Não me lembro de jamais ter ouvido as palavras "eu te
amo" do meu pai. Se o pai nunca diz essas palavras à criança, à medida
que o tempo passa fica cada vez mais difícil dizê-las. Para falar a
verdade, também não me lembrava da última vez que disse essas palavras a
ele. Resolvi deixar meu ego de lado e dar o primeiro passo. No primeiro
telefonema após essa decisão, hesitei um pouco e depois disse de uma
vez só "Pai... eu te amo!"
Houve um silêncio do outro lado da linha e, em seguida, a estranha resposta: "Bom, o mesmo para você".
Dei um risinho e disse: "Pai, você sabe que me ama e, quando puder, sabe que vai dizer o que eu quero que você diga."
Passados quinze minutos, minha mãe me telefonou, nervosa, perguntando: "Paul, está tudo bem?"
Cerca de um mês depois, meu pai encerrou nossa
conversa telefônica com as palavras: "Paul, eu te amo." Eu estava no
trabalho e as lágrimas desceram nesse momento em que finalmente "ouvi" o
amor. Ele também chorava e senti que esse momento tinha levado nosso
relacionamento a um nível diferente.
Pouco depois desse momento especial, meu pai escapou
por pouco da morte, em consequência de uma cirurgia de coração. Desde
então tenho pensado muitas vezes: se eu não tivesse dado o primeiro
passo e meu pai não tivesse sobrevivido à cirurgia, eu jamais teria
"ouvido" o amor.
Paul Barton
Você não está só – Histórias de amor e coragem Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Barry Spilchuck - Ediouro |
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