, o mais recuadamente possível, e recordar uma por uma as experiências verdadeiramente repousantes de minha vida, tal como a ocasião em que fixei meus olhos no Monte Branco, quando a vasta montanha aparecia banhada em luar. Ou a radiante manhã, beijada de sol, quando nosso grande navio branco lançou âncora nas águas incrivelmente azuis da Praia de Waikiki, no Havaí. Ou naquela tarde mística em que observei, pela primeira vez, as sombras violáceas encherem o Grand Canyon, tornando-o transbordante de silêncio. Ou observando o sol a atravessar velhos bordos sobre um gramado verde, numa tarde de verão, em minha casa de campo. Atravessando aquelas maravilhosas cenas de beleza e de paz através do poder da memória para recriá-las, a paz de Deus domina-me e eu vou descambando para um sono profundo e pacífico. Assim, de vez em quando, deixe à parte seus cuidados e os problemas do dia, e percorra com a memória os lugares e as cenas mais belas que já viu ou testemunhou. Isso o aquietará, e, enquanto você se entrega ao poder benigno da visualização tranqüila, encontrará repouso e afrouxamento da tensão.  









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