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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Sirene Corporal

Era uma vez um corpo que estava sempre doente... vivia no médico e tomava tanto remédio até sem prescrição. Um dia quando transportado de um hospital ao outro... ouviu a sirene da ambulância que lhe dizia:
- "Ei amigo... de novo... porque você não faz como eu?"
- "Como assim?" disse ele achando que estava sonhando.
- "Sim... você não vê que eu tenho um painel aqui na frente que está sempre a me sinalizar?"
- "Ainda não estou entendendo!" meio dormindo o corpo falou.
- "Veja, quando acende a luz do meu painel sei que algo preciso melhorar. Seja a bateria, o motor, o combustível, basta eu investigar. Se eu não parar e atender... poderei pifar e nunca mais lhe ajudar."
- "Humm... e eu também tenho uma luzinha?" o;corpo então perguntou.
- "Descubra agora mesmo... o que aqui o levou."
- "Ah... senti dores e fui logo tomando um monte de remédio. Mas isto não é o certo?"
- "Raramente, corpo amigo, precisamos do remédio... porque a MAIORIA das VEZES podemos fazer algo MUITO MAIS NATURAL... já pensou nisto?"
- "Ahhh... um dia eu vi minha vizinha, dizendo que ela quando sente tensão ou dores, logo respira, ou bebe água... ou deita e relaxa... e o mal logo se vai."
- "Viu que sabedoria sua vizinha tem? Sabe ouvir e sentir suas luzinhas a piscar. Todos têm... é só se calibrar."
- "Obrigada amiga sirene... vou logo me recuperar."
Contam que este corpo aprendeu a se escutar.
E vive hoje brincando e ensinando a todos que querem a saúde conquistar.
Vânia Lúcia Slaviero
Do livro a ser publicado: A Cura pelas Metáforas - Editora Artêra / Appris - 2015

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A ajuda

"É indiferente se ajudarmos ou não um homem. Existe alguma coisa no homem que pode fazer com que o objetivo não se realize", disse El Mahdi Abbassi.
Algumas pessoas que escutaram essa teoria não concordaram com El Mahdi. Ele porém disse que em breve aconteceria uma demonstração.
Pouco tempo depois, El Mahdi pediu a um homem para colocar um pote contendo moedas de ouro bem no meio de uma ponte.
Naquele instante vinha se aproximando pelo caminho, um homem que todos conheciam no vilarejo, que além de ser pobre era extremamente endividado e vivia com muita necessidade.
El Mahdi Abbassi e um grupo de pessoas ficaram escondidos do outro lado da ponte para não serem vistos.
O homem se aproximou da ponte, que era bastante estreita, e começou a atravessá-la. Todos viram ele passar pelo pote de ouro sem ter nenhuma reação e sair na outra extremidade da ponte de mãos vazias.
El Mahdi Abbassi foi em sua direção e perguntou:
"O que viu no meio da ponte?"
O homem respondeu: "Nada!"
"Como você não viu alguma coisa?" disse El Mahdi.
"Quando comecei a caminhar pela ponte, tive uma ideia. Fechei os olhos e atravessei. Havia alguma coisa que pudesse ser importante para mim no meio da ponte?” perguntou o homem endividado.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Quem Eu Sou Faz a Diferença

Uma professora de determinado colégio decidiu homenagear cada um dos seus formandos dizendo-lhes da diferença que tinham feito em sua vida de mestra.
Chamou um de cada vez para frente da classe. Começou dizendo a cada um a diferença que tinham feito para ela e para os outros da turma.
Então deu a cada um uma fita azul, gravada com letras douradas que diziam: "Quem Eu Sou Faz a Diferença".
Mais adiante, resolveu propor um Projeto para a turma, para que pudessem ver o impacto que o reconhecimento positivo pode ter sobre uma comunidade.
Deu aos alunos mais três fitas azuis para cada um, com os mesmos dizeres, e os orientou a entregarem as fitas para as pessoas de seu conhecimento que achavam que desempenhavam um papel diferente. Mas que deveriam poder acompanhar os resultados para ver quem homenagearia quem, e informar esses resultados à classe ao fim de uma semana.
Um dos rapazes procurou um executivo iniciante em uma empresa próxima, e o homenageou por tê-lo ajudado a planejar sua carreira. Deu-lhe uma fita azul, pregando-a em sua camisa. Feito isso, deu-lhe as outras duas fitas dizendo:
"Estamos desenvolvendo um projeto de classe sobre reconhecimento, e gostaríamos que você escolhesse alguém para homenagear, entregando-lhe uma fita azul, e mais outra, para que ela, por sua vez, também possa homenagear a uma outra pessoa, e manter este processo vivo. Mas depois, por favor, me conte o que perceber ter acontecido."
Mais tarde, naquele dia, o executivo iniciante procurou seu chefe, que era conhecido, por sinal, como uma pessoa de difícil trato. Fez seu chefe sentar, disse-lhe que o admirava muito por ser um gênio criativo. O chefe pareceu ficar muito surpreso. O executivo subalterno perguntou a ele se aceitaria uma fita azul e se lhe permitiria colocá-la nele.
O chefe surpreso disse: "É claro." Afixando a fita no bolso da lapela, bem acima do coração, o executivo deu-lhe mais uma fita azul igual e pediu: "Leve esta outra fita e passe-a a alguém que você também admira muito." E explicou sobre o projeto de classe do menino que havia dado a fita a ele próprio.
No final do dia, quando o chefe chegou a sua casa, chamou seu filho de 14 anos e o fez sentar-se diante dele. E disse:
"A coisa mais incrível me aconteceu hoje. Eu estava na minha sala e um dos executivos subalternos veio e me deu uma fita azul pelo meu gênio criativo. Imagine só! Ele acha que sou um gênio! Então me colocou esta fita que diz que "Quem Eu Sou Faz a Diferença". Deu-me uma fita a mais pedindo que eu escolhesse alguma outra pessoa que eu achasse merecedora de igual reconhecimento." Quando vinha para casa, enquanto dirigia, fiquei pensando em quem eu escolheria e pensei em você...
Gostaria de homenageá-lo. "Meus dias são muito caóticos e quando chego em casa, não dou muita atenção a você. As vezes grito com você por não conseguir notas melhores na escola, e por seu quarto estar sempre uma bagunça. Mas por alguma razão, hoje, agora, me deu vontade de tê-lo à minha frente. Simplesmente, sabe, para dizer a você, que você faz uma grande diferença para mim. Além de sua mãe, você é a pessoa mais importante da minha vida. Você é um grande garoto filho, e eu te amo!"
O menino, pego de surpresa, desandou a chorar convulsivamente sem parar. Ele olhou seu pai e falou entre lágrimas:
"Pai, poucas horas atrás eu estava no meu quarto e escrevi uma carta de despedida endereçada a você e à mamãe, explicando porque havia decidido suicidar e lhes pedindo perdão". Pretendia me matar enquanto vocês dormiam. Achei que vocês não se importavam comigo. "A carta está lá em cima, mas acho que afinal, não vou precisar dela mesmo." Seu pai foi lá em cima e encontrou uma carta cheia de angústia e de dor.
O homem foi para o trabalho no dia seguinte completamente mudado. Ele não era mais ranzinza e fez questão de que cada um dos seus subordinados soubesse a diferença que cada um fazia. O executivo que deu origem a isso ajudou muitos outros a planejarem suas carreiras e nunca esqueceu de lhes dizer que cada um havia feito uma diferença em sua vida... Sendo um deles o filho do próprio chefe.
A consequência desse projeto é que cada um dos alunos que participou dele aprendeu uma grande lição. De que "Quem Você É Faz sim, uma Grande Diferença".
Você não precisa passar isso adiante para ninguém... Nem para duas nem para duzentas pessoas. Continue a sua vida como você acha que está bom para você.
Por outro lado, se quiser, pode enviar para aquelas pessoas que significaram ou significam algo para você, sejam quantas forem.
Enviada por:   Edeli Arnaldi

