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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Afirmando esta frase: eu tenho razão, muitas vezes é como dar murro em ponta de faca.
Desfazem-se os casamentos,
Perdem-se os amigos,
Pais e filhos se afastam,
Os povos vão à guerra,
As discussões se estendem e azedam,
Destroem-se os diálogos,
Matam-se os homens.Mas quem tem razão?
Razão é uma virtude que só é possuída por quem acredita que não a tem.
Porque, se acredita no contrário, já não a tem.
Pois ninguém tem toda a razão.
Todos têm, da razão, alguma coisa (contanto que falem com mediana
razoabilidade).
Em caso de discussão, ninguém tem toda a razão com exclusividade.
Não é possível a ninguém conhecer a verdade completa de todas as coisas,
sob todos os aspectos. Vale dizer, de coisa nenhuma.
Somente o Uno, Aquele que tudo conhece e que é a própria Verdade, tem toda
a Razão.
E justamente Aquele que tem toda a razão permite que nós também tenhamos a
nossa pequena parte da razão.
O importante é respeitar a parte de razão "do outro" – mas sem reticências,
com sinceridade.
É preciso reconhecer que o outro pode perceber aspectos que eu não vejo.
Desde que coisas e problemas apresentam diversos ângulos e que eu, a partir
da minha perspectiva, não os posso ver todos...
Ninguém tem toda a razão.
Mas todos nós temos, normalmente, uma parcela de razão.
Às vezes maior, às vezes menor. Mas uma parcela.
Quem concede e compreende a razão do outro, aumenta o grau da sua própria
razão.
Quem se fecha na sua única razão, amesquinha essa razão. Limita-se. Tem
menos razão.
Ao dialogar, é necessário ser compreensivo.
Diálogo compreensivo é o daqueles que tentam compreender a posição
contrária, não, porém, a partir de sua própria perspectiva e, sim, a partir
da perspectiva contrária.
As coisas, a partir da perspectiva do outro, serão vistas de outro modo.
Surgirá um ângulo que antes não era visto.
Os fanáticos de uma determinada ideologia só enxergam uma única
perspectiva, e se negam a ver outra, diferente dessa.
Quanto mais fanáticos são eles, mais se obcecam na própria atitude e menos
querem examinar outra, diferente.
Os fanáticos tanto mais se amesquinham quanto maior for o seu fanatismo.
Quanto mais cegos ficarem, menos razão terão.
Os fanatismos podem ser políticos, artísticos, científicos, esportivos,
filosóficos, religiosos, nacionalistas, racistas, sociais... e pessoais.
Fanatismo é um tipo de cegueira espiritual.
O único modo de crescer como pessoa e viver mais intensamente é crescer em
amplidão de consciência e compreensão do mundo.
Os fanáticos orgulham-se de viver com etiquetas. E, na maioria dos casos,
defendem-nas com atitudes cegamente fanáticas.
Aparentemente, o fanatismo é um dos modos de essas pessoas apregoarem a
insegurança que sentem.
Elas precisam manter teimosamente suas atitudes de teimosia e rejeição às
atitudes alheias porque interiormente reconhecem a pouca consistência de
suas idéias.
Tornam-se pequenos ou grandes cegos; pequenos ou grandes "sem razão".
da Verdade.
A razão da imensa, da infinita verdade, você a terá: ela será concedida a
você na medida em que reconhecer que não está com toda a razão. " Afinal eu tenho ou não tenho razão."

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