skip to main |
skip to sidebar
Saudade é um desespero pra quem sente, agonia é constante. Sinto vontade
de te arrancar dos meus sonhos e lhe dar um enorme abraço, ausência é
minha desinência. Desconjuntura emocional é o preço que pago por te
perder, vivo a me reorganizar lentamente, pedaços de lembranças. Tento
te manter por perto em cada gota de chuva, a cada assoprar dos ventos e a
cada brecha de sol que entra sorrateiramente entre as cortinas escuras.
Vou entrando porque está ficando frio aqui em frente de casa, lugar
esse que conversávamos sem percepção de tempo, inicia-se o inverno. Não
há mais dedos pra contar os anos em que saiu por aquela porta dizendo
que seria uma viagem curta e que logo logo nos encontraríamos, se eu
soubesse que o destino não cumpriria com o prometido teria partido
contigo, sem hesitar. Tudo está do mesmo jeito que deixou, cada vestígio
de sua existência me destrói e me arremessa contra as pedras deste
imenso mar de solidão. Fico a imaginar como seria se estivesse aqui do
meu lado, de quê iríamos achar graça, em que lugares iríamos, sobre o
que brigaríamos e qual seria as artimanhas para a reconciliação, era
certo o eterno. Daria tudo pra ouvir sua voz denovo, por favor, vem pra
perto e me abraçe em silêncio e conte uma história até que eu adormeça e
me faça acreditar que um dia te reencontrarei e acabarei com esta
ausência, único motivo que me mantém respirando.
Pietro Kalef
0 comentários:
Postar um comentário