Bert Hellinger
Os desenvolvimentos de seu trabalho tem amplas implicações para o âmbito da psicoterapia, aconselhamento de casais, pedagogia, consultoria de empresas, dramaturgia, política e solução de conflitos sociais.
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Biografia
Oriundo de uma família católica, foi marcado pela SS, no tempo do nazismo, como "inimigo do estado", ainda muito jovem. Mesmo assim, foi convocado e serviu ao exército alemão. Capturado na Bélgica, posteriormente, fugiu e voltou para Berlim. Após esse evento, tornou-se padre católico missionário e serviu na África do Sul por 16 anos. Lá, conheceu a dura realidade do apartheid, e trabalhou, favorecido pela visão mais aberta dos padres anglicanos, com dinâmicas de grupo.Retornou à Alemanha e estudou gestaltoterapia; após dois anos de estudos, deixou sua ordem religiosa e se tornou psicoterapeuta. Estudou diversas teorias psicoterapêuticas: psicanálise; terapia primal, de Arthur Janov; análise de estórias, de Eric Berne; análise transacional, hipnoterapia. Nos anos 1970, teve contato com o trabalho de Virginia Satir, encantando-se pelo fenômeno da representação familiar desenvolvido por ela (que se passou a chamar de "escultura familiar"). Começou, então, a refletir sobre a consciência e as forças que atuam nos grupos familiares.
Nos últimos anos, dedicou-se a expandir sua visão sistêmica em diversos países, tanto dentro como fora da Europa: Estados Unidos, América do Sul, América Central, Oriente Médio e Ásia.
Visitou o Brasil em 1999 (Rio de Janeiro), 2001 (São Paulo), 2005 (Belo Horizonte), 2006 (Goiânia), 2007 (Brasília) e 2008 (Águas de Lindóia - SP).
Principais descobertas
Descobriu, no processo de seu trabalho, que a consciência não é o juiz do certo e do errado, mas está ligada a certas ordens pré-definidas, as quais batizou de "ordens do amor" ou "ordens de origem".O desenvolvimento posterior de seu trabalho levou-o a descobertas sobre a natureza do vínculo e da ordem dentro dos grupos humanos e de como o amor cego e as necessidades de vínculo, ordem e compensação podem estar subjacentes às tragédias familiares, notadamente ao suicídio, acidentes e doenças graves.
Descobriu que, além dos sentimentos primários (reação imediata aos acontecimentos) e secundários (sentimentos que substituem os primários), existem os "sentimentos adotados": sentimentos que se assumem de outras pessoas e são dirigidos a terceiros.
Outra descoberta, foi o "movimento interrompido": interrupção do desejo de uma pessoa de buscar ou ir em direção aos pais.
Criou uma dinâmica psicoterapêutica denominada de constelações familiares, que, mais tarde, ampliou sua abrangência, no chamado "movimentos da alma". Sua abordagem busca a clareza sobre os laços de amor que unem a família, descortinando soluções inusitadas e simples para os problemas e conflitos psíquicos dos pacientes.
Nos anos recentes, descreveu, ainda, padrões importantes relativos à efetividade da relação de ajuda, chamados de "ordens da ajuda" e, ainda, sobre a postura básica fundamental do profissional que ajuda, dentro do contexto de seu trabalho.
Obras
Escreveu mais de 30 títulos em alemão, vários dos quais foram traduzidos para o português.- A Fonte Não Precisa Perguntar pelo Caminho pela Editora Atman
- A Simetria Oculta do Amor pela Editora Cultrix
- A Paz Começa na Alma pela Editora Atman
- Amor a Segunda Vista pela Editora Atman
- Conflito e paz: uma resposta pela Editora Cultrix
- Desatando os laços do destino pela Editora Cultrix
- Liberados Somos Concluídos pela Editora Atman
- No centro sentimos leveza pela Editora Cultrix
- O Essencial É Simples pela Editora Atman
- Ordens da Ajuda pela Editora Atman
- Ordens do amor pela Editora Cultrix
- Para que o Amor de Certo pela Editora Cultrix
- Pensamentos a Caminho pela Editora Atman
- Religião, Psicoterapia e Aconselhamento Espiritual pela Editora Cultrix
- Um Lugar para os Excluídos pela Editora Atman
Controvérsias
Sua filosofia aborda os movimentos de reconciliação e procura demonstrar que a paz e as soluções duradouras impõem a necessidade de se responsabilizar as pessoas por seus atos, porém sem o viés da acusação moral e da desumanização de seus atos. Devido a seus posicionamentos nesse sentido, por exemplo, quando Hellinger responsabiliza os nazistas, mas não os desumaniza, surgiu controvérsia e desconforto no ambiente cultural alemão.Ligações externas
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