para poder dizer a si mesmo que era a sua vez.
E quando chegou a sua vez
não teve coragem para enfrentar a vez que lhe cabia.
E ficou à espera da próxima vez.
E quando ela veio já a sua vez tinha passado
e perguntou-se a si mesmo mais uma vez
se haveria uma próxima vez.
Há sempre uma próxima vez, – disse o ancião especialista no estudo das vezes.
A questão é se na próxima vez
diz e faz o que quer dizer e fazer
quando chegar a sua vez, no momento preciso da sua vez,
até mesmo antecipando-se à vez do outro
ou no momento exacto da sua vez.
Porque passada a sua vez pode ser tarde demais.
Porque, como o ancião diz, há sempre uma próxima vez,
mas essa vez, se calhar, já deixou de estar ao seu alcance
pelo simples facto do padrão estabelecido: adiar a vez.
Quantas vezes terei ainda a oportunidade para aproveitar esta vez?
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