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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

2O OOO Léguas Submarinas Dublado Completo Pt Br





Eliana em "O Segredo dos Golfinhos" - (14/14)





HARAQUIRI: a morte como metáfora





É curiosa a valorização do suicídio pelos japoneses, principalmente nos tempos belicosos do espírito samurai ou dos kamikaze. Hoje, nem tanto. É curioso porque se trata de um povo que fica na região considerada o lugar onde o sol nasce primeiro. A terra do sol nascente, o cálido berço do ser, o Oriente, que em latim quer dizer ‘fonte’, ‘origem’, do verbo ‘orior’, ‘levantar-se’, ‘elevar-se’.

 O fascínio dos japoneses pela morte - que vem da ancestralidade nipônica e está na raiz de sua ascensão cultural - risca a esfera do poético. Tanto é que o termo ‘shi’ denomina várias palavras, escritas com kanjis diferentes, entre as quais estão ‘morte’ e ‘poesia’.

 Mas vejamos o contrapé da curiosidade, apenas para quem lê com olhos poéticos, é claro. A palavra ‘suicídio’ vem do latim ‘sui’, que quer dizer ‘de si mesmo’, e ‘caedo’ ou ‘cídio’, o mesmo que ‘abater’, ‘cortar’, raiz também do verbo ‘cair’, que compõe de igual modo a palavra ‘ocidente’, de ‘occido’, ‘cair por terra’, que em outra flexão significa ‘assassinar’, ‘aniquilar’, o que sugere uma imagem contrária à do Oriente.

 A chave dessa interpretação são os verbos ‘cair’ e ‘cortar’. Logo, Ocidente é a região onde o sol cai, se põe, morre. Nesta parte do planeta há invariáveis modelos de morte pelas próprias mãos, como o caso narrado por Al Alvarez, em O deus selvagem, segundo o qual, certa moça polonesa “sentia uma paixão não correspondida e, num intervalo de cinco meses, engoliu quatro colheres, três facas, dezenove moedas, vinte pregos, sete ferrolhos de janela, uma cruz de bronze, 101 alfinetes, uma pedra, três pedaços de vidro e duas contas de rosário.”

 Neste caso, a maneira que a moça encontrou de se matar revela mais um ato de desespero, de pedido de socorro, do que propriamente um ritual suicida. E não é literário. Não traz nenhum recurso metafórico. Mas no Japão, a terra do sol nascente, cultivou-se uma forma original e singular de se cometer autoquíria: o haraquiri, que os japoneses também chamam de seppuku.

 No Japão, quase sempre que acontece algo de terrível na vida do indivíduo, que o coloca em situação vexatória diante da sociedade ou de sua família, de seus colegas, de seu chefe, ele cogita a possibilidade da própria morte. Até aí é sociologia e história (leia, por exemplo, O crisântemo e a espada, de Ruth Benedict, ou Japanese patterns of behavior, de Takie Sugiyama Lebra).

 Houve um tempo em que, nas mesmas circunstâncias, contudo, alguns executavam o haraquiri (‘hara’ = estômago, intestino – e ‘kiru’ = cortar), um ato de suicídio que penetra fundamente o reino da literatura. Não se tratava de cidadãos comuns, certamente, e hoje em dia, essa prática é condenada mais do que o próprio suicídio, que é tabu, como em qualquer cultura.

 O haraquiri é uma arte sinistra, de princípios que remontam ao Hagakure, código de honra dos samurais, antigos guerreiros japoneses que serviam aos xoguns, que eram como senhores feudais do Japão, cujo poder predominou até o século XIX.

 Sem querer entrar no mérito do caso Yukio Mishima, porque dá outro texto, uma vez que o escritor japonês – profundo conhecedor de sua própria cultura – cometeu haraquiri em 1970, sigo aqui sua explicação para o termo: Mishima dizia que os samurais valorizavam o seppuku como a força máxima da expressão do ser, da sinceridade de suas palavras. Sua técnica consiste num profundo corte cruzado sobre o estômago, cuja conseqüência é o sangramento até a morte.

 Quando um samurai cometia alguma falha perante o xogum, se sentia mal e pedia mil perdões ao seu senhor, como forma de demonstrar o arrependimento sincero. Mas quando a falha era muito grande, os samurais não encontravam outro modo de se desculpar senão se matando. Eles cometiam o haraquiri porque acreditavam que a sinceridade estava nas vísceras, e, nos casos extremos da dor do arrependimento, era preciso abri-las para demonstrar ao xogum sua lealdade e sua sinceridade.

 Com essa explicação, vê-se que a idéia não era morrer, embora soubessem que morreriam ao realizar tal ato. Neste caso, a morte não é o objetivo, é uma metáfora levada às últimas conseqüências. Partir o ventre, portanto, é abrir a janela da alma em seu grau máximo para deixar passar o íntimo da sinceridade. É o sol da explicação cortando o ocidente e chegando ao oriente da vida pelo avesso, para exprimir a sinceridade absoluta. Com tal gesto, os samurais queriam dizer que é nas entranhas que esgota e encerra a última verdade do ser.




A importância de ser você mesmo!




Certo dia, um Samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso, veio ver um Mestre Zen. Embora fosse muito famoso, ao olhar o Mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o samurai sentiu-se repentinamente inferior.

Ele então disse ao Mestre:
 - "Por que estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes. Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo algum. Por que estou me sentindo assustado agora?"

O Mestre falou:
 - "Espere. Quando todos tiverem partido, responderei."

Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre, e o samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando todos tinham saído, o samurai perguntou novamente:
 - "Agora você pode me responder por que me sinto inferior?"