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Para ler quando estiver sozinho

Eu tinha treze anos e minha família se mudara do norte da Flórida para o sul da Califórnia um ano antes. Eu era, como a maioria dos adolescentes, raivoso e rebelde, não dando importância ao que meus pais diziam, principalmente se tivesse alguma coisa a ver com meu comportamento.
Lutava para contestar qualquer coisa que não correspondesse à minha ideia do mundo. De uma extrema autosuficiência, eu rejeitava qualquer manifestação pública de amor. Na verdade, ficava irritado com a simples menção da palavra amor.
Na noite de um dia particularmente difícil, entrei no quarto como um furacão, tranquei a porta e me joguei na cama. Ali deitado, escorreguei as mãos por baixo do travesseiro e achei um envelope. Nele se lia: “Para ler quando estiver sozinho.”
Como estava sozinho, ninguém saberia se eu lera ou não. Assim, abri e li:
Mike, sei que a vida está dura agora, sei que você se sente frustrado e que, apesar da nossa boa intenção, nem tudo que fazemos é certo. Mas sei principalmente que amo você demais e nada do que você faça ou diga vai mudar isso. Nunca. Estou aqui para conversar, se você precisar e, se não precisar, tudo bem. Saiba que não importa aonde você vá ou o você faça na vida, sempre vou amá-lo e sentir orgulho de tê-lo como filho. Estou aqui por você e o amo. Isso não vai mudar nunca.
Com amor. Mamãe.
Esta foi a primeira de muitas cartas “para ler quando estiver sozinho”. Jamais falamos sobre elas, até eu ser adulto.
Hoje eu corro mundo ajudando pessoas. Estava dando um seminário na Flórida e, no final da palestra, uma senhora veio falar comigo sobre os problemas que estava tendo com o filho. Fomos até a praia e falei para ela do enorme amor de minha mãe e das cartas “para ler quando estiver sozinho”. Semanas depois, recebi um cartão onde a senhora dizia ter escrito sua primeira carta para o rapaz.
Naquela noite, passei a mão sob meu travesseiro e me lembrei do alívio que sentia sempre que encontrava uma carta. Nos anos atribulados de minha adolescência, as cartas eram a garantia silenciosa de que eu era amado, apesar de tudo, incondicionalmente. Essa gratuidade do amor de minha mãe me ajudou a superar as crises e revoltas da adolescência e fez vir à tona o que eu tinha de melhor. Agradeci a Deus por minha mãe saber do que eu – um adolescente raivoso – precisava. Por ela ter persistido apesar do meu silêncio, da minha aparente indiferença.
Hoje, quando os mares da vida se tornam revoltos, sei bem que sob o meu travesseiro está a segurança de que o amor – consistente, durável, incondicional – é capaz de mudar vidas.
Mike Straver
Histórias para Aquecer o Coração das Mães
Jack Canfield, Mark Victor Hansen e outros
Editora Sextante

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Seu tempo acabou

Ele era o presidente de uma das maiores agencias de publicidade e eu um jovem consultor administrativo. Eu havia sido indicado por um de seus funcionários que tinha visto meu trabalho e achou que eu tinha algo a oferecer. Eu estava nervoso. Nesse estágio da minha carreira, não era sempre que eu tinha a oportunidade de falar com o presidente de uma companhia.
A reunião estava marcada para as dez da manhã e deveria durar uma hora. Cheguei cedo. Às dez horas em ponto fui levado a uma sala grande e arejada, com móveis estofados de um amarelo vivo.
As mangas de sua camisa estavam dobradas e a expressão de seu rosto era severa.
– Você tem apenas vinte minutos – falou rudemente.
Fiquei sentado ali, sem dizer uma palavra.
– Eu disse que você tem apenas vinte minutos.
Novamente nem uma palavra.
– Seu tempo está se esgotando. Por que não diz nada?
– Os vinte minutos são meus – respondi. – Posso fazer o que quiser com eles.
Ele deu uma gargalhada. Depois disso, conversamos por uma hora e meia. Consegui o emprego.
Martin Rutte
No livro: Espírito de Cooperação no Trabalho

