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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O Pessimista

Todo o mundo o conhecia como o pessimista. Era fácil reconhecê-lo, sempre que ele aparecia na vila estava desalinhado, um tanto caótico, passava muito tempo reclamando consigo mesmo e parecia amaldiçoar o dia em que todos haviam nascido! Naquele dia em particular, ele perambulava por uma estrada relativamente deserta nos arredores da vila, o sol estava quente e isso lhe dava muito prazer na medida em que, a cada passo, ele tinha a chance de se queixar do calor.
Exausto tanto pelo calor como por ficar se queixando, ele parou para descansar encostando-se em um tronco à sombra de uma antiga e enorme nogueira. Ao sentar, olhou à esquerda e notou uma exuberante trepadeira que toda entrelaçada praticamente cobria completamente uma cerca antiga. Os ramos da trepadeira se penduravam pesadamente com as abóboras que amadureciam.
- Que ridículo, ele resmungava, um absurdo desproporcional! Quão estúpida pode ser a mãe natureza! Olha só o tamanho daquelas abóboras! Que absurdo elas crescerem em uma trepadeira tão frágil! Será que a mãe natureza não tem nenhum bom senso? Resmungando e resmungando: - É óbvio, é óbvio que as abóboras deveriam crescer em uma árvore grande e forte como a nogueira, enquanto as nozes, sim, deveriam crescer em uma trepadeira. É impossível, impossível, viver em um mundo tão ilógico! Nem mesmo a mãe natureza consegue fazer algo direito!
Neste exato momento, uma leve brisa balançou os ramos da árvore acima dele, soltando uma pequena noz que caiu bem em cima de sua cabeça (ai!), quicando e pousando a alguns centímetros de distância.
Será que é preciso dizer mais alguma coisa?

Autor desconhecido
Do livro: Uma abordagem Ericksoniana para um inconsciente informado.
Stephen Paul Adler, Ph.D. - Editora Leader



 

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