O Mestre o levou para fora. Era um noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte. Ele disse:
 - "Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: "Por que me sinto inferior diante de você? " Esta árvore é pequena e aquela é grande - este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso."

O samurai então argumentou:
 - "Isto se dá porque elas não podem se comparar."

E o Mestre replicou:
 Então não precisa me perguntar, você sabe a resposta. Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é e simplesmente existe. Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo.

Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer.

Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na Natureza, tamanho não é diferença. Tudo é expressão igual de vida!

Autor desconhecido




Cada um com seu destino





Um samurai, conhecido por todos pela sua nobreza e honestidade, veio visitar um monge Zen em busca de conselhos. Entretanto, assim que entrou no templo onde o mestre rezava, sentiu-se inferior, e concluiu que, apesar de toda a sua vida lutando por justiça e paz, não tinha sequer chegado perto ao estado de graça do homem que tinha à sua frente.

- Por que estou me sentindo tão inferior? – perguntou, assim que o monge acabou de rezar. – Já enfrentei a morte muitas vezes, defendi os mais fracos, sei que não tenho nada do que me envergonhar. Entretanto, ao vê-lo meditando, senti que minha vida não tinha a menor importância.

- Espere. Assim que eu tiver atendido todos que me procurarem hoje, eu lhe darei a resposta.
 Durante o dia inteiro o samurai ficou sentado no jardim do templo, olhando as pessoas entrarem e saírem em busca de conselhos. Viu como o monge atendia a todos com a mesma paciência e o mesmo sorriso luminoso em seu rosto. Mas o seu estado de ânimo ficava cada vez pior, pois tinha nascido para agir, não para esperar.

De noite, quando todos já haviam partido, ele insistiu:

- Agora o senhor pode me ensinar?

O mestre pediu que entrasse, e conduziu-o até o seu quarto. A lua cheia brilhava no céu, e todo o ambiente inspirava uma profunda tranqüilidade.

- Está vendo esta lua, como é linda? Ela vai cruzar todo o firmamento, e amanhã o sol tornará de novo a brilhar. Só que a luz do sol é muito mais forte, e consegue mostrar os detalhes da paisagem que temos à nossa frente: árvores, montanhas, nuvens. Tenho contemplado os dois durante anos, e nunca escutei a lua dizendo: por que não tenho o mesmo brilho do sol? Será que sou inferior a ele?

- Claro que não – respondeu o samurai. – Lua e sol são coisas diferentes, e cada um tem sua própria beleza. Não podemos comparar os dois.

- Então, você sabe a resposta. Somos duas pessoas diferentes, cada qual lutando à sua maneira por aquilo que acredita, e fazendo o possível para tornar este mundo melhor; o resto são apenas aparências.




Onde está o guarda-chuva?




Ao cabo de dez anos de aprendizagem, Zenno achava que já podia ser elevado à categoria de mestre zen. Em um dia chuvoso, foi visitar o famoso professor Nan-in.

Ao entrar na casa de Nan-in, este perguntou:

- Você deixou o seu guarda-chuva e os seus sapatos do lado de fora?

- Evidente – respondeu Zenno. – É o que manda a boa educação. Eu agiria assim em qualquer lugar.

- Então me diga: você colocou o guarda-chuva do lado direito ou do lado esquerdo dos seus sapatos?

- Não tenho a menor idéia, mestre.

- O zen budismo é a arte da consciência total do que fazemos – disse Nan-in. – A falta de atenção nos pequenos detalhes pode destruir por completo a vida de um homem. Um pai que sai correndo de casa, nunca pode esquecer um punhal ao alcance do seu filho pequeno. Um samurai que não olha todos os dias a sua espada, terminará encontrando-a enferrujada quando mais precisar dela. Um jovem que esquece de dar flores a sua amada, vai acabar por perde-la.

E Zenno compreendeu que, embora conhecesse bem as técnicas zen do mundo espiritual, havia se esquecido de aplica-las no mundo dos homens.




O poder da imaginação





A imaginação é o que existe de mais poderoso no ser humano.  Neste momento, podemos voltar a determinado dia de nossa infância (que tal a escola primária?), podemos tentar visualizar um lugar onde nunca estivemos (enquanto escrevo, imagino como é Sidney, na Austrália), ou mesmo tentar prever o futuro (qual será a taxa de inflação em dezembro deste ano?)  Queiramos ou não é a imaginação que guia nossos passos, nos diz o que devemos e o  que não devemos fazer.  O mundo está aí fora e tem suas próprias regras – mas só entendemos estas regras usando para nosso bem ou para nosso mal a  Imaginação –  é este  espelho  – ela nos faz criar a recriar o mundo várias vezes por dia.

A imaginação nos dá e nos tira  a força necessária para fazer o que temos que fazer. É a imaginação que nos leva ao encontro com Deus, a mesma imaginação que muitas vezes nos transforma em pessoas incompetentes, incapazes de realizar nossas tarefas.  Tudo depende do rosto que conseguimos enxergar quando nos vemos refletidos no  mundo.




quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Miyamoto e a sombra







Miyamoto Musashi, o célebre samurai que escreveu “O livro dos cinco anéis”, fala da estratégia para se compreender o espírito e as qualidades do inimigo.

Segundo ele, quando não conseguimos saber o que nosso adversário pretende, devemos fingir um ataque. Todas as pessoas do mundo estão sempre preparadas para se defender, porque vivem no medo e na paranóia de que os outros não gostam dela.