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O golfinho no novo aquário

Era uma vez... um golfinho habituado a exibir-se nos aquários mais famosos. Se diverte muito durante os espetáculos: agradam-lhe os aplausos dos espectadores e os peixes que o instrutor lhe dá quando realiza um triplo salto ou quando dá voltas no ar, com a leveza de uma bailarina fazendo pontas.
Um dia esse golfinho é transferido para outro aquário: ele continua a fazer suas exibições como está acostumado, mas nesse novo aquário não recebe nem aplausos dos espectadores, nem peixes do treinador. Ao contrário, percebe que o  público se irrita, incomodado, e que o treinador o desaprova. Mas não entende por quê.
Sua primeira reação é de ressentimento sobre o aquário precedente, no qual tudo ia bem; julga incompetentes e sem gosto os espectadores, e pouco generoso o treinador. Continua a realizar seus números, esperando conseguir, cedo ou tarde, mudar a reação do público e do treinador.
Um dia, após um espetacular salto triplo, olha à sua volta para recolher olhares de admiração percebendo, ao contrário, que tinha molhado o público. Agora, o golfinho compreende: não tinha percebido que esse aquário era menor que o precedente, e que com seus números molha os espectadores. Agora, o golfinho sabe o que fazer para obter aplausos e peixes. Basta exibir-se sem molhar os espectadores.
Consuelo C. Casula
Metáforas para a Evolução Pessoal e Profissional
Qualitymark

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A liberação da planta

Era uma vez... um jardineiro que foi convidado a cuidar de uma árvore abandonada. O jardineiro percebe que a primeira coisa a fazer é liberá-la da invasão de ramos de espinhos, de heras e de tudo mais que recobriu o tronco e os ramos. Com calma e dedicação, libera a árvore de tudo aquilo que a estava sufocando.
Assim que essa primeira operação foi terminada, o jardineiro percebe que a planta, com exagerada generosidade, hospeda muitos parasitas. Libera a planta dos parasitas, tira os bichinhos pequenos e grandes que a incomodavam, aproveitando-se dela; libera-a, ajudando-a a respirar.
Somente após ter liberado a planta dos parasitas, começa a podar seus ramos secos. O jardineiro toma o cuidado de cortar somente os secos e de proteger os que tem seiva e brotos. Enquanto poda, dá uma forma à árvore, para transformá-la naquilo que ela pode se tornar.
Terminado o trabalho, cuida das raízes. Remexe aterra em volta da árvore para dar-lhe um pouco mais de oxigênio, tira as pedras que pesavam sobre as raízes, certificando-se de que tenham a possibilidade de ir bem a fundo, pegar o alimento do qual necessitam.
Agora chega o momento de adubar e regar. O jardineiro é um especialista e sabe dar a dose certa de adubo e de água, nem demais nem de menos. Após ter liberado a árvore daquilo que dificultava seu crescimento, deixa-a livre para desenvolver suas potencialidades. Ele responsabiliza-se pelo prosseguimento de seus cuidados, para que a árvore não seja novamente invadida por ramos espinhosos nem por parasitas, e para que os ramos secos não chupem a seiva vital. Continua a regá-la e adubá-la, para permitir-lhe dar seus melhores frutos.
Do livro: Metáforas - Para a Evolução Pessoal e Profissional

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O príncipe com mentalidade de escravo

Era uma vez... um príncipe que não tem vontade de estudar, nem de ler um livro ou fazer uma viagem. Seus pais procuram estimulá-lo de muitos modos, mas ele não reage. Está satisfeito com o que tem e não possui nenhuma curiosidade, nenhum impulso de buscar algo que possa perturbar seu estático equilíbrio.
Seus pais, preocupados, interrogam-se sobre o que podem ter errado em sua educação. Quando o príncipe era pequeno, tentaram protegê-lo de qualquer tipo de dor, qualquer sofrimento. Queriam que fosse feliz e que conhecesse somente o bom e o belo. Esforçaram-se em satisfazer todos os seus caprichos, em dar-lhe, mesmo antes que ele pedisse, todas as mais bonitas e melhores coisas existentes, evitando que conhecesse a dor da privação.
Foi essa falta de tensão entre o que podia e não podia fazer, entre o que queria e devia fazer, o que privou o príncipe daquela energia nutrida pela insatisfação do estado presente, que força a explorar novos modos de superar as privações.
Foi o excesso de atenção por parte do rei e da rainha que criaram no príncipe uma mentalidade de escravo: escravo da própria ignorância, da própria preguiça e da própria complacência em ser ignorante e preguiçoso.
Consuelo Casula
Do livro: Metáforas - Para a Evolução Pessoal e Profissional

