Na fronteira da França, existe um castelo em ruínas – igual a milhares de outros na Europa. Resolvo visitá-lo – mas, ao me aproximar, um senhor me diz: “não podes entrar”.
Minha intuição me garante que ele está me proibindo pelo prazer de proibir. Explico que venho de longe, tento dar uma gorjeta, ser simpático – de repente, entrar naquele castelo se tornou muito importante para mim.
“Não podes entrar”, repete o senhor. Resta apenas uma alternativa: seguir adiante, e esperar que me impeça fisicamente. Dirijo-me para a porta. Ele me olha, mas não faz nada.
Quando saio, duas turistas se aproximam, e entram no castelo em ruínas. O velho não tenta impedi-las. Sinto que, graças a minha resistência, o velho deixou entrar as duas mulheres. Às vezes, o mundo nos pede para lutar por coisas que não conhecemos, por razões que jamais vamos descobrir.
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