Alguns amigos convidaram Nasrudin para
um piquenique. O bom humor imperava, e o almoço sobre a relva foi dos
mais perfeitos. Mas a animação do grupo foi interrompida por um
incidente que fez todo mundo correr em direção a um rio próximo.
Um desconhecido tinha escorregado e estava dentro da água, profunda e lodosa naquele ponto. De todos os lados correram em seu socorro.
– Dê sua mão! Dê sua mão! – gritavam-lhe.
Nenhuma reação da parte do infeliz, que não sabia nadar e tudo que fazia era engolir água.
Estava a dois dedos de afogar-se quando Mulla apareceu. Reconheceu o sujeito assim que o viu.
– Afastem-se todos e deixem comigo! – gritou, dirigindo-se à multidão.
Estendeu a mão direita para o homem que se debatia e lhe disse:
– Pegue minha mão!
Num rápido impulso, o desconhecido agarrou-se à mão estendida de Mulla, que o tirou do rio.
Nesse meio tempo, os curiosos tinham-se aglomerado e perguntavam em voz alta:
– Explique-nos, Mulla! Por que ele não nos deu a mão, mas agarrou a sua imediatamente?
– É muito simples – respondeu Nasrudin. –
Eu o conheço há muito tempo: é um sujeito de uma avareza sórdida. Então
vocês não sabem que os avarentos costumam tomar, e não dar? Foi por
isso que não lhe pedi que me desse a mão, mas que pegasse a minha.
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