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Felizes para sempre

-- Vó?
-- Oi?
-- O que acontece depois do "Felizes para Sempre?" A avó até se ajeitou na cadeira. Já sabia o que acontecia quando aquelas perguntas começavam.
-- Como é que você falou, meu bem?
-- O que acontece depois do "Felizes para Sempre" das historinhas. A princesa encontra o príncipe e vivem felizes-para-sempre..., termina sempre assim... Por que eu não vejo ninguém ser feliz para sempre, então?
Ai, ai, ai, pensou a avó.
-- Sabe, minha querida, tem uma tribo antiga de índios, lá no Novo México, que não acredita na passagem do tempo.
Fez menção de perguntar o que aquilo tinha a ver com a sua pergunta, mas a avó colocou a mão na sua boca, como se dissesse, espera.
-- Esses índios acreditam que existem apenas dois mundos: o mundo das coisas visíveis e o mundo das coisas invisíveis.
-- No mundo das coisas visíveis, encontramos o que construímos: a casa, o carro, esse tricô aqui que você sempre interrompe...
-- E no mundo das coisas invisíveis?
-- No mundo das coisas invisíveis, encontramos tudo o que não transformamos em realidade: os sonhos, as ideias, as dificuldades, tudo o que ainda está lá, para ser realizado, e que a gente sempre deixa para depois...
-- Depois eu vou estudar, depois eu vou tentar, depois eu vou fazer meu sonho se tornar realidade... as pessoas sempre esperam pelo futuro, a época em que serão "felizes para sempre"...
-- E os índios?
-- Bem, eles são mais espertos e mais avançados do que nós... como eles não acreditam no tempo, então não acreditam também no futuro, e se não acreditam no futuro, não passam a vida inteira esperando por ele.
A menina acendeu aquele vasto sorriso, que usava sempre que as historinhas da vovó clareavam as suas dúvidas.
-- O que eles fazem então?
-- Acho que eles tratam de serem felizes todo dia.
-- Mas eles não tem coisas chatas para fazer?
-- Que coisas chatas?
-- Essas que a gente faz todo dia: arrumar a cama, fazer lição de casa,arrumar a casa, comer verduras...
-- Lógico que fazem.
-- Como é que podem ir para escola se não acreditam no futuro? Meu pai sempre fala que trabalha e fica mal humorado para que a família tenha "um futuro melhor" ... que temos que estudar para termos "um futuro melhor"...
-- E o futuro fica mesmo melhor?
-- Não sei, ele não chegou ainda... Riram gostosamente.
-- Sabe, querida, o que esses índios acham, é que a felicidade, o "felizes para sempre" só existe nessa passagem, das coisas irrealizadas para as coisas realizadas. Esse é um modelo mais bacana de felicidade: é como se a felicidade fosse um quebra-cabeças que a gente monta todo dia... só que é um quebra-cabeças diferente.
-- Como ele é?
-- Ele é feito todo dia, com coisas que a gente consegue realizar... as peças são invisíveis, e a gente deve procurar por cada uma delas até encontrar. Aí a gente traz as coisas do mundo invisível para o mundo realizado. É como uma oficina. Uma Oficina de Felicidade.
Finalmente, a pergunta mais difícil:
-- Você é feliz, vovó?
Sorriu, suavemente.
-- Sou, minha querida.
-- Mesmo sendo sozinha?
-- Mas eu não sou sozinha. Eu tenho você, sua mãe e uma porção de gente no meu coração, querida. Nunca estou sozinha.
-- Quando eu ficar velhinha, eu vou ser feliz, então?
-- Não, meu bem. Quando você ficar criança é que vai ser feliz.
-- Mas eu já sou criança.
-- Então, não se esqueça de ser criança quando você crescer, tá bom?
-- Combinado.
-- Então vai brincar de construir felicidade, vai...
Não precisou falar duas vezes. Saiu correndo brincar. E a avó continuou trançando, em seu tricô, a delicada trama da vida.


Autor desconhecido

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Uma palavra gentil



Em janeiro de 1986, eu estava dando uma olhada rápida pelos canais de televisão quando vi os créditos finais de um programa chamado “Negócios Engraçados”, show sobre cartum. Eu sempre quis ser cartunista, mas não sabia o que fazer. Escrevi para o apresentador do programa, o cartunista Jack Cassady, e pedi seu conselho sobre como entrar na profissão.
Algumas semanas depois, recebi uma carta de Jack, de próprio punho, encorajando-me e respondendo todas as minhas perguntas sobre o material necessário e também como proceder. Avisou-me da possibilidade de ser recusado no início e aconselhou-me a não ficar desanimado se isso acontecesse. Disse que as charges que eu enviara para ele eram muito boas e mereciam ser publicadas.
Fiquei muito animado e, afinal, compreendi como funcionava todo o processo. Enviei minhas melhores charges às revistas Playboy e The New Yorker. Elas me recusaram de imediato com cartas frias e padronizadas. Desencorajado, coloquei o material de desenho no armário e decidi esquecer o assunto.
Em junho de 1987 – inesperadamente – recebi uma segunda carta de Jack Cassady. Era surpreendente, pois eu não havia nem mesmo agradecido o conselho inicial. Aqui está o conteúdo da carta:
Caro Scott:
Estava revendo os arquivos de correspondência do programa “Negócios Engraçados” quando me deparei novamente com a sua carta e com as cópias das suas charges. Lembro-me de tê-la respondido.
O motivo desta é estimulá-lo uma vez mais a apresentar suas ideias a várias publicações. Espero que já tenha feito isso e esteja a caminho não só de ganhar algum dinheiro, mas também de se divertir. Às vezes é difícil conseguir estímulo no ramo do humor gráfico. É por isso que o estou incentivando a perseverar e continuar desenhando.
Desejo-lhe muita sorte, boas vendas e bons desenhos.
Atenciosamente, Jack
Fiquei profundamente comovido pela carta, em grande parte porque Jack não tinha nada a lucrar – inclusive meus agradecimentos, como ficou demonstrado. Incentivado por ele, tirei meu material de desenho do armário, e fiz as charges que, finalmente, se transformaram em “Dilbert”. Agora, setecentos jornais e seis livros mais tarde, as coisas vão muito bem Dilbertville.
Estou certo de que eu não teria tentado novamente ser um cartunista se Jack não tivesse me enviado a segunda carta. Com uma palavra gentil e um selo de correio ele desencadeou uma série e acontecimentos que agora chegam até vocês. À medida que “Dilbert” começou a fazer mais sucesso, passei a dar valor à grandeza do simples gesto de generosidade de Jack. Mais tarde lhe agradeci, mas nunca vou me esquecer de que recebi um presente que desafia a reciprocidade. De alguma maneira, o agradecimento não parece ser suficiente.
Com o tempo, compreendi que o objetivo de alguns presentes não é a retribuição. Todos nós conhecemos alguém que iria se beneficiar com uma palavra amável. Eu o estou estimulando a fazer isto. Para um maior impacto, faça-o por escrito. E faça-o por alguém com quem você sabe que não tem nada a lucrar.
É importante incentivar a família e os amigos, mas a felicidade deles está intimamente ligada à sua. Para uma maior agilização, sugiro que você incentive alguém que não possa retribuir o valor – o gesto não será esquecido por aquele que o recebe.
E lembre-se, não existe esse negócio de um pequeno gesto de amabilidade. Todo gesto gera uma comoção cujo resultado não se pode prever.
Scott Adams (criador de “Dilbert”)
Do livro: Espírito de Cooperação no Trabalho