Desta maneira, também nosso adversário – por mais brilhante que seja – é inseguro e reage com violência exagerada à provocação. Ao fazer isso, mostra todas as armas que tem, e ficamos sabendo onde está forte, e quais são os seus pontos fracos.

Musashi chama esta técnica de “movimentar a sombra”.

Na verdade, o guerreiro da luz não entra no combate, mas provoca um pouco, e a sombra de sua provocação confunde o adversário.

Então, sabendo exatamente que tipo de confronto deve esperar o guerreiro da luz ataca ou recua.




Filme Completo - Ultimo Samurai - (Dublado)





Eliana em "O Segredo dos Golfinhos" - (13/14)





O presente de insultos









Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen budismo aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro – conhecido por sua total falta de escrúpulos – apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante.

O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama.

Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio.

Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos – ofendendo inclusive seus ancestrais.

Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.

No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados pelo fato de que o mestre aceitara tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram:

“Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?”

“Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?”, perguntou o samurai.

“A quem tentou entregá-lo”, respondeu um dos discípulos.

“O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos”, disse o mestre. “Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo”.



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Movimentando a sombra






Myiamoto Musashi, o célebre samurai que escreveu “O livro dos cinco anéis”, fala da estratégia para se compreender o espírito e as qualidades do inimigo.
Segundo ele, quando não conseguimos saber o que nosso adversário pretende, devemos fingir um ataque. Todas as pessoas do mundo estão sempre preparadas para se defender, porque vivem no medo e na paranóia de que os outros não gostam dela.
Desta maneira, também nosso adversário – por mais brilhante que seja – é inseguro e reage com violência exagerada à provocação. Ao fazer isso, mostra todas as armas que tem, e ficamos sabendo onde está forte, e quais são os seus pontos fracos.
Musashi chama esta técnica de “movimentar a sombra”. Na verdade, o guerreiro da luz não entra no combate, mas provoca um pouco, e a sombra de sua provocação confunde o adversário.
Então, sabendo exatamente que tipo de confronto deve esperar o guerreiro da luz ataca ou recua.




O céu e o inferno





Um samurai violento, com fama de provocar briga sem motivo, chegou às portas do mosteiro zen e pediu para falar com o mestre.

Sem titubear, Ryokan foi ao seu encontro.

“Dizem que a inteligência é mais poderosa que a força”, comentou o samurai. “Será que o senhor consegue me explicar o que é céu e inferno?”

Ryokan ficou calado.

“Viu?”, bradou o samurai. “Eu conseguiria explicar isso com muita facilidade: para mostrar o que é inferno, basta dar uma surra em alguém. Para mostrar o que é céu, basta deixar uma pessoa fugir, depois de ameaçá-la muito”.

“Não discuto com gente estúpida como você”, comentou o mestre zen.

O sangue do samurai subiu a cabeça. Sua mente ficou turva de ódio.

“Isto é inferno”, disse Ryokan, sorrindo. “Deixar-se provocar por bobagens”.

O guerreiro ficou desconcertado com a coragem do monge, e relaxou.

“Isso é o céu”, terminou Ryokan, convidando-o para entrar. “Não aceitar provocações bobas”







Ser um canal






A canalização é um processo de contactar a energia interior e exterior. Descreverei o método geralmente utilizado, que dura em torno de dez minutos:
Sente-se num lugar tranquilo, de preferência no final do dia – quando você está cansado. Feche os olhos, pense no que tem vontade de pensar. Depois de algum tempo, reze. Peça a Deus luz, proteção, e ajuda. Então, comece a falar: não procure lógica nas palavras; escute os sons que saem da sua boca. Em aproximadamente uma semana, estes sons começam a se transformar em palavras, estas palavras em frases, e seu anjo usará este canal para comunicar-se. Faça as adaptações necessárias a você e pratique com disciplina.
Jamais perca a consciência durante a canalização; é desnecessário e perigoso.
Existe um universo espiritual – procure entrar em contacto com este Universo.




terça-feira, 29 de janeiro de 2013

São Paulo(Saint Paul)-Paulo de Tarso-BBC-Legendado





Eliana em "O Segredo dos Golfinhos" - (12/14)





Diga não às tentações





Um estranho procurou o abade pastor no Mosteiro de Sceta.

“Quero melhorar minha vida”, disse ele. “Mas não consigo deixar de pensar em coisas pecaminosas”.

O abade pastor reparou que ventava lá fora e pediu ao estranho: “aqui está muito quente. Será que o senhor podia pegar um pouco de vento lá fora e trazê-lo para refrescar a sala?”.

“Isto é impossível”, disse o estranho.

“Da mesma maneira, é impossível deixar de pensar em coisas que ofendem a Deus”, respondeu o abade. “Mas se você souber dizer não às tentações, elas não vão lhe causar nenhum mal”.




As habilidades de um guerreiro da luz





Um guerreiro da luz precisa de paciência e rapidez ao mesmo tempo. Os dois maiores erros são: agir antes da hora ou deixar que a oportunidade passe longe.

Para evitar isto, o guerreiro trata cada situação que surge como se fosse única e não aplica fórmulas, receitas ou opiniões alheias. Só ele terá que responder por seus atos e tem consciência de sua responsabilidade.

O califa Moauiyat perguntou a Omr Ben Al-Aas qual era o segredo de sua grande habilidade política:

“Nunca me meti em assunto sem ter estudado previamente a retirada; por outro lado, nunca entrei e quis logo sair correndo”, foi a resposta.




A força de um guerreiro





Um guerreiro da luz conta não apenas com as suas forças, mas também com a energia do seu adversário.

