Na mitologia grega, um gigante chamado
Procusto convidava pessoas para passarem a noite em sua cama de ferro.
Mas havia uma armadilha nesta hospitalidade: ele insistia que os
visitantes coubessem, com perfeição, na cama. Se eram muito baixos, ele
os esticava; se eram altos, cortava suas pernas.
Por mais artificial que isto possa parecer, será que
não gastamos um bocado de energia emocional tentando alterar ou
"enquadrar" outras pessoas de formas diversas, embora menos drásticas?
Esperamos, com freqüência, que os outros vivam
segundo nossos padrões e ideais, ajustando-se aos nossos conceitos de
como eles deveriam ser. Ou então, assumimos a responsabilidade de
torná-los felizes, bem ajustados e emocionalmente saudáveis.
A verdade é que grande parte dos atritos que existem
nos relacionamentos acontecem quando tentamos impor nossa vontade aos
outros - quando tentamos administrá-los e controlá-los.
De tempos em tempos, em graus variados, assumimos
responsabilidades que não nos pertencem. Tentamos dirigir a vida das
outras pessoas, com a intenção de influenciar tudo, desde a dieta até a
escolha de roupas, decisões financeiras e profissionais. Tomamos partido
e ficamos excessivamente envolvidos, até encontramos ou criamos
problemas onde não existem para poder criticar e oferecer conselhos.
É preciso entender que ninguém muda até que deseje
fazê-lo, esteja disposto a mudar e pronto, para tomar as atitudes
necessárias para efetuar a mudança. E por este motivo que o resultado de
nosso "procustianismo" é, contudo, sempre o mesmo. Estamos destinados a
fracassar em nossos esforços para controlar ou modificar alguém, não
importa o quanto sejam nobres nossas intenções. E estamos destinados a
terminar num turbilhão - frustrados, ressentidos e cheios de
auto-piedade.
E o que dizer das pessoas que tentamos orientar? Por
outro lado, mostramos falta de respeito por seus direitos como
indivíduos, privando-as da oportunidade de aprender através de suas
próprias escolhas, decisões e erros. Em resumo, nosso relacionamento com
aqueles com os quais declaramos nos preocupar profundamente torna-se
desarmonioso e forçado.
Permita que os outros vivam sua vida, enquanto vivemos a nossa - viva e deixe viver.
Autor desconhecido
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