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Meio-termo



Certo dia, alguns candidatos a discípulos procuraram o Mullá e pediram-lhe que lhes fizesse uma palestra.
— "Muito bem" — disse ele —, "sigam-me até o salão, do outro lado da praça, onde existe espaço para eu falar a todos vocês.".
Obedientes, eles se alinharam atrás de Nasrudin, que montou no burro às avessas, e começou a afastar-se.
A princípio, os jovens se sentiram confusos, depois se lembraram de que não deviam contestar o menor gesto do Mullá. Finalmente, reconheceram-se incapazes de suportar por mais tempo as zombarias dos transeuntes.
Percebendo-lhes o embaraço, o Mullá se deteve e olhou-os fixamente. O mais atrevido dentre os rapazes aproximou-se:
— "Mulla, não compreendemos direito por que o senhor montou nesse burro às avessas."
— "É muito simples" — replicou o Mullá. — "Vejam bem, se vocês andassem à minha frente, seria uma desconsideração a mim. Por outro lado, e se eu lhes desse as costas, seria uma desconsideração a vocês. Esse é o único meio-termo possível".
Autor desconhecido

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Atendimento ao consumidor não é brincadeira

Não faz muito tempo, a recepcionista do Hotel Polynesian Village no Walt Disney World perguntou a uma hóspede que estava deixando o hotel se ela havia gostado da visita. A mulher respondeu que tinha tido férias maravilhosas, mas que estava com o coração partido por ter perdido vários rolos de filme coloridos que ainda não revelara. Estava particularmente aborrecida pelas fotos que havia tirado no show Polynesian Luau, pois essa lembrança lhe era muito cara.
Por favor, compreendam que não temos nenhum serviço que cubra fotos perdidas do luau. Porém, felizmente, a funcionária da recepção compreendeu a filosofia de cuidado e preocupação com os visitantes da Disney. Ela pediu que a mulher lhe deixasse dois rolos de filme virgem, prometendo que ia cuidar do resto.
Duas semanas depois a hóspede recebeu um pacote em sua casa. Nele havia fotos de todo o elenco do show do luau, autografadas pessoalmente por cada ator. Havia também fotos do desfile e da queima de fogos de artifício do parque, tiradas pela funcionária da recepção em sua hora de folga depois do expediente. Fiquei sabendo dessa história porque a mulher nos enviou uma carta. Ela disse que nunca em sua vida havia recebido um atendimento tão atencioso em nenhum outro estabelecimento.
Serviços generosos não fazem parte da política dos manuais de atendimento. Eles partem de pessoas que se importam com as outras – e de uma cultura que estimula e dá o exemplo desse tipo de atitude.
Valerie Oberle
Vice-presidente - Programas de Visitantes da Disney University
Do livro: Espírito de Cooperação no Trabalho

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Dando Prioridade às Pessoas

Forrest King não podia acreditar naquela cena. Dezenas de funcionários da Federal Express aplaudiam enquanto ele e a mulher desciam do Boeing 747 fretado.  King tinha vindo a Memphis com outros empregados da Flying Tiger, cuja companhia fora recentemente comprada pela Federal Express, para ver se eles queriam ser remanejados. A recepção completa, com tapete vermelho e um comitê de boas-vindas que incluía o prefeito de Memphis e o presidente da FedEx, foi a apresentação de King a essa empresa incomum.
Segundo King: “Parece-me que quando uma empresa assume o controle de outra, eles não são necessariamente obrigados a dar emprego aos funcionários. Mas todos – e isto foi comunicado por um memorando e mais tarde por um vídeo – receberam uma oferta de emprego.”
O estilo de administração do presidente Fred Smith de “dar prioridade às pessoas” pode ser resumido pelos slogans da FedEx: “Gente, Serviço, Lucro”, ou GSL. “Cuide dos funcionários; em troca eles vão realizar o serviço impecável exigido pelos clientes, que irão nos recompensar com a lucratividade necessária para assegurar o nosso futuro.”
E a FedEx realmente cuida de seus funcionários. Quando o programa de mala direta da empresa foi fechado em 1986, todos os 1.300 funcionários que trabalhavam nesse departamento tiveram prioridade no serviço interno de enviar solicitações de emprego. Os empregados que não conseguiram achar cargos com salários equivalentes podiam assumir cargos inferiores, mantendo o salário anterior por até 15 meses, ou até que encontrassem outro emprego com um salário maior.
E quando a FedEx interrompeu uma grande parte de seus serviços na Europa, reduzindo o quadro de seus funcionários na Europa de 9.200 para 2.600, ela foi elogiada pelo The London Times, entre outras coisas, pela maneira com que lidou com o corte de pessoal. Por exemplo, ela colocou anúncios de página inteira em vários jornais estimulando outras empresas a contratarem ex-funcionários da FedEx. Só na Bélgica, oitenta empresas responderam ao anúncio, com um total de seiscentas ofertas de emprego.
O pessoal da FedEx mantém-se unido em tempos difíceis.
Robert Levering, Milton Moskowitz e Michael Katz
Do livro: Espírito de Cooperação no Trabalho

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Uma fábula sobre a fábula Lenda Oriental



Allahur Akbar! Allahur Akbar! (Deus é grande! Deus é grande!)