Ao iniciar o combate, tudo que ele possui é o seu entusiasmo, e os golpes que aprendeu enquanto treinava. À medida que a luta avança, o guerreiro percebe que o entusiasmo e o treinamento não são suficientes para vencer: é preciso experiência.

Então ele abre seu coração para o Universo, e reza. Pede a Deus para inspirá-lo, de modo que cada golpe do inimigo seja também uma lição de defesa para ele.

Os companheiros comentam: “ele é supersticioso”.

O guerreiro não responde a estas provocações. Sabe que, sem inspiração e experiência, não há treinamento que dê resultado.




Da concentração





Tenha absoluta certeza de que Deus jamais abandona seus filhos.  Se ele nos fez sonhar com algo, também nos deu as ferramentas para realizar este sonho.

Saiba pedir sua ajuda. Peça uma coisa de cada vez – e depois aprenda a decifrar os sinais que mostram o caminho de seu tesouro.  Saiba concentrar-se naquilo que deseja de verdade – esqueça todos os outros pequenos desejos que aparecem no caminho.

Pense bem antes de pedir.  Mas, quando souber o que quer, vá até o fim.  Aguente as consequências, apanhe com os erros, pague o preço. Atravesse o deserto das desilusões e da incompreensão.  Deixe os outros dizerem que você enlouqueceu, que aquilo não é possível.  Lembre-se que, no fundo, foi uma força mais poderosa que plantou este desejo em seu coração.




Do samurai vingador




Um samurai era encarregado da segurança pessoal do soberano. Um dia alguém foi mais esperto do que ele, e o soberano foi assassinado.

Durante muito tempo o samurai perseguiu o assassino.  Depois de oito anos, viu-se frente a frente com ele.  No momento em que ia matá-lo, o assassino – desesperado – cuspiu em seu rosto.

O samurai colocou a espada na bainha, deu meia-volta e voltou para sua terra.

“A perseguição e o combate faziam parte do meu código de honra”, disse o samurai, quando lhe perguntaram o motivo de seu gesto. “Quando aquele homem cuspiu no meu rosto, passei a odiá-lo.  Então, se o matasse, seria por causa do meu ódio, e não pela honra de meu soberano.  Um guerreiro jamais é escravo do seu ódio”.




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Políticas de Saúde no Brasil - Filme COMPLETO





Filmes Completos Legendados BR - Moby Dick (1956) com Gregory Peck







Superação de velhos hábitos






Um paciente de 32 anos procurou o terapeuta Richard Crowley:

 Não consigo parar de chupar o dedo – disse.

 Não ligue pra isto  respondeu Crowley.  Mas chupe um dedo diferente a cada dia da semana.

 A partir deste momento, o paciente – toda vez que levava a mão à boca – era instintivamente obrigado a escolher o dedo que devia ser objeto de sua atenção naquele dia. Antes que a semana terminasse, estava curado.

Quando o mal torna-se um hábito, fica difícil lidar com ele – conta Richard Crowley. — Mas, quando ele passa a nos exigir atitudes novas, decisões, escolhas, então temos consciência de que não vale tanto esforço.





Eliana em "O Segredo dos Golfinhos" - (11/14)





O caminho da vitória






Um homem inteligente nota que certos momentos se repetem.

Freqüentemente ele se vê diante dos mesmos problemas, e enfrenta situações que já havia enfrentado anteriormente.

Então fica deprimido. Começa a achar que é incapaz de progredir na vida, já que as mesmas coisas que viveu no passado estão acontecendo de novo.

“Já passei por isso”, ele reclama com seu coração.

“Realmente, você já passou”, responde o coração. “Mas nunca ultrapassou”.

O homem, então, passa a ter consciência que as experiências repetidas tem uma finalidade; ensinar-lhe o que ainda não aprendeu. Ele passa a dar uma solução diferente para cada luta repetida – até que encontra a vitória.




De que adianta a luz, sem uma boa companhia?






Um peregrino é obrigado a compartilhar com os outros tudo o que sabe do caminho. Quem ajuda, sempre é ajudado.

Precisamos dividir. Mesmo que sejam informações que todos já sabem, é importante não se deixar levar pelo pensamento egoísta de chegar sozinho ao fim da jornada.

Quem faz isto, descobre um paraíso vazio, sem qualquer interesse especial – e em breve está morrendo de tédio.

Não podemos pegar as luzes que iluminam o caminho e carregar conosco. Se agirmos assim, vamos encher nossas mochilas com lanternas e, para abrir espaço, teremos que nos livrar do alimento que nos dá força para seguir adiante: amor.

Neste caso, mesmo com toda a luz que carregamos, não vamos contar com uma boa companhia. De que adianta?




A arte da guerra







“A Arte da Guerra”, de Chuan Tzu – escrito há quase 3.000 anos atrás – mostra o que um guerreiro deve saber antes de entrar numa batalha. O Guerreiro da Luz deve sempre lembrar-se destas cinco regras básicas:

A fé: antes de entrar numa batalha, é preciso acreditar naquilo pelo qual se está lutando.
 O Companheiro: escolha seus aliados e aprenda a lutar acompanhado, porque ninguém vence uma guerra sozinho.
 O tempo: uma luta no inverno é diferente de uma luta no verão, e um bom guerreiro está sempre prestando atenção no momento certo de entrar no combate.
 O espaço: não se luta num desfiladeiro da mesma maneira que se luta numa planície. Considere o que existe a sua volta e qual a melhor maneira de mover-se.
 A estratégia: o melhor guerreiro é aquele que planeja seu combate.




sábado, 26 de janeiro de 2013

Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz) - Dublado - Filme Completo




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Eliana em "O Segredo dos Golfinhos" - (11/14)





De que é feita a existência?






