Era uma vez uma jovem chamada Anatura. Ela
vivia sozinha em uma grande casa no alto de uma montanha. A casa era
rodeada de árvores, flores, além de doces e mansos animaizinhos, todos
seus amigos, com os quais costumava brincar sempre que podia.
Anatura se dividia entre o trabalho no escritório de
uma grande empresa - a alguns quilômetros dali - e o serviço de casa.
Isso a deixava muito cansada. Um dia ela resolveu arrumar quem a
ajudasse. E, a exemplo de Branca de Neve, convidou seus amiguinhos para
viverem com ela – o que poderia ser uma grande ajuda. Eles gostaram
muito da idéia. Havia passarinho, coelho, gato, cachorro, ratinho,
galinha, pato, marreco, coruja, raposa, hamster e até um gremlim bem
comportado.
A cada um foi destinada uma tarefa específica, como
cuidar da louça, lavar e passar a roupa, limpar a casa, os banheiros,
arrumar as camas, cozinhar, limpar o jardim, regar as plantas, limpá-las
de ervas daninhas, providenciar a lenha da lareira etc. O setor de
abastecimento seria de responsabilidade de Anatura.
Ela lhes ensinou, cuidadosamente, cada tarefa,
com muito carinho e paciência. A partir de então, passaram a conviver,
pacificamente, felizes, nessa casa.
Cada um deles, porém, se alimentava de uma
maneira diferente. Ingeriam alimentos diferenciados, adequados a suas
naturezas, trazidos por Anatura no final do dia, quando voltava do
trabalho.
A paz reinava completa nesse lar, cheio de amizade, compreensão e companheirismo, cada um fazendo a sua parte.
Até que um dia acabou a cenoura de D. Coelha,
que era a responsável pela cozinha . Ela cuidou da alimentação de todos,
porém, ficou sem comer nada. No dia seguinte Anatura, um pouco febril
por causa de um resfriado, acabou se esquecendo de trazer sua cenoura.
D. Coelha ficou mais um dia sem ter o que
comer. No 3º dia já estava ligeiramente fraca e não deu conta de
preparar as refeições dos coleguinhas. Foi uma grita geral! Todos com
fome! Revoltados!
Quando Anatura chegou, novamente havia se esquecido da cenoura. Nessa noite todos ficaram sem jantar, até mesmo Anatura.
No dia seguinte, descontentes e com fome, todos fizeram greve e nenhuma tarefa foi executada.
Foi um desequilíbrio total naquela casa. O
trabalho de cada um deles era diretamente subordinado ao do outro. Se a
roupa não foi lavada, não poderia ser passada e nem guardada pela
arrumadeira! Se não havia comida, não havia mesa para arrumar e nem
louça para lavar! E assim por diante.....
Anatura, consciente de sua responsabilidade pela
situação desagradável, esmerou-se na recuperação do equilíbrio de seu
lar. Cuidou de cada um dos seus amiguinhos com muito amor, atenção e
dedicação, dando a cada um deles o que estava sendo solicitado. Tratou
de cada um da maneira que mereciam ser tratados, resguardando suas
diferenças individuais e preferências. Tomando todo o cuidado para
manter o respeito a cada um deles, pois eram muito importantes para ela.
Felizmente, depois de alguns dias, tudo estava
normalizado. A paz voltou a reinar naquela casa, onde todos viveram
felizes para sempre.
ASSIM É O NOSSO CORPO.
Se nós o alimentarmos adequadamente e lhe dermos a
devida atenção, ele responde trabalhando na mais perfeita harmonia, com
todos os órgãos auxiliando-se uns aos outros.
Se nos faltar algum tipo de "alimento", quer seja
físico, mental ou emocional, todo o nosso equilíbrio estará comprometido
e distúrbios podem surgir em todas essas áreas.
Uma doença nada mais é do que a parte do nosso corpo, mente ou coração reclamando desatenção ou tratamento inadequado.
Da mesma forma que Anatura conseguiu reequilibrar a
sua casa, geralmente conseguimos melhorar o nosso corpo físico, mental e
emocional. Em alguns casos, porém, talvez já não seja suficiente apenas a reposição da cenoura de D. Coelha.
Maria Madalena O. Junqueira Leite é Master Practitioner
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