Quando Deus criou a mulher criou também a fantasia. Um dia a Verdade resolveu visitar um grande palácio. E havia de ser o próprio palácio em que morava o sultão Harun Al-Raschid.
Envolta em lindas formas num véu claro e transparente, foi ela bater à porta do rico palácio em que vivia o glorioso senhor das terras mulçumanas. Ao ver aquela formosa mulher, quase nua, o chefe dos guardas perguntou-lhe:
- Quem és?
- Sou a Verdade! - respondeu ela, com voz firme. - Quero falar ao vosso amo e senhor, o sultão Harun Al-Raschid, o Xeique do Islã!
O chefe dos guardas, zeloso da segurança do palácio, apressou-se em levar a nova ao grão-vizir:
- Senhor, - disse, inclinando-se humilde, - uma mulher desconhecida, quase nua, quer falar ao nosso soberano, o sultão Harun Al-Raschid, Príncipe dos Crentes.
- Como se chama?
- Chama-se a Verdade!
- A Verdade! - exclamou o grão-vizir, subitamente assaltado de grande espanto. - A Verdade quer penetrar neste palácio! Não! Nunca! Que seria de mim, que seria de todos nós, se a Verdade aqui entrasse? A perdição, a desgraça nossa! Dize-lhe que uma mulher nua, despudorada, não entra aqui!
Voltou o chefe dos guardas com o recado do grão-vizir e disse à Verdade:
- Não podes entrar, minha filha. A tua nudez iria ofender o nosso Califa. Com esses ares impudicos não poderás ir à presença do Príncipe dos Crentes, o nosso glorioso sultão Harun Al-Raschid. Volta, pois, pelos caminhos de Allah!
Vendo que não conseguiria realizar o seu intento, ficou muito triste a Verdade, e afastou-se lentamente do grande palácio do magnânimo sultão Harun Al-Raschid, cujas portas se lhe fecharam à diáfana formosura!
Mas...
Allahur Akbar! Allahur Akbar!
Quando Deus criou a mulher, criou também a Obstinação. E a Verdade continuou a alimentar o propósito de visitar um grande palácio. E havia de ser o próprio palácio em que morava o sultão Harun Al-Raschid...
Cobriu as peregrinas formas de um couro grosseiro como os que usam os pastores e foi novamente bater à porta do suntuoso palácio em que vivia o glorioso senhor das terras mulçumanas.
Ao ver aquela formosa mulher grosseiramente vestida com peles, o chefe dos guardas perguntou-lhe:
- Quem és?
- Sou a Acusação! - respondeu ela, em tom severo. - Quero falar ao vosso amo e senhor, o sultão Harun Al-Raschid, Comendador dos Crentes!
O chefe dos guardas, zeloso da segurança do palácio, correu a entender-se como o grão-vizir.
- Senhor - disse, inclinando-se humilde, - uma mulher desconhecida, o corpo envolto em grosseiras peles, deseja falar ao nosso soberano, o sultão Harun Al-Raschid.
- Como se chama?
- A Acusação!
- A Acusação? - repetiu o grão-vizir, aterrorizado. - A Acusação quer entrar nesse palácio? Não! Nunca! Que seria de mim, que seria de todos nós, se a Acusação aqui entrasse! A perdição, a desgraça nossa! Dize-lhe que não, que não pode entrar! Dize-lhe que uma mulher, sob as vestes grosseiras de um zagal, não pode falar ao Califa, nosso amo e senhor!
Voltou o chefe dos guardas com a proibição do grão-vizir e disse à Verdade.
- Não podes entrar, minha filha. Com essas vestes grosseiras, próprias de um beduíno rude e pobre, não poderás falar ao nosso amo e senhor, o sultão Harun Al-Raschid. Volta, pois, em paz, pelos caminhos de Allah!
Vendo quem não conseguiria realizar o seu intento, ficou ainda mais triste a Verdade e afastou-se vagarosamente do grande palácio do poderoso Harun Al-Raschid, cuja cúpula cintilava aos últimos clarões do sol poente.
Mas...
Allahur Akbar! Allahur Akbar!
Quando Deus criou a mulher, criou também o Capricho. E a Verdade entrou-se do vivo desejo de visitar um grande palácio. E havia de ser o próprio palácio em que morava o sultão Harun Al-Raschid.
Vestiu-se com riquíssimos trajos, cobriu-se com jóias e adornos, envolveu o rosto em um manto diáfano de seda e foi bater à porta do palácio em que vivia o glorioso senhor dos Árabes.
Ao ver aquela encantadora mulher, linda como a quarta lua do mês de Ramadã, o chefe dos guardas perguntou-lhe:
- Quem és?
- Sou a Fábula - respondeu ela, em tom meigo e mavioso. - Quero falar ao vosso amo e senhor, o generoso sultão Harun Al-Raschid, Emir dos Árabes!
O chefe dos guardas, zeloso da segurança do palácio, correu, radiante, a falar com o grão-vizir:
- Senhor, - disse, inclinando-se, humilde - uma linda e encantadora mulher, vestida como uma princesa, solicita audiência de nosso amo e senhor, o sultão Harun Al-Raschid, Emir dos Crentes.
- Como se chama?
- Chama-se a Fábula!
- A Fábula! - exclamou o grão-vizir, cheio de alegria. - A Fábula quer entrar neste palácio! Allah seja louvado! Que entre! Bem-vinda seja a encantadora Fábula: Cem formosas escravas irão recebê-la com flores e perfumes! Quero que a Fábula tenha, neste palácio, o acolhimento digno de uma verdadeira rainha!
E abertas de par em par as portas do grande palácio de Bagdá, a formosa peregrina entrou.
E foi assim, sob o aspecto de Fábula, que a Verdade conseguiu aparecer ao poderoso califa de Bagdá, o sultão Harun Al-Raschid, Vigário de Allah e senhor do grande império mulçumano!