O viajante está sentado no meio do mato, olhando uma casa humilde à sua frente. Já esteve ali antes, com alguns amigos, e na época tudo que conseguira notar foi a semelhança entre o estilo da casa e o de um arquiteto galego – que viveu há muitos anos, e jamais colocou os pés naquele local.

A casa fica perto de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e é toda construída com cacos de vidro. Seu dono, Gabriel, sonhou em 1989 com um anjo que lhe dizia: “Constrói uma casa de cacos.” Gabriel começou a colecionar ladrilhos quebrados, pratos, bibelôs e jarras partidas. “Tudo caquinho transformado em beleza”, dizia Gabriel de seu trabalho. Durante os primeiros quarenta anos, os moradores locais afirmavam que era louco. Depois, alguns turistas descobriram a casa, e começaram a trazer os amigos: Gabriel virou gênio. Mas a novidade passou – e Gabriel voltou ao anonimato.

Mesmo assim, continuou construindo; aos 93 anos de idade, colocou o último caco de vidro. E morreu.

O viajante acende um cigarro; fuma em silêncio. Hoje não está pensando na semelhança entre a casa de Gabriel e a arquitetura de A. Gaudí. Olha os cacos, reflete sobre sua própria existência. Também ela – como a de qualquer pessoa – é feita de pedaços de tudo que se passou. Mas, em determinado momento, estes fragmentos começam a tomar forma.

E o viajante relembra um pouco do seu passado, vendo os papéis em seu colo. Ali estão pedaços de sua vida: situações que viveu, trechos de livros que sempre recorda, ensinamentos do seu mestre, histórias dos amigos, fábulas que algum dia lhe contaram. Ali estão reflexões sobre o seu tempo, e sobre os sonhos de sua geração

Da mesma maneira que um homem sonhou com um anjo e construiu a casa que está diante de seus olhos, ela tenta ordenar estes papéis – para compreender sua própria construção espiritual. Lembra-se de que, quando criança, leu um livro de Malba Tahan chamado Maktub! e pensa: “Será que eu devia fazer o mesmo?”




Escute o que Ele tem a dizer






Os místicos dizem que, quando começamos nosso caminho espiritual, queremos falar muito com Deus – e terminamos por não escutar o que Ele tem para nos dizer.

Por isso, é sempre aconselhável relaxar um pouco. Não é fácil: temos a tendência natural de sempre fazer a coisa certa, e achamos que vamos conseguir melhorar nosso espírito se trabalharmos sem cessar.

É importante tentar, cair, levantar e seguir adiante; mas vamos deixar que Deus nos ajude. No meio de um grande esforço, vamos olhar para nós mesmos, deixar que Ele se revele, e nos guie.

Vamos permitir que, de vez em quando, Ele nos coloque no colo.




Uma grande aventura




Os monges do deserto afirmavam que era necessário deixar a mão dos anjos agir. Para isto, de vez em quando faziam coisas absurdas – como falar com flores ou rir sem razão. Os alquimistas seguem os “sinais de Deus”; pistas que muitas vezes não fazem sentido, mas que terminam levando a algum lugar.

Diz o mestre:

Não tenha medo de ser chamado de louco – faça hoje alguma coisa que não combina com a lógica que você aprendeu. Contrarie um pouco o comportamento sério que lhe ensinaram a ter. Esta pequena coisa, por menor que seja, pode abrir as portas para uma grande aventura – humana e espiritual.




Prece do mestre egípcio Dhu‘l Nun:




“Ó Deus, quase nunca presto atenção as vozes dos animais, ao ruído das árvores, ao murmúrio das águas, ao gorjeio dos pássaros, ao zunido do vento ou ao estrondo do trovão .

Mas, quando meu ouvido está atento, percebo neles um testemunho à Tua unidade; sinto que Tu és o Supremo poder, a onisciência, a suprema sabedoria, a suprema justiça.

Ó Deus, reconheço-Te na Tua obra e nos Teus atos. Consente, ó Deus, que Tua satisfação seja a minha satisfação. Que eu seja a Tua alegria, aquela alegria que um Pai sente por um filho. E que eu me lembre de Ti com tranqüilidade e determinação.”




Cada dia é um recomeço






Podemos achar que tudo que a vida nos oferece amanhã é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos reparar que nenhum dia é igual ao outro.

Cada manhã traz uma bênção escondida; uma bênção que só serve para este dia, e que não pode ser guardada ou reaproveitada. Se não usarmos este milagre hoje, ele se perderá.

Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada minuto, porque ali encontramos a saída para as nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista certa para a decisão que precisa ser tomada.

Não podemos deixar nunca que cada dia pareça igual ao anterior – porque todos os dias são diferentes.




Do verso II




Ontem citei alguns trechos do poeta alemão Rainer Maria Rilke, onde nos contava como um simples verso pode sintetizar quase toda a experiência humana. O texto termina da seguinte maneira:
“Para escrever um simples verso, não basta lembrar-se do passado. É preciso saber esquecer, e ter paciência para esperar até que estas lembranças retornem novamente”.
“Porque um verso não é feito de memórias. Ele transforma-se em nosso sangue, e se confunde com a própria existência. Só então chega o momento mágico quando nasce a primeira palavra, e ela traz consigo o verdadeiro poema”.




sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

.Londres mostra obra do pintor Lucian Freud

Londres mostra obra do pintor Lucian Freud

Morreu no ano passado, mas o trabalho do pintor Lucian Freud, neto do fundador da psicanálise, continua bem vivo na memória coletiva.

