É um círculo virtuoso: quanto mais você der, mais deles recebe e mais cresce forte e sadio, por dentro e por fora.
E já que todos estão felizes, a bruxa da cidade não consegue vender suas poções de “frios-e-ásperos”, mas não desiste e quer encontrar uma solução. Lança uma campanha publicitária, na qual anuncia que seus “frios-e-ásperos” são os únicos que duram ao longo do tempo, porque construídos com material artificial, enquanto os “quentes-e-macios” duram menos porque são naturais. Os seus valem mais, pois são feitos de plásticos valiosos, logo, muito caros; enquanto os “quentes-e-macios” porque naturais, não custam nada, logo, não valem nada. Alguns garotos deixam-se condicionar pela publicidade dos “frios-e-ásperos” e alguns pais desatentos correm a comprá-los, só para satisfazer o pedido dos filhos. E a bruxa começa a ganhar cada vez mais.
Até o dia em que chega à cidade uma nova professora primária. Ela adora ficar no pátio da escola brincando com as crianças. É muito hábil em distinguir um “quente-e-macio” de um “frio-e-áspero” e, com muita paciência, ensina às crianças o autêntico valor dos “quentes-e-macios” e a não deixar-se enganar pela publicidade dos “frios-e-ásperos”. Ensina às crianças que existe um modo certo de reconhecer um autêntico “quente-e-macio”: é o único que pode ser doado com o coração quente e com mãos abertas. Um “frio-e-áspero”, ao contrário, é oferecido com a distante distração de um coração vazio e de mãos contraídas. A partir daquele momento, as crianças tornaram-se especialistas em reconhecer os “quentes-e-macios” e não querem mais aceitar os “frios-e-ásperos”.
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