Julgamento apressado

terça-feira, 10 de novembro de 2015

A luva de Jessie

Todos os anos faço treinamento de gerentes para a Circle K Corporation, uma cadeia nacional de lojas de conveniência. Um dos tópicos que abordamos em nossos seminários é como manter a qualidade dos funcionários, um verdadeiro desafio para os gerentes quando se leva em consideração a escala de salários do setor de serviços. Durante essas discussões, costumo perguntar aos participantes:
“O que fez com que você ficasse tempo suficiente para se tornar um gerente?” Tempos atrás, fiz essa pergunta a uma gerente que devagar, com a voz embargada, disse: “Uma luva de beisebol de 19 dólares.”
Cyntia disse ao grupo que no início aceitara um emprego de vendedora na Circle K como um trabalho temporário enquanto procurava algo melhor. No segundo ou terceiro dia atrás do balcão, seu filho Jessie, de 9 anos, telefonou para ela. Ele precisava de uma luva de beisebol para a Liga Infantil. Ela explicou que, como mãe solteira, o dinheiro era muito curto e que o primeiro salário seria utilizado para pagar as contas. Talvez ela pudesse comprar a luva de beisebol com o segundo ou terceiro salário.
Quando Cyntia chegou ao trabalho na manhã seguinte, Patrícia, a gerente da loja, pediu-lhe que a acompanhasse até um quartinho atrás da loja, que servia como escritório. Ela se perguntava se havia feito algo errado ou deixado algum trabalho incompleto no dia anterior. Estava preocupada e confusa.
Patrícia entregou-lhe uma caixa e disse:
- Ouvi sem querer a conversa que teve com seu filho ontem e sei que é muito difícil explicar essas coisas para as crianças. Isto é uma luva de beisebol para Jessie, porque, provavelmente ele não compreende o quanto ele é importante, mesmo que você tenha de pagar as contas antes de comprar a luva. Você sabe que não podemos pagar pessoas boas como você como gostaríamos, mas realmente nos importamos e quero que saiba que você é importante para nós.
A consideração, a compreensão e o amor dessa gerente de loja de conveniência demonstram claramente que as pessoas se lembram muito mais da preocupação que o patrão demonstra por elas do que quanto ele lhes paga. Uma lição importante pelo preço de uma luva de beisebol da Liga Infantil.
Rick Phillips
Do livro: Espírito de Cooperação no Trabalho

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Os Achados das Neurociências Sobre os Estados de Consciência Ampliados

Palstra por Dr. Júlio Peres

Fonte: Videoteca de Info-Espírita Lusitana (SCB).
Montagem: Info-Espírita Lusitana.
Música: Audioteca de Info-Espírita Lusitana (Código 7243 5 85842 2 6 PM 538 LC0542). Utilização: 50 segundos.
Sejam para si momentos de reflexão e esclarecimento espiritual.
Fraternalmente.
O Aprendiz.


Uma lição do meu pai


Existe uma tendência natural para os negócios na minha família. Todos os sete filhos trabalharam na loja do meu pai, a “Nossa Loja de Móveis e Ferramentas”, em Mott, Dakota do Norte, uma pequena cidade nas planícies. Começamos fazendo pequenos serviços, como tirar o pó, arrumar as prateleiras e fazer pacotes, e mais tarde, começamos a atender os clientes. Trabalhando e observando, aprendemos que trabalhar significava mais do que fazer uma venda e sobreviver.
Uma lição eu guardei comigo. Aconteceu pouco antes do Natal. Eu estava na 8ª série e trabalhava todos os fins de tarde, arrumando a seção de brinquedos. Um garotinho de 5 ou 6 anos entrou na loja. Estava vestindo um casaco marrom surrado, com os punhos gastos. O cabelo estava despenteado, e tinha um redemoinho levantado que saía bem no meio da cabeça. Apenas um dos sapatos velhos e gastos tinha cadarço, e mesmo assim estava rasgado. Parecia ser pobre – pobre demais para poder comprar qualquer coisa. Olhava pela seção de brinquedos, pegava isto ou aquilo e depois, com cuidado, colocava de volta no seu devido lugar.
Papai desceu as escadas e foi até ele. Seus olhos azuis sorriram e as covinhas do rosto se tornaram visíveis, enquanto perguntava em que poderia ser útil. O garoto disse que estava procurando um presente de Natal para o irmão. Fiquei impressionada ao ver que papai o tratava com o mesmo respeito que a um adulto. Ele lhe disse para dar uma olhada com calma, e foi o que o garoto fez.
Depois de mais ou menos vinte minutos, o garotinho pegou cuidadosamente um avião de brinquedo, foi até meu pai e disse:
- Quanto custa, senhor?
- Quanto você tem? – papai perguntou.
O garotinho estendeu a mão suada de tanto segurar o dinheiro. Nela havia duas moedas de dez centavos, uma de cinco e duas de um – vinte e sete centavos. O avião de brinquedo custava três dólares e noventa e oito centavos.
- Isto é o suficiente – disse papai, fechando o negócio.
Ainda posso ouvir a resposta do meu pai. Enquanto fazia o pacote, pensei sobre o que tinha visto. Enquanto o garotinho saía da loja, não notei o casaco sujo e surrado, o cabelo despenteado ou o único cadarço rasgado. O que vi foi uma criança radiante segurando um tesouro.
LaVonn Steiner
Do livro: Espírito de Cooperação no Trabalho