A National Portrait Gallery de Londres recorda agora a obra do artista com uma exposição de pintura, que pode ser visitada até maio.






Eliana em "O Segredo dos Golfinhos" - (10/14)





O dualismo do amor





Os taoístas contam que, no início dos tempos, o Espírito e a Matéria travaram entre si um combate mortal . Finalmente o Espírito triunfou – e a Matéria foi condenada a viver para sempre no interior da Terra. Antes que isto acontecesse, porém, sua cabeça bateu no firmamento, e reduziu a pedaços o céu estrelado.

A deusa Niuka saiu do mar, resplandecente em sua armadura de fogo; fervendo as cores do arco-íris num caldeirão, foi capaz de recolocar as estrelas em seu lugar. Mas não conseguiu encontrar dois pequenos cacos, e o firmamento ficou incompleto.

 Segundo os taoístas, aí começa o dualismo do amor: sempre existe uma alma percorrendo a Terra, em busca de sua Outra Parte, para que ambas possam se encaixar no pedaço vazio do céu – e, desta maneira, completar a Criação.




A hora de agir, a hora de recuar





Quando o viajante tinha dez anos, a mãe obrigou-o a fazer um curso de educação física.

Um dos exercícios era pular de uma ponte na água. Ele morria de medo. Ficava no último lugar da fila, e sofria com cada menino que pulava na frente, porque em pouco tempo chegaria o momento de seu salto. Um dia, o professor – vendo seu medo – obrigou-o a ser o primeiro a pular.

Teve o mesmo medo, mas acabou tão rápido que passou a ter coragem.

Diz o mestre:

Muitas vezes temos que dar tempo ao tempo. Outras vezes, temos que arregaçar as mangas, e resolver a situação. Neste caso, não existe coisa pior do que adiar.




As trevas do subconsciente





Quando se quer uma coisa, o Universo inteiro conspira a favor.

Estamos acostumados a olhar esta frase apenas do ponto de vista positivo; nossos verdadeiros desejos sempre se transformam em realidade.

 Entretanto, é preciso ficar atento para as trevas do subconsciente. Ali, escondido debaixo de uma porção de boas intenções, estão desejos que não ousamos sequer confessar a nós mesmos: a vingança, as auto-punições, a alegria macabra da tragédia pessoal.

O Universo não julga: conspira a favor do que desejamos. Olhemos com coragem as sombras de nossa alma – por mais doloroso que isto possa ser. Iluminemos estas trevas com a luz do perdão, da misericórdia, e do respeito por nós mesmos.

O Universo sempre conspira para realizar o que queremos; é preciso muito cuidado.







As portas da vida






Quando você começar seu caminho, vai encontrar uma porta com uma frase escrita:

— Volte e me conte qual é esta frase.

O discípulo se entrega de corpo e alma à sua busca. Chega um dia em que vê a porta, e volta até o mestre.

— Estava escrito no começo do caminho: isto não é possível – diz.

—Onde estava escrito isto, num muro ou numa porta? – pergunta o mestre.

— Numa porta – responde o discípulo.

— Pois coloque a mão na maçaneta e abra.

O discípulo obedece. Como a frase está pintada na porta, também vai se movendo com ela. Com a porta totalmente aberta, ele já não consegue mais enxergar a frase – e segue adiante.




A importância de saber observar






Quem quer aprender magia, deve começar olhando a sua volta. Tudo que Deus quis dizer ao homem, colocou bem na frente dele – basta prestar atenção; isto é chamado de Tradição do Sol.

Todos nós possuímos a mesma capacidade de entendimento – mas precisamos acreditar nas revelações que o dia-a-dia nos traz.

A Tradição do Sol é democrática – não foi feita para os estudiosos ou puros, mas para as pessoas comuns. O poder está em todas as pequenas coisas que fazem parte do caminho de um homem; o mundo é uma sala de aula, o Amor Supremo sabe que você está vivo, e vai lhe ensinar.

Em algum canto, num lugar que você talvez não tenha reparado até este momento, está a resposta que você queria, o milagre que você precisava. Para que este milagre aconteça, basta prestar atenção.




Do verso I






O poeta Rainer Maria Rilke nos diz: “para escrever um simples verso, é preciso conhecer muitas cidades, homens, animais. É preciso ter a alma aberta para o vôo dos pássaros, e ser capaz de perceber os gestos das flores que se abrem ao amanhecer”.
 “Para escrever um simples verso, é preciso viajar por regiões desconhecidas, estar preparado para encontros e desencontros inesperados. É preciso saber voltar a momentos de nossa infância que até hoje não conseguimos compreender. É preciso lembrar do que sentimos quando ferimos alguém que sempre nos desejou o melhor possível. Para escrever um simples verso, é preciso passar muitas manhãs diante do mar, muitas tardes diante do por do sol, muitas noites diante de quem amamos. Tudo isto para escrever um simples verso”.




quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Eliana em "O Segredo dos Golfinhos" - (9/14)







A lição da tartaruga



Eu percebia que meu comportamento aborrecia muito os meus pais, porém pouco me importava com isso. Desde que obtivesse o que queria, dava-me por satisfeito. Mas, é claro, se eu importunava e agredia as pessoas, estas passavam a tratar-me de igual maneira.

Cresci um pouco e um dia percebi que a situação era desconfortante. Preocupei-me, mas não sabia como me modificar.

O aprendizado aconteceu num domingo em que fui, com meus pais e meus irmãos, passar o dia no campo. Corremos e brincamos muito até que, para descansar um pouco, dirigi-me à margem do riacho que corria entre um pequeno bosque e os campos. Ali encontrei uma coisa que parecia uma pedra capaz de andar. Era uma tartaruga. Examinei-a com cuidado e quando me aproximei mais, o estranho animal encolheu-se e fechou-se dentro de sua casca. Foi o que bastou. Imediatamente decidi que ela devia sair para fora e, tomando um pedaço de galho, comecei a cutucar os orifícios que haviam na carapaça. Mas os meus esforços resultavam vãos e eu estava ficando, como sempre, impaciente e irritado.

Foi quando meu pai se aproximou de mim. Olhou por um instante o que eu estava fazendo e, em seguida, pondo-se de cócoras junto a mim, disse calmamente: "Meu filho, você está perdendo o seu tempo. Não vai conseguir nada, mesmo que fique um mês cutucando a tartaruga. Não é assim que se faz. Venha comigo e traga o bichinho."

Acompanhei-o. Ele se deteve perto da fogueira acesa e me disse: "Coloque a tartaruga aqui, não muito perto do fogo. Escolha um lugar morno e agradável."

Eu obedeci. Dentro de alguns minutos, sob a ação do leve calor, a tartaruga colocou a cabeça de fora e caminhou tranqüilamente em minha direção. Fiquei muito satisfeito e meu pai tornou a se dirigir a mim, observando:

"Filho, as pessoas podem ser comparadas às tartarugas. Ao lidar com elas, procure nunca empregar a força. O calor de um coração generoso pode, às vezes, levá-las a fazer exatamente o que queremos, sem que se aborreçam conosco e até, pelo contrário, com satisfação e espontaneidade."

(autor desconhecido)



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Como massagear um ego



Sr. Rickman, nosso professor de psicologia, não costuma passar o mesmo tipo de deveres dos outros professores, tais como ler mil páginas, responder às perguntas ao final do capítulo, solucionar os problemas de 47 a 856. Ele é bem mais criativo do que isso.

Sr. Rickman apresentou o dever de quinta-feira passada, dizendo que o comportamento é um meio de comunicação.

- Nossos atos falam mais alto do que as palavras. Esta não é uma frase vazia - ele nos disse. – O que as pessoas fazem nos diz algo sobre o que estão sentindo.

Ele fez uma pequena pausa para que absorvêssemos aquilo antes de passar o dever.

- Agora, vejam se conseguem mudar uma pessoa, massageando o ego dele ou dela o bastante para que você perceba uma mudança em seu comportamento. Relataremos os resultados na aula da semana que vem.

Quando cheguei em casa naquela tarde, minha mãe estava sentindo uma imensa pena dela mesma. Os cabelos caíam sobre o rosto, a voz mais parecia um lamento e ela ficava suspirando enquanto preparava o jantar. Nem ao menos me dirigiu a palavra quando cheguei. Como ela não falou, eu também não falei.

O jantar foi um tanto triste. Papai não estava com mais vontade de falar do que mamãe ou eu. Decidi colocar o meu dever de casa em ação.

- Mãe, sabe aquela peça que o clube de artes dramáticas da universidade está encenando? Por que você não vai com o papai hoje à noite? Ouvi dizer que é ótima.

- Esta noite não dá – disse meu pai. – Tenho uma reunião importante.

- Naturalmente –comentou mamãe. E eu compreendi o que a estava incomodando.

- Bem, então por que não vai comigo? – perguntei. Imediatamente, desejei não ter feito aquele convite. Imagine só um rapaz do segundo grau ser visto saindo à noite com a mãe!

De qualquer maneira, o convite ficou ali, pairando no ar, e mamãe perguntou, toda animada:

- Jura, Kirk?

Engoli em seco algumas vezes.

- Claro. Por que não?

- Mas rapazes não costumam sair com as mães. – Seu tom de voz foi ficando cada vez mais agradável e ela prendeu as mechas de cabelo soltos em cima da cabeça.

- Não existe nenhuma lei dizendo que a gente não pode sair com a mãe – brinquei. – Vá se arrumar. Nós vamos sair.

Mamãe carregou alguns pratos até a pia. Agora, seus passos estavam leves em vez de arrastados.

- Deixe que Kirk e eu lavamos a louça – ofereceu papai, e mamãe chegou a sorrir para ele.

- Você foi muito gentil em fazer isso – disse papai, quando mamãe deixou a cozinha. – Você é um filho muito atencioso.

"Graças á aula de psicologia", pensei, um tanto deprimido.

Mamãe voltou à cozinha parecendo cinco anos mais nova do que há uma hora.

- Você tem certeza de que não vai sair com ninguém esta noite? – insistiu ela, como se não pudesse acreditar no que estava acontecendo.

- Agora eu vou – respondi. – Vamos nessa!

A noite acabou não sendo tão desagradável assim. A maioria dos meus amigos certamente fez algo de mais empolgante naquela noite do que assistir a uma peça de teatro. Os que foram ver a mesma peça não ficaram nem um pouco surpresos de me ver com minha mãe. Ao final da noite, ela estava genuinamente feliz, e eu próprio, bastante satisfeito. Não só me dei super bem no dever de casa como também aprendi um bocado sobre como fazer alguém feliz.