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O cavaleiro apressado

Era uma vez um homem que estava dormindo. Enquanto dormia engoliu um animal venenoso que lhe ficou entalado na garganta.
Levantou-se numa espécie de delírio e começou a tossir e a se sacudir, tentando livrar-se de um mal que absolutamente não compreendia.
Um cavaleiro que passava por ali naquele momento viu, num relance, tudo o que havia acontecido. Imediatamente ergueu o chicote e começou a açoitar o homem, golpeando-o sem piedade, até que ficou negro e azulado.
O homem, meio enlouquecido, tentou gritar-lhe que parasse, mas não conseguia fazer com que as palavras saíssem. Enquanto corria, ou se espojava no chão, ou se revirava, sempre recebia uma chuva de golpes implacáveis.
O cavaleiro não dizia uma palavra.
Finalmente, como resultado de uma terrível náusea, o animal venenoso foi vomitado pelo ressentido estômago do homem aflito. O animal caiu ao chão e estrebuchou. O cavaleiro, sem uma palavra, esporeou o cavalo e partiu.
Somente então o homem percebeu que aquilo que lhe parecera um assalto injustificado, havia sido, na verdade, a única forma de se livrar do animal antes que o veneno fosse injetado em seu sangue.
Este tipo de coisa não acontece todos os dias, nem a todas as pessoas, nem todo o tempo. Mas, às vezes, há na vida de todas as pessoas ocasiões em que se pode estar recebendo ajuda embora se acredite que se esteja recebendo um malefício, e vice-versa. No ensinamento superior, o mestre não se exime de um dever tão penoso como o do cavaleiro em nossa parábola; como tampouco se pode esperar que ele seja invariavelmente duro.
Extraído de 'O Sufismo no Ocidente'
Edições Dervish

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

As questões do rei

Conta-se que num país longínquo, há muitos séculos, um rei se sentiu intrigado com algumas questões. Desejando ter respostas para elas, resolveu estabelecer um concurso do qual todas as pessoas do reino poderiam participar.
O prêmio seria uma enorme quantia em ouro, pedras preciosas, além de títulos de nobreza. Seria premiado com tudo isto quem conseguisse responder a três questões:
Qual é o lugar mais importante do mundo?
Qual é a tarefa mais importante do mundo?
Quem é o homem mais importante do mundo?
Sábios e ignorantes, ricos e pobres, crianças, jovens e adultos se apresentaram, tentando responder as três perguntas.
Para desconsolo do rei, nenhum deles deu uma resposta que o satisfizesse.
Em todo o território apenas um único homem não se apresentou para tentar responder os questionamentos. Era alguém considerado sábio, a quem não importava as fortunas nem as honrarias da terra.
O rei convocou esse homem para vir à sua presença e tentar responder suas indagações.
E o velho sábio respondeu a todas:
O lugar mais importante do mundo é aquele onde você está. O lugar onde você mora, vive, cresce, trabalha e atua é o mais importante do mundo. É ali que você deve ser útil, prestativo e amigo, porque este é o seu lugar.
A tarefa mais importante do mundo não é aquela que você desejaria executar, mas aquela que você deve fazer. Por isso, pode ser que o seu trabalho não seja o mais agradável e bem remunerado do mundo, mas é aquele que lhe permite o próprio sustento e da sua família. É aquele que lhe permite desenvolver as potencialidades que existem dentro de você. É aquele que lhe permite exercitar a paciência, a compreensão, a fraternidade. Se você não tem o que ama, importante que ame o que tem. A mínima tarefa é importante. Se você falhar, ou se omitir, ninguém a executará em seu lugar, exatamente da forma e da maneira que você o faria.
E, finalmente, o homem mais importante do mundo é aquele que precisa de você, porque é ele que lhe possibilita a mais bela das virtudes: a caridade. A caridade é uma escada de luz. E o auxílio fraternal é oportunidade luminosa. É a mais alta conquista que o homem poderá desejar.
O rei, ouvindo as respostas tão ponderadas e bem fundamentadas, aplaudiu agradecido.
Para sua própria felicidade, descobrira um sentido para a sua vida, uma razão de ser para os seus últimos anos sobre a Terra.
Autor desconhecido

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O sabor de perder... Nasrudin




Nasrudin viu um homem sentado na beira de uma estrada, com ar de completa desolação.
- O que o preocupa? – quis saber.
- Meu irmão, não existe nada interessante na minha vida. Eu tenho dinheiro suficiente para não precisar trabalhar, e estava viajando para ver se havia alguma coisa curiosa no mundo. Entretanto, todas as pessoas que encontrei nada tem de novo para me dizer, e só conseguem aumentar meu tédio.
Na mesma hora, Nasrudin agarrou a mala do homem, e saiu correndo pela estrada. Como conhecia a região, rapidamente conseguiu distanciar-se dele, pegando atalhos pelos campos e colinas.
Quando se distanciou bastante, colocou de novo a mala no meio da estrada por onde o viajante iria passar, e escondeu-se por detrás de uma rocha. Meia hora depois o homem apareceu, sentindo-se mais miserável que nunca, por causa do ladrão que encontrara.
Assim que viu a mala, correu até ela e abriu-a, ofegante. Ao ver que seu conteúdo estava intacto, olhou para o céu cheio de alegria, e agradeceu ao Senhor pela vida.
Autor desconhecido

 

 
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