Kirk Hill
Histórias para Aquecer o Coração dos Adolescentes
Jack Canfield & Mark Victor Hansen & Kimberly Kirberger - Editora Sextante




Uma História Especial




"Há vinte anos, eu ganhava a vida como motorista de táxi. Era uma vida de cowboy própria para alguém que não deseja ter patrão. O que eu não percebi é que aquela vida era também um ministério.
 Em face de eu dirigir no turno da noite, meu táxi tornou-se um repositório de reminiscências ambulante, às vezes um confessionário.
 Os passageiros embarcavam e sentavam atrás, totalmente anônimas, e contavam episódios de suas vidas - suas alegrias e suas tristezas.
 Encontrei pessoas cujas vidas surpreenderam-me, enobreceram-me, fizeram-me rir e chorar.
 Mas nenhuma tocou-me mais do que a de uma velhinha que eu peguei tarde da noite - era Agosto. Eu havia recebido uma chamada de um pequeno prédio de tijolinhos, de quatro andares, em uma rua tranqüila de um subúrbio da cidade.
 Eu imaginara que iria pegar pessoas num fim de festa, ou alguém que brigara com o amante, ou talvez um trabalhador indo para um turno da madrugada de alguma fábrica da parte industrial da cidade.
 Quando eu cheguei às 02.30 da madrugada, o prédio estava escuro, com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do térreo.
 Nessas circunstâncias, muitos motoristas teriam buzinado umas duas ou três vezes, esperariam um minuto, então iriam embora.
 Mas eu tinha visto inúmeras pessoas pobres que dependiam de táxis, como o único meio de transporte a tal hora. A não ser que a situação fosse claramente perigosa, eu sempre ia até a porta.
 "Este passageiro pode ser alguém que necessita de ajuda", eu pensei.
 Assim fui até a porta e bati.
 "Um minuto", respondeu uma voz débil e idosa. Eu ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão. Depois de uma pausa longa, a porta abriu-se.
 Uma octogenária pequenina apareceu.
 Usava um vestido estampado e um chapéu bizarro que mais parecia uma caixa com véu, daqueles usados pelas senhoras idosas nos filmes da década de 40.
 Ao seu lado havia uma pequena valise de nylon.
 O apartamento parecia estar desabitado há muito tempo.
 Toda a mobília estava coberta por lençóis. Não havia relógios, roupas ou utensílios sobre os móveis.
 Num canto jazia uma caixa com fotografias e vidros.
 -"O Sr poderia por a minha mala no carro?", ela pediu.
 Eu peguei a mala e caminhei vagarosamenrte para o meio-fio, ela ficou agradecendo minha ajuda.
 -"Não é nada. eu apenas procuro tratar meus passageiros do jeito que gostaria que tratassem minha mãe", aduzi.
 -"Oh!, você é um bom rapaz!"
 Quando embarcamos, ela deu-me o endereço e pediu:
 "O Sr poderia ir pelo centro da cidade?"
 -"Não é o trajeto mais curto", alertei-a prontamente.
 -"Eu não me importo. Não estou com pressa, pois meu destino é um asilo de velhos".
 Eu olhei pelo retrovisor.
 Os olhos da velhinha estavam marejados, brilhando.
 -"Eu não tenho mais família, continuou. O médico diz que tenho pouco tempo".
 Eu disfarçadamente desliguei o taxímetro e perguntei:
 -"Qual o caminho que a Sra deseja que eu tome?"
 Nas duas horas seguintes nós dirigimos pela cidade. Ela mostrou-me o edifício que havia, em certa ocasião, trabalhado como ascensorista. Nós passamos pelas cercanias em que ela e o esposo tinham vivido como recém-casados.
 Ela pediu-me que passasse em frente a um depósito de móveis, que havia sido um grande salão de dança que ela frequentara quando mocinha. De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina - ficava então com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada.
 Quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, ela disse de repente:
 "Eu estou cansada. Vamos agora!"
 Viajamos, então, em silêncio, para o endereço que ela havia me dado.
 Chegamos a um prédio baixo, lúgubre, como uma pequena casa de repouso.
 A via de entrada passava sob um pórtico. Dois atendentes caminharam até o taxi, assim que ele parou.
 Eram muito amáveis e atentos e observavam todos os movimentos dela. Eles deviam estar esperando-a. Eu abri a mala do carro e levei a pequena valise para a porta.
 A senhora já estava sentada em uma cadeira de rodas.
 -" Quanto lhe devo?", ela perguntou, pegando a bolsa.
 -"Nada", respondi.
 -" Você tem que ganhar a vida, meu jovem"
 -"Há outros passageiros", respondi.
 Quase sem pensar, eu curvei-me e dei-lhe um abraço. Ela me envolveu comovidamente
 -"Você deu a esta velhinha bons momentos de alegria".
 -"Obrigado". Apertei sua mão e caminhei no lusco-fusco da alvorada.
 Atrás de mim uma porta foi fechada.
 Era o som do término de uma vida.
 Naquele dia não peguei mais passageiros. Dirigi sem rumo, perdido nos meus pensamentos. Mal podia falar.
 Se a velhinha tivesse pego um motorista mal-educado e raivoso,ou algum que estivesse ansioso para terminar seu turno? E se houvesse recusado a corrida, ou tivesse buzinado uma vez e ido embora? Ao relembrar, não creio que eu jamais tenha feito algo mais importante na minha vida. Nós estamos condicionados a pensar que nossas vidas giram em torno de grandes momentos. Todavia, os grandes momentos freqüentemente nos pegam desprevenidos e ficam maravilhosamente guardados em recantos que os outros podem considerar sem importância."

AS PESSOAS PODEM NÃO LEMBRAR EXATAMENTE O QUE VOCÊ FEZ, OU O QUE VOCÊ DISSE,
MAS ELAS SEMPRE LEMBRARÃO COMO VOCÊ AS FEZ SENTIR.

Autor desconhecido